Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.
Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 130ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
Sue Decker – “Hummingbird” – (Canadá)
A cantora e compositora canadense Sue Decker prepara-se para lançar seu segundo disco, evidenciando suas composições. A artista, que muito bem transita pelas estradas do blues, folk, country e soul, antecipa as emoções com o single “Hummingbird“, onde ela encontra consola na natureza. Ela mesmo nos dá a explicação: Nas primeiras semanas da pandemia da COVID-19, tive a preciosa experiência de ver um beija-flor construir seu ninho em um galho de árvore do lado de fora da minha janela, cuidar dos ovos e alimentar os filhotes. Depois, pude ver os pequeninos aprenderem a voar. Isso me ajudou a superar aqueles dias desconcertantes e sombrios.
MATTI x ELIS – “Pasalo Pa K” – (Porto Rico) – [MINI ENTREVISTA]
– É possível definir essa música? Pasalo Pa K é uma música que se define pelo sentimento e pelo desejo de deixar suas responsabilidades por um dia e dar prioridade a compartilhar com aquela pessoa que é especial para você. Uma música no estilo pop/trip-hop com sons sutis que o influenciam a relaxar, compartilhar e se divertir.
–Qual é a mensagem dessa música para o mundo? Pasalo Pa K é uma música com uma mensagem positiva que fala sobre o sentimento e o desejo de deixar as responsabilidades, o trabalho e as obrigações por um dia e priorizar o compartilhamento com aquela pessoa que é especial para você e criar momentos de nostalgia.
Hoje em dia, o mundo está ocupado, devido a todas as obrigações e responsabilidades que a sociedade e, às vezes, até nós mesmos exigimos de nós. É muito importante reservar um tempo para si mesmo e para as pessoas próximas a você para alcançar o equilíbrio mental e emocional. Com toda a agitação da vida, esquecemos o que é realmente importante, que é viver, criando momentos de nostalgia e lembranças inesquecíveis.
– Como surgiu essa música? O produtor Elis criou a faixa com uma vibração e uma intenção muito boas. Ele adicionou seu violão, criando uma melodia que se destaca no início da música e que define o tom e a vibe do que vem a seguir. Quando ele me apresentou a música, eu me apaixonei imediatamente e, em poucos instantes, tive a ideia do refrão. Continuamos acrescentando elementos e consegui finalizar a letra e a melodia vocal.
– Como você a descreve musicalmente? É uma música que influencia o relaxamento, a paixão, o sexo e o fato de você se deixar levar pelos seus desejos. Ela nos motiva a tirar o dia para fazer o que nos deixa felizes e compartilhá-lo com a pessoa que nos faz sentir em muito boa companhia.
– O que você tem a dizer sobre seu país, Porto Rico? Naturalmente, somos de Porto Rico e a música é influenciada por nossas experiências de vida, mas, sinceramente, não nos parecemos com nada que já exista em RP, pelo menos nesse single.
Tudo o que eu digo na música é baseado em experiências reais, na área de Carolina, Bayamón e San Juan, em Porto Rico.
Queremos agradecer aos ouvintes e ao blog “Revista Arte Brazilera” por nos ouvir, e há mais a caminho.
Respostas MATTI x ELIS
Mona Grytøyr – “Talk to me” (feat. Jarle Vespestad, Torbjørn Rasmussen, Finn Guttormsen & Baard Slagsvold) (Joni Mitchell Cover) – (Noruéga) – [MINI ENTREVISTA]
– É possível definir esta música? O que ela é? Sou cantor e compositor, mas também quero prestar homenagem aos meus ídolos. Agora é a Joni Mitchell. Em 2023, fiz um tributo a Lhasa De Sela (RIP).
– Qual a mensagem desta música ao mundo? Quero que o mundo entenda o quanto essas mulheres foram e são capazes.
– Como e por que esta música surgiu? Levei alguns dos melhores músicos da Noruega para o estúdio e criamos essa mágica lá.
– O que ela diz sobre o seu país, a Noruega? A Noruega é fantástica, mas podemos melhorar a diversidade na música.
