15 de janeiro de 2025
Além da BR

ENTREVISTA: A vida fora das telas é exaltada na viajada canção “dream factory”

Artista: Chris Portka (Estados Unidos da América)

Lançamento: single “dream factory”

Composição: Christopher Portka

Ano de lançamento: 2023

Gravadora: CGTRecords

Em termos gerais, o que é esta música?

Esta música questiona – fomos longe demais em nossas vidas etéreas? Passamos cada vez mais tempo vivendo diante de uma tela e vivendo para a tela. A tela é uma espécie de fábrica de sonhos – cria imagens e sons efêmeros que não “existem” em um mundo real, concreto e físico. Assim como nossos sonhos, a tela é uma máquina espiritual coletiva – nenhum de nós é responsável pelo que vê, mas, de alguma forma, todos nós temos uma relação cármica com ela. A tela produz constantemente novas visões a cada segundo… muitas pessoas falam sobre a necessidade de “alimentar a besta”. Escrevi esta música quando estava desempregado por um ano, olhando sem parar para a tela para me candidatar a empregos e aprender novas habilidades – estou muito ciente de que todo esse tempo de tela é uma luta muito moderna.

O que inspirou a criação desta música, e como foi este processo?

Enquanto estava desempregado, minha única economia e como vivia era de uma conta de aposentadoria que tinha do meu emprego anterior. Eu observava o dinheiro diminuindo lentamente, me perguntando se eu me encaixava em algum lugar neste mundo, e tentava me animar escrevendo uma música.

Qual sua mensagem ao mundo?

Esteja ciente das coisas que você está fazendo. Não perca o contato com seu corpo e o que ele faz momento a momento. Esteja ciente da preciosidade do tempo presente.

O que você crê ter trazido de novo musicalmente?

Eu amo abstração e impressionismo na música. Não gosto necessariamente das estruturas rígidas da composição de músicas com versos/refrões/pontes/etc claros. Quero que a própria música seja seu próprio organismo e viva seu próprio caminho de vida.

Esta música diz o que sobre você, sua carreira?

Eu amo música, mas ela nunca conseguiu pagar minhas contas. Talvez um dia, mas por enquanto – se estou desempregado, é totalmente ruim. Felizmente, agora tenho um emprego que paga minhas contas. Talvez um dia essa música artística estranha pague minhas contas, pelo menos essa é a minha oração.

Há alguma história/curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar?

“trash music” é uma série de sonhos improvisados e finamente esculpidos. Deixei muito espaço para a minha mente inconsciente criar este álbum. Em vez de tentar conscientemente criar uma música, eu apenas gravo e vejo o que sai de mim.

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.