ARI FRASER, músico israelense, cria uma canção de ninar comovente e profundamente espiritual nesta canção. A letra se desdobra como uma terna invocação de um pai para um filho, prometendo não apenas um destino físico, mas uma herança espiritual.
Os versos iniciais, “Vem, meu filho, segura minha mão, eu te levarei a uma terra prometida, onde a areia do deserto está cheia de ouro, nosso amor é tudo o que você terá para segurar”, evocam imediatamente uma sensação de jornada bíblica e devoção inabalável. A “terra prometida” não é meramente um lugar de riqueza material (“a areia do deserto está cheia de ouro”), mas um reino onde o amor é o tesouro e a segurança supremos. Essa imagem ressoa com temas de esperança e orientação divina frequentemente encontrados na música e na cultura israelense.
À medida que a música avança, a visão torna-se mais concreta, mas igualmente etérea: “Na colina oriental, construirás a tua casa, uma montanha esculpida em pedra. As nuvens cercarão o teu condado, anjos e pássaros cantarolarão em coro.” Isso pinta a imagem de um santuário, uma morada estável e divinamente abençoada. A “colina oriental” remete sutilmente a Jerusalém, uma direção sagrada em muitas religiões, enquanto a “montanha esculpida em pedra” sugere permanência e força. As nuvens circundantes e o coro celestial elevam o cenário a um plano celestial, sugerindo uma morada tocada pelo divino. O recorrente “Ohh ohhh ohhh” serve como um refrão suave, quase meditativo, aprofundando a ressonância emocional da música.
A orientação dos pais então muda das terras prometidas para a sabedoria duradoura: “Tudo o que peço é que mantenham a fé, lembrem-se dos compromissos que assumiram, nunca se esqueçam de onde vieram e para onde irão depois que tudo isso passar.” Esses versos são um poderoso lembrete da herança, do dever e da natureza cíclica da vida e da jornada espiritual. É um chamado para permanecermos ancorados nas próprias raízes, ao mesmo tempo em que reconhecemos um propósito maior além da existência terrena.
A música culmina em uma poderosa declaração de amor sem limites: “Meu amor por você é tão forte, infinito, além de qualquer tempo ou canção, então, quando você estiver fraco, olhe para cima, eu estou em toda parte e você é meu filho…” Este verso final transcende o vínculo terreno entre pais e filhos, sugerindo um amor divino e abrangente. Os pais se tornam uma metáfora para um poder superior, sempre presente e eternamente amoroso, oferecendo consolo e força em momentos de fraqueza. A repetição de “você é meu filho” reforça uma conexão profunda e inquebrável, seja familiar ou espiritual.
No geral, a música de ARI FRASER é uma tapeçaria lindamente tecida de fé, amor, herança e promessa, ressoando tanto com a intimidade pessoal quanto com temas espirituais universais.
EXCLUSIVO: artigo escrito por Ari Fraser sob encomenda para a Revista Arte Brasileira