Respostas Mona Grytøyr
Faron Sage – “Silently Screaming” – (Reino Unido) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é essa música, em especial? Esta é a minha descrição da música:
Vivemos em um mundo profundamente dividido e parece que estamos todos muito arraigados em nossas próprias crenças para aceitar outros pontos de vista. Silently Screaming lamenta o tribalismo de mente fechada que parece ter permeado grande parte da humanidade e expressa um desejo sincero de realmente ouvir uns aos outros, independentemente de nossas diferenças.
– O que dizem os versos? A letra pergunta “por que ninguém está me ouvindo?” Não importa o quanto eu tente, há pessoas que se recusam a ouvir o que estou dizendo se for algo que elas não querem ouvir. Como resultado, muitas vezes parece que estou “gritando silenciosamente”.
– O que gerou a composição, o que inspirou essa canção? A música foi inspirada pela sensação de que as pessoas estão se dividindo cada vez mais em grupos cada vez mais isolados. Esses grupos estão reforçando os pontos de vista uns dos outros e se recusando a ouvir qualquer outra pessoa. Nossas sociedades modernas estão ansiosas demais para forçar seus cidadãos a se encaixarem em caixinhas e, se você for cínico, dirá que é porque isso torna as pessoas mais fáceis de controlar. Acho que isso é alimentado especialmente pela atividade on-line e pela mídia social, em que os algoritmos criam bolhas personalizadas da realidade que são reflexos do que já acreditamos e pensamos. Assim, todos acabamos em nossa própria câmara de eco que reforça nossa posição atual, em vez de nos incentivar a ver o panorama geral e a alcançar outras pessoas além da divisão – e essas “outras pessoas” muitas vezes não são tão diferentes de nós quanto poderíamos pensar. Mas até que possamos nos abrir para aceitar outros pontos de vista, continuaremos a bloquear tudo o que não quisermos ouvir e permaneceremos dentro de nossas caixas de crenças limitantes.
– Qual a proposta do clipe? Estou muito satisfeito com o videoclipe dessa música – acho que ele reflete perfeitamente o tema e a atmosfera da faixa. Há uma frustração e claustrofobia reprimidas que são lindamente retratadas pelo visual. Às vezes, pode parecer que estamos vivendo em uma dimensão diferente da de outras pessoas, quando nossa compreensão do que está acontecendo no mundo é tão diferente. Você pode vê-las vivendo suas vidas, mas não há conexão e é como se elas estivessem vivendo em uma zona de penumbra curiosamente distante da sua própria realidade.
– Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar? A mistura de gêneros musicais que se juntaram nessa faixa é particularmente interessante. Sempre pareço produzir músicas que desafiam a categorização e adoro descobrir novas combinações de estilos e ver o que surge a partir de minhas ideias iniciais. Silently Screaming tem uma gama diversificada de influências que vão desde a palavra falada, o rap consciente e o funk até o tango argentino e até mesmo elementos da ópera barroca! Essa combinação de influências musicais de tradições contrastantes enfatiza ainda mais a mensagem do single de que precisamos reconhecer e respeitar nossas diferenças, o que implica que podemos ter mais pontos em comum do que pensamos se pudermos deixar de lado nossos preconceitos e ouvir genuinamente.
Respostas Faron Sage
Chris Haise Band – “Medusa” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Como você apresentaria essa música a um amigo? Eu descreveria isso como um som único para a nossa banda, mas um número clássico de bluegrass que tem letras cativantes e ótima instrumentação.
– O que dizem as letras e qual é a sua mensagem? A letra usa a metáfora do poder mítico da Medusa para explorar a autoconsciência de suas falhas e o impacto que isso pode ter nos outros.
– Como e por que essa música surgiu? Recentemente comprei uma guitarra nova e estava gostando muito de tocá-la. Inspirado pelo instrumento, escrevi essa música e algumas outras durante as férias no norte de Wisconsin, EUA. Eu também estava lendo Mythos, de Stephen Fry, então a ideia da mitologia grega estava fervilhando em meu cérebro.
– Musicalmente, como você descreve isso? Esta é uma música totalmente bluegrass, ou pelo menos o mais próximo que posso chegar de tocar guitarra bluegrass. Alguns podem chamá-lo de Newgrass.
– Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? É uma grande mudança das músicas de rock para uma sensação de bluegrass. Mas é isso que gostamos de fazer, tentar cruzar géneros e tornar a música o mais diferente possível de canção para canção, mantendo-nos fiéis ao nosso som.
Respostas Chris Haise