Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.
Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 134ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
The Versace Boys – “MR DELUXE” (feat. Will Henderson & Dan Ingram) – (Austrália) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música? A música é atrevida sobre ficar com a namorada de longa data de alguém.
– O que diz a letra? Fala sobre como é incrível finalmente ter alguém que você ama há muito tempo, mas que está inacessível.
– Há alguma curiosidade sobre o lançamento? Nós a escrevemos em uma sessão de composição de músicas um dia antes do nascimento do meu bebê, 3 anos atrás!
– E sobre a parceria com Dan? É a nossa primeira colaboração com o incrível Dan Ingram de Nova York, então é muito emocionante!
Respostas The Versace Boys
Jake Trevor – “Should I” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é essa música em particular? “Should I” é uma música sobre a vida. É uma música que escrevi sobre o fato de me sentir deprimido, sozinho e sobrecarregado – sobre a sensação de não saber o que fazer. Não importa o que alguém esteja passando, acho que é uma música com a qual as pessoas podem se identificar.
– O que dizem os versos? Os versos falam sobre as incertezas da vida e todas as decisões e escolhas com as quais nos deparamos diariamente. Se você quer se apaixonar, largar o emprego, fugir de todas as suas responsabilidades ou simplesmente ser. Essas letras falam da vida e do desejo de encontrar seu lugar no mundo.
– O que gerou a composição, o que inspirou essa música? Eu cresci em um ambiente familiar muito hostil e autoritário. Na infância, perdi muitas experiências. Sempre me senti um pouco excluído, estranho e sem um senso de pertencimento. Essa é realmente a inspiração por trás de “Should I”. Quem sou eu? O que eu quero? Para onde quero ir? Sei que há muitas pessoas no mundo que se sentem assim.
– Qual é a sua descrição da musicalidade/som dessa música? Eu descreveria “Should I” como uma balada pop melancólica. Pense em Adele ou em Sam Smith. Ela tem uma camada cinematográfica, que combina bem com meu vocal expressivo e com a trilha de piano assustadora.
– Há algo interessante sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? Sim! Antes de mais nada, obrigado por avaliar a música e por querer saber mais. Esse é apenas o começo de Jake Trevor. É isso que eu quero que você e o mundo saibam. Lady Gaga costumava dizer a todos, antes de ser famosa, que um dia seria famosa e procurada como artista. Estou no mesmo caminho e os encorajo a olhar para o futuro de Jake Trevor.
Respostas Jake Trevor
Petter Rosky – “Everybody” – (França) – [MINI ENTREVISTA]
– Como você apresentaria esta música à um amigo? Por que apresentá-la? Sem sequer dizer uma palavra, eu começaria a música. A música fala por si só, transmitindo tudo ao ouvinte. Ela é construída de forma a fazer com que você sinta o ritmo de cada elemento, o baixo define o ritmo desde o início, a guitarra elétrica faz as células do seu corpo saltarem e a bateria acompanhada pelos vocais provoca uma explosão de dopamina. É uma obra de arte experimental que certamente agradará aos amantes da música com uma boa vibração. Se não o conquistar na primeira audição, não é para você.
– Qual a mensagem da música? A mensagem é, acima de tudo, unificadora. Ela convida todos os seres vivos capazes de entender as letras a se reunirem para dançar e celebrar a música. Ela inclui todos, independentemente de sua origem, etnia, religião, orientação sexual ou gênero. Obviamente, não há nada de político nisso, eu só queria unir a humanidade por meio desse refrão que fica na cabeça. Quando você vai a uma festa que toca música Disco/House/Techno, não há nada mais bonito do que ver o mundo unido pela música. Isso é o que eu mais amo nessa música.
– O que simboliza a capa? A capa retrata um lugar imaginário onde milhares de pessoas se reúnem para celebrar a música. É um enorme cânion onde enormes bolas de discoteca estão penduradas no céu, e a música nunca para. Fluxos de felicidade, representados em azul claro, fluem pelas rochas e pela multidão.
– Musicalmente, como você a descreve? A música disco ainda está viva em 2024. Gosto muito de misturá-la com house music, porque são dois estilos musicais que se seguiram nos anos 80. As faixas foram criadas para soar antigas e novas, para atender aos gostos de todos. O baixo da guitarra elétrica dá início à faixa e, oito batidas depois, os acordes da guitarra elétrica dão início à primeira sensação de felicidade. A primeira gota chega e descobrimos uma voz feminina sublime dizendo “Everybody”, chamando as pessoas para se reunirem, dançarem e se divertirem. Não gosto necessariamente de dissecar minha música dessa maneira, porque é assim que a vejo, mas acho que cada ouvinte tem sua própria maneira de senti-la e descobri-la. Os gostos são diferentes e algumas pessoas não gostam da estrutura da faixa e da escolha dos instrumentos e da bateria. Infelizmente, isso faz parte do jogo. Mas é a visão do artista que se destaca. Cada um o percebe da maneira que achar melhor.
– Qual a relação desta música com a cultura e a música francesa? Aquele abraço do Brasil!
No início dos anos 90, tivemos o French Touch: músicos franceses talentosos que explodiram internacionalmente. Daft Punk, DJ Yellow, Bob Sinclar, Laurent Garnier, David Guetta e muitos outros. Isso inspirou muitos artistas musicais como eu, e a cena eletrônica se desenvolveu graças a esses grandes homens. Hoje, os clubes de música eletrônica estão constantemente batendo recordes de público, e as faixas daquela época são sempre tocadas pelos novos DJs, em reconhecimento à herança e à inspiração que eles nos deram.
A faixa ‘Everybody’ poderia muito bem ter sido lançada no final dos anos 90 em uma compilação de Bob Sinclar, mas foi lançada na semana passada, em 2024. Essas são vibrações atemporais, como a música de Michael Jackson & Bob Marley. Música atemporal é aquela que foi criada para nunca envelhecer.
Abraço o interesse da comunidade brasileira pela cultura da house music e convido você a descobrir meu trabalho artístico, se for do seu interesse.
Respostas Petter Rosky
Nolea – “Room” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Como você apresentaria essa música a um amigo? Essa música é descrita como uma música indie rock americana com ênfase em vibrações melancólicas. Tende a ser categorizado ao lado de artistas como Copeland, The Japanese House e From Indian Lakes.
– Qual é a mensagem da música? A mensagem da música é que você vale mais do que pensa e que não há problema em reavaliar sua vida e fazer uma mudança.
– Como e por que essa música surgiu? A música é sobre deixar meu antigo emprego e, eventualmente, a cidade em que cresci. Ela foi escrita em torno de alguns dos melhores conselhos que já recebi do meu pai. Que não há problema em dar um passo atrás, reavaliar sua vida e fazer uma mudança.
– O que a capa simboliza? A capa simboliza os últimos cinco anos da minha vida. Senti-me isolado, sozinho e confuso, como se estivesse num deserto.
– Qual é a relação entre esta música e a cultura e música do seu país, os Estados Unidos? Essa música se relaciona ao gênero emo/rock alternativo que surgiu da cena metal da América Central nos meus anos de colégio.
Respostas de Tyler, vocalista/compositor/produtor
Sarah O’Moore – “Troubled Mind” – (Irlanda) – [MINI ENTREVISTA]
– Como você apresentaria essa música a um amigo? Ao apresentar “Troubled Mind” a um amigo, eu o descreveria como uma jornada musical inspirada nos temas comoventes retratados em “Dubliners”, de James Joyce. Assim como a coleção de contos de Joyce captura a essência da estagnação social e as lutas da vida cotidiana, esta música mergulha nas profundezas da psique humana, explorando a sensação de estar preso e oprimido por pensamentos paranóicos. É uma reflexão crua e emotiva sobre os desafios do vício e a busca desesperada por consolo diante da turbulência interior. Com melodias assustadoras e letras introspectivas, “Troubled Mind” convida os ouvintes a confrontar suas próprias lutas e encontrar uma sensação de refúgio em meio ao caos.
– Qual é a mensagem da música? Esta música serve como uma reflexão comovente sobre a experiência humana, mergulhando na turbulência do vício e na busca incansável por refúgio. A música resume a luta universal de se sentir preso por pensamentos paranóicos e pelo desejo de libertação.
– Como e por que surgiu essa música? “Troubled Mind” nasceu de uma mistura de experiências pessoais e inspiração literária. Durante o bloqueio, me vi em uma situação de vida difícil, sentindo-me preso e oprimido por tudo que estava acontecendo. Recorri aos “Dubliners” de James Joyce em busca de consolo e encontrei uma conexão com os personagens que também lutam com a mundanidade de suas vidas. Essa sensação de estar preso e consumido por pensamentos negativos ressoou profundamente em mim.
Então, canalizei essas emoções em “Troubled Mind”, uma música que reflete as lutas contra o vício e a busca por fuga. É uma expressão crua e honesta de como é ser pego em uma espiral descendente, mas também trata de encontrar esperança em meio à escuridão. Através desta música, quis capturar a experiência universal de enfrentar desafios e a resiliência necessária para superá-los.
– Qual é a relação entre esta canção e a cultura e música do seu país, a Irlanda? Como artista irlandês que se inspira em James Joyce, um ícone literário nativo da nossa terra, sinto uma forte ligação à nossa herança partilhada de contar histórias. “Troubled Mind” realmente adota uma abordagem moderna, misturando elementos do soul com a inspiração literária extraída de “Dubliners” de James Joyce. Embora o estilo musical possa ser diferente, a essência da narrativa irlandesa permanece no centro da música. Como artista irlandês, procurei oferecer uma perspectiva contemporânea do mundo de Joyce, infundindo-o com melodias emocionantes e letras introspectivas.
– Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você gostaria de destacar? Curioso para saber o que torna o lançamento de ‘Troubled Mind’ tão especial? Deixe-me esclarecer a intriga por trás deste lançamento! Inspirada nas narrativas atemporais de ‘Dubliners’, de James Joyce, esta canção dá um passo ousado em um território musical desconhecido, fundindo melodias comoventes com a rica tradição de contar histórias irlandesas. É uma mistura única que oferece aos ouvintes uma nova perspectiva sobre temas familiares, convidando-os a uma jornada de introspecção e descoberta.
Mas isso não é tudo. ‘Troubled Mind’ é mais do que apenas uma música; é uma reflexão profundamente pessoal das minhas próprias experiências e lutas, trazidas à vida através da música. Cada nota e letra carrega um pedaço da minha história, criando uma experiência auditiva autêntica e compreensível para o público em todo o mundo.
Respostas Sarah O’Moore