Maxwell Santos é um jovem carioca escritor, com presença marcante nas redes sociais. No instagram, é seguido por quase 230 mil pessoas, e suas publicações poéticas alcançam de 500 a 1000 curtidas, um número relevante ao se tratar de literatura. Outro local de exposição de seus escritos é a plataforma Tumblr, onde o escritor se sente mais à vontade para expor peças mais extensas. Maxwell, o Max, chamou a atenção do nosso colunista Brendow H. Godoi, também de presença forte nas redes.
A seguir, um bate-papo curto e objetivo entre Max e Brendow. Confira!
Brendow H. Godoi – Max, antes de tudo, fale um pouco sobre você. Sua idade, de onde é, o que faz, do que gosta.
Max – Oi, Brendow. Um prazer estar aqui. Bom, eu sou carioca, tenho 31 anos e no momento eu sou autônomo. Gosto de música, uma boa escrita, um bom papo. Tudo que traga inspiração e leveza.
Brendow H. Godoi – Há quanto tempo escreve? Como se interessou pela literatura e decidiu dar publicidade aos seus escritos?
Max – Eu escrevo há 12 anos. Mas antes eu escrevia só por escrever, sem pretensão, era só uma forma de hobby. Passei a escrever na internet porque eu tinha muitas ideias e queria canalizar aquilo, e foi então que eu encontrei a primeira plataforma para isso, o Tumblr.
Brendow H. Godoi – Como você define a sua forma de escrever?
Max – Ela varia. Pode transitar entre o otimismo até a incerteza, do amor ao desamor e assim vai. Bem humano mesmo, com todas as emoções e imperfeições possíveis.
Brendow H. Godoi – Quais artistas te inspiram? Escritores, músicos, escultores, cineastas e afins.
Max – Eu não tenho um nome preferido, e o estilo de cada artista me cativa e desperta algo, mas gosto demais do Paulo Leminski, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Mario Quintana, entre outros. Quanto mais leio, mais absorvo e trago pra mim a inspiração.
Brendow H. Godoi – Cite três livros que marcaram sua vida.
Max – “Os Miseráveis” (livro de Victor Hugo, mas uma versão adaptada do Walcyr Carrasco), “O Analista” (John Katzenbach) e “Caprichos e Relaxos” (Paulo Leminski).
Brendow H. Godoi – Qual sua opinião sobre a poesia virtual? Como enxerga a disseminação da literatura através das redes sociais?
Max – Eu gosto da ideia, pois ela torna muito acessível para as pessoas, despertando o gosto da leitura. E imagino que também seja uma forma de divulgar o trabalho de quem cria, então eu enxergo com bons olhos.
Brendow H. Godoi – Na sua opinião, quais qualidades não podem faltar em um bom escritor?
Max – Mente aberta, para ler todos os gêneros e sugestões e vivência no que escreve, pelo menos em partes. Eu escrevo o que sinto, o que vivi e o que quero vivenciar, são coisas que estão atreladas a mim e só aumentam a inspiração.
Brendow H. Godoi – Como concilia a literatura com outras áreas da sua vida?
Max – Eu escrevo nas madrugadas, então eu consigo dar esse tempo depois dos meus afazeres. E é o momento que mais gosto de fazer isso. Tento escrever todos os dias, mas quando não, eu mantenho uma frequência para não perder o foco.
Brendow H. Godoi – Ficção ou realidade: você mistura sentimentos reais ao que escreve?
Max – Sempre, até porque o que escrevo é meu espelho, reflete o que sinto. Até se eu for criar algo supondo situações, terá o que passei ou a minha empatia para descrever.
Brendow H. Godoi – Qual impressão você deseja que o leitor tenha do seu trabalho?
Max – A recepção é ótima. Tenho seguidores de muitos anos nas plataformas e mesmo as plataformas não entregando tão longe como antes o alcance, ainda assim recebo muito elogio, força para continuar escrevendo, todo incentivo para me manter inspirado, pois o que escrevo atinge pessoas que não saberiam explicar o que sentem se não fosse lendo o que escrevi. Acho muito legal a identificação que isso gera.
Brendow H. Godoi – Como é o cenário artístico na sua cidade?
Max – Há sempre alguma coisa. Quando não tem a bienal, tem os sarais que alguns colegas fazem, e eu acompanho muita gente boa daqui ganhando espaço e isso só agrega para todos serem vistos.
Brendow H. Godoi – Max, a literatura salva?
Max – A literatura salva, pois ela se torna a sua única confidente quando você não consegue falar com alguém. É válvula de escape, é conhecimento, intensidade e tudo aquilo que só faz sentido vivendo.