Reprodução / TV Globo.
Fernanda Montenegro é a mais recente eleita da Academia Brasileira de Letras.
A escolha da atriz foi muito mais do que uma escolha, afinal, no imaginário comum (e até pouco comum), a Academia Brasileira de Letras é destinada aos escritores, aos artistas da literatura. Mas a verdade é que não é.
A ABL, além de escritores, também elege pessoas notáveis como membros. Isso é visto, por exemplo, na figura do político José Sarney, que figura em uma das cadeiras da academia.
Mas e Fernanda Montenegro? O que a sua eleição representa? Aos 92 anos, a atriz é excelência. É força. É imortal. A carioca é a encarnação de um Brasil sedento por arte.
A luz esfuziante da Fernanda deveria estar presente em toda e qualquer organização, instituto, repartição ou seita secreta. Com ela estão guardados cada metro quadrado de uma vida dedicada ao brilhantismo da dramaturgia.
A nova eleita da Academia, acima de tudo, leva a presença feminina ao órgão honorário máximo de nossa rica literatura nacional.
E no que diz respeito à Fernanda escritora? Do ponto de vista literário, ela merecia a cadeira?
E do que isso importa? Por acaso nunca lestes a literatura não dita? A literatura em movimento, em ebulição?
Por acaso nunca vistes a arte bater asas e encher os céus?