(Capa do álbum)
Lançado pela Alcalina Records, “Hemisférios” é o segundo disco do duo Antiprisma, e é composto por doze faixas que dialogam o tempo, a coragem, a fé, a ancestralidade, o amor, o cotidiano, a natureza, as ciências ocultas, a morte e enfim , a vida.
(“Fogo Mais Fogo” foi um dos clipes que apresentaram e antecederam o álbum)
“Eu tenho a impressão que neste disco nós conseguimos imprimir, mais do que nunca, as nossas influências e intenções com a música. Talvez seja o disco que mais tem a nossa cara, a nossa identidade, que é algo que vai se desenvolvendo ao longo do tempo.”, avalia Elisa Moreira Oieno (voz, violão e guitarra). Quem também concorda com a fala é Victor José (voz, violão e viola caipira):
“Acústico e elétrico, melodia e percussão, tudo em contraste e se complementando. Foi tudo muito natural. Nos deslocamos para outras abordagens sonoras, e nos inspiramos a experimentar bastante. Até fizemos duas faixas instrumentais, coisa que nunca havíamos feito antes”, observa.
SAIBA MAIS
Diferentemente do disco de estreia, “Planos Para Esta Encarnação” (2016), no segundo álbum a ideia do Antiprisma foi explorar e produzir o álbum sozinhos. Enquanto aprendiam a mexer com o equipamento de home studio, o “Hemisférios” foi surgindo. Já na fase de pré-produção, as faixas foram concebidas para terem guitarra, bateria e piano.
“Dessa vez, não tínhamos mais a pretensão de manter o formato minimalista acústico como foi nos primeiros trabalhos, em que as músicas foram gravadas com a intenção de serem tocadas ao vivo, necessariamente em dupla. Acho que as referências que estão ali são as que sempre estiveram no som do Antiprisma, mas agora talvez de forma mais direta por conta de ter mais elementos no som.”, define Elisa Moreira Oieno.
O que quer dizer o nome do álbum?
Elisa: Nós estávamos pensando em algo que remetesse à ideia de duas partes que se completam, dualidades que formam um todo… Daí veio a imagem do globo dividido por hemisférios.
Pode-se considerar que é o álbum é conceitual?
Victor: Não sei se eu chegaria ao ponto de afirmar que esse é um trabalho conceitual, mas se quiser ver dessa perspectiva, acho que cabe. Talvez eu tenha essa impressão por ele trazer uma proposta muito persistente, apesar de sutil, que é esse lance de apresentar contrastes e observar como eles se complementam. Mas achei interessante pensar nele como algo conceitual (risos)
(Retrato do duo Antiprisma – Crédito: Elisa Moreira Oieno)
Como foram os processos de criação das doze faixas?
Victor: Foi tudo bastante artesanal. Ele foi gerado sem tanta pressa, levou mais de um ano. Por isso deu tempo de pensar e repensar os arranjos, os timbres, a relação entre as músicas, tudo isso ao mesmo tempo em que a gente aprendia a lidar com coisas de estúdio e gravação. Gravamos quase tudo em casa, por nós mesmos, exceto as participações.
A ideia desde o início era entregar um disco que fosse um retrato mais dinâmico do nosso som, e ter adotado o formato tradicional de banda – com guitarra, baixo e bateria – trouxe essa característica, penso eu. É um recurso óbvio, mas como desde então, não tínhamos tentado isso, nos pareceu interessante e saíram coisas com alguma originalidade.
O que este trabalho traz de novo e diferente na carreira de vocês?
Elisa: Nos nossos trabalhos anteriores, nós quisemos manter o núcleo das músicas essencialmente acústico, e reproduzir isso ao vivo. Já nesse disco não tivemos essa preocupação, o que nos permitiu experimentar e colocar em prática tudo que sempre queríamos no nosso som, no fim das contas. E acho que ele acabou expandindo as possibilidades de caminhos que podemos tomar com o Antiprisma. A sensação que temos é a de que estamos começando uma nova fase, mesmo. Não só pelo fato de agora estarmos nos apresentando também no formato elétrico, absorvendo influências dos outros membros, mas também, porque estamos nos sentido mais livres do que nunca para criar e experimentar dentro do universo do Antiprisma.
(Retrato do duo Antiprisma – Crédito: Elisa Moreira Oieno)
Vocês têm alguma(s) história(s) ou curiosidade(s) para nos contar?
Elisa: A maior parte do disco foi gravada no meu quarto, então pra nós é muito claro que alguns instrumentos e principalmente as vozes têm muito o som do meu quarto nelas, e ficamos brisando nisso às vezes (risos).
Fiquem à vontade para falarem algo que eu não perguntei e que vocês gostariam de ter dito.
Elisa: Acho que podemos adiantar que estamos planejando uma turnêzinha para divulgar o disco, e que nos apresentamos tanto no nosso formato “original” como duo quanto como banda, e são duas experiências completamente diferentes, vale conhecer as duas! A banda tem a Ana Zumpano na bateria, e o Rafa Bulleto, no baixo. Também em breve iremos lançar um videoclipe, que já está quase pronto.