Comentário do colunista
Na coluna desta semana junina, Alexandre Duartte, poeta cearense.
Sedento por respostas, absorto em seus devaneios. O poema sugere um eu lírico agarrado ao passado, porém, convicto de que ele findou. Quem nunca se pegou em frente ao espelho odiando e amando o amor da vida?
O Poema
Me conte suas mentiras, meu bem.
diga-me que jamais ousou pedir aos céus para que eu saísse da sua cabeça.
diga-me que o doce dos meus lábios jamais deixaram de ser o sabor preferido do teu paladar.
diga-me, meu bem, só mais uma vez…
que o cheiro que exalou dos nossos corpos, suados,
desejaram morar nos teus lençóis,
tente me convencer.
tente fazer eu pôr na minha cabeça que as tuas palavras,
as tuas malditas palavras,
são mesmo verdadeiras.
diga-me,
tudo isso e mais outras coisas,
se quiser.
só não alimente essa tua falsa esperança de querer fazer eu voltar para ti outra vez.