Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.
Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 112ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
Sam Saunders – “Si Menor (Sidewinder)” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Em termos gerais, que música é essa? “B Minor (Sidewinder)” é um instrumental psicodélico do meu álbum Onto-Communication Rescue escrito e produzido por você. O novo (e muito legal) videoclipe oficial foi criado por meu amigo artista Casey Hallas e me levou a lançar a música como single.
– O que deu origem a essa música e como foi esse processo? Tudo começou com a bateria do grande Richard Harper (ex-Plastics Hi-Fi e The Sam Saunders Machine). Eu acredito que ele estava apenas se aquecendo, na verdade. Mas eu peguei aquela faixa e comecei a fazer overdubs no meu pequeno estúdio, tarde da noite, como você faz. Todo o processo foi semi-improvisado e ocorreu muito rapidamente. Então, trabalhando com um gravador de oito pistas, comecei com o órgão e os outros sons do teclado. Passei para as guitarras e algo começou a tomar forma. É realmente pintar com som. A última coisa que adicionei foi o baixo, e é a interação do meu baixo e da bateria dele que realmente faz tudo, eu acho.
– Existe uma mensagem por trás do instrumental? Na verdade, eu estava apenas evocando um clima, uma vibração. MAS traz à mente o isolamento ou a solidão. Mais especificamente, uma espécie de isolamento muito moderno e urbano, onde você pode estar cercado por milhões de outras pessoas, mas seus próprios pensamentos, sentimentos e sua própria existência parecem estar a um milhão de quilômetros de distância de todos e de tudo ao seu redor. Pelo menos à noite, sozinho em seu quarto, enquanto toda essa vida parece pulsar ao seu redor. E o anseio por algo mais. Uma conexão mais profunda e humana. Não estou mais lá, mas senti isso, vivi isso. Acho que muitas pessoas certamente o fizeram.
– Que referências musicais temos neste som? Para esta música em particular acho que as principais influências foram Pink Floyd e David Bowie. Especialmente a era de Bowie em Berlim. Há alguns licks do tipo Jimmy Page e Jimi Hendrix nas guitarras, é claro, e rock clássico e rock psicodélico clássico colorem muito do que eu faço. Mas também fui influenciado por muitas músicas do final dos anos 90 aqui, como Radiohead e The Verve e especialmente a coisa do trip-hop – Portishead, Tricky, DJ Shadow, etc. Até mesmo alguns Wu-Tang Clan que eu amo. Isso está apimentado lá e provavelmente mais aparente no final. É uma espécie de síntese do rock psicodélico clássico e algo como trip-hop. Novamente, é um clima, uma vibração!
Respostas Sam Saunders
StarChip – “Vantecho” – (JAPÃO) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música, em resumo? ‘Vantecho‘ é a faixa de encerramento do meu novo álbum e, honestamente, minha música favorita nele. Foi também uma das primeiras músicas que escrevi para o álbum junto com as músicas ‘Marionette‘ e ‘Girl with a Broken Heart’.
– O que te inspirou e como foi este processo? Essa música foi inspirada em uma das piores experiências da minha vida; Eu costumava ter um grande problema com a bebida e levei muito tempo para resolvê-lo e me senti muito aliviado por finalmente poder usar bem minha dor. A produção foi a parte mais difícil da música para mim, particularmente equilibrar o solo de guitarra elétrica com o backline acústico, enquanto muito do trabalho também foi feito para criar um pouco mais de vibração analógica ao fazer a masterização. Estou muito feliz por ter aguentado, a vida fica melhor! ^^
– Qual sua mensagem? Quero espalhar a mensagem de que não há problema em machucar; você não é fraco por dar outra chance às suas paixões ou por deixar sua criança interior se curar assistindo desenhos animados depois de chegar em casa do trabalho. Não seja tão duro consigo mesmo; se você é melhor do que era ontem, isso é uma vitória.
Respostas StarChip
EDDI – “Fuck Love” – (Reino Unido) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música, em resumo? Essa música é sobre desistir do amor depois de vários sofrimentos, dizendo ‘foda-se’ para o amor. O amor é apenas uma coisa complicada que todos vivenciam.
– Aprofundando, o que a letra diz? A letra falava sobre como alguém é tão viciado no amor tóxico que não consegue ir embora. Em vez de terminar com ela, ele preferia que ela terminasse com ele. Dizendo ‘foda-se’ para o amor quando percebeu que preferia não ser mais amado por causa do quanto dói. Ele só espera que ela nunca peça para ele voltar.
– Em que situação esta música nasceu e como foi neste momento? A música foi escrita depois que o artista terminou com sua ex. Foi muita dor e confusão durante o período de cura de um rompimento, a música foi cantada e escrita durante um freestyle.
– Há algo neste lançamento que você gostaria de destacar? Não importa o quanto você tenha medo do amor, é a única coisa pela qual vivemos. Se você sente que não pode ser amado, tente amar mais as pessoas ao seu redor.
Respostas EDDI
Karma’s Tea – “Another Day” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música, em resumo? A música é simplesmente sobre amor e gratidão por ter mais um dia para demonstrá-lo.
– Qual foi sua fonte de inspiração para escrever esta música? A inspiração para a música veio dos sentimentos de Mystina, onde ela queria expressar seu amor e as emoções intensas que sentiu naquele momento por seu parceiro. “Quero que todo o mundo veja que isso é verdade.” Pode ser brega, mas é um sentimento tão identificável.
– É possível definir a musicalidade e sonoridade? Sonhador, sensual. Vocais sussurrantes, com vibe anos 70, misturados com cenários percussivos. Está mergulhado em muita reverberação, mas esse era o ponto. Para fazer com que pareça de outro mundo.
– Há alguma história ou curiosidade sobre este lançamento? Esperamos que as pessoas amem e relaxem com a música.
Respostas Karma’s Tea
Polymorph – “Under The Red Light (Radio Edit)” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música, em resumo? Essa é uma clássica música de amor com uma vibe dos anos 80. Acho que demonstra um lado mais pop-rock da nossa banda, e pessoalmente remete à minha influência de Dire Straits e Mark Knopfler como compositor.
Uma das coisas que gosto desta música é que não é tão clichê se tratando do arranjo e da letra. Mesmo sendo uma canção de amor, evoca subjetivamente muitas das nuances de um relacionamento. E… conta com um solo sensacional de saxofone! (risos)
– Qual foi sua fonte de inspiração para escrever esta música? A inspiração dessa canção veio através da minha experiência em alguns relacionamentos antigos que tive anos atrás. Acho que todos nós amamos o fervor de um novo relacionamento romântico. É um tempo que projetamos bastante em futuras possibilidades, mesmo que haja um sentimento de risco quanto às incertezas do desconhecido.
Esse é o sentimento que procuramos encapsular: grande excitação cercada por incertezas. Nesses relacionamentos, se tudo ocorre bem, todas as peças se encaixam para um grande alívio e para nossa sorte, foi como essa música se apresentou e foi desenvolvida por nós. A “luz vermelha” em si, veio de um cenário pessoal meu, mas a utilizamos para retratar esse tema.
– O que você crê ter trazido de novo musicalmente? “Under the Red Light” permitiu nos aventurarmos em uma vertente do rock que a gente ainda não tinha explorado. Mesmo que os membros da banda tenham influências bem distintas, nós todos temos um lugar especial em nossos corações para baladas de rock.
Tivemos também a participação especial de um tremendo saxofonista de minha cidade natal, Strasbourg, o que trouxe uma nova textura para o nosso som nessa faixa.
Respostas de Johann Lorber