Revista Arte Brasileira Além da BR Playlist “Além da BR” #142 – Sons do mundo que chegam até nós
Além da BR

Playlist “Além da BR” #142 – Sons do mundo que chegam até nós

Além da BR

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.

Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 142ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.

Father Andy“Knives Up” – (Letônia) – [MINI ENTREVISTA]

Qual é a ideia por trás da letra, o que a música diz? A letra tem dois significados. Em primeiro lugar, queria fazer uma continuação temática de uma das minhas primeiras músicas “The Cult” (do meu primeiro álbum). “The Cult” foi uma introdução ao Padre Andy e ainda é a primeira música que toco em um show. “Knives Up” é um testemunho de que o culto ao Padre Andy está forte! Sou super grato pelas pessoas que vêm aos meus shows por isso!

Em segundo lugar, é um hino para muitos artistas talentosos que encontrei através do meu envolvimento com um movimento artístico chamado Primal Noise. Uma faca na mão é o símbolo do Primal Noise, então é justo!

Como surgiu essa música, o que a inspirou? Sinceramente, não consigo responder de onde vem a inspiração. Musicalmente, pode ser algo muito diferente, que eu possa estar ouvindo e ouvir um motivo interessante, uma combinação interessante de acordes ou qualquer outra coisa, e então toco com ideias diferentes, até que algo pareça ser uma música viável. O mesmo vale para a inspiração lírica. Tenho pedaços de papel por toda parte com pequenas letras/linhas escritas, mas às vezes me deparo com uma linha ou um acorde bonito e penso: “Certo! Tem algo interessante aqui!” Duas horas depois, tenho uma música nova!

Qual é o simbolismo da capa? Não acho que haja muito simbolismo, além do logotipo do Primal Noise como um pequeno (mas óbvio) “ovo de páscoa”. É apenas uma imagem muito legal e sinistra! Combina com o som da música!

O que esta música diz sobre o seu país, a Letónia? Absolutamente nada. Nunca escrevo ou canto sobre nada patriótico, político, nacionalista ou de qualquer forma algo tão mundano e chato como as circunstâncias da existência acidental de alguém. Pode-se dizer, entretanto, que acho que a razão pela qual minha música é tão apreciada nos estados bálticos e nórdicos é porque sua escuridão é muito identificável. Está escuro e frio há mais de meio ano aqui e todo mundo está deprimido por falta de sol… Eu apenas tornei essa depressão um pouco mais suportável… Pelo menos espero que sim.

Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? Bem, não sou a pessoa mais técnica do mundo, para dizer o mínimo. Eu realmente não sei muito sobre gravação ou mixagem/produção, então geralmente trabalho com alguém que sabe mais do que eu, na esperança de poder aprender alguma coisa. Mas essa música é a primeira vez que gravei e produzi tudo sozinho. Reconheço que não é nada ruim pela primeira vez!

Respostas Father Andy

Thistle & Oak“Pretend” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

Se você tivesse que apresentar rapidamente essa música para alguém, o que você diria? Esta é uma música sobre a luta de um artista diante da síndrome do impostor.
O ritmo da batida do pé atrai o ouvinte e a letra o mantém lá, ganhando força a cada passo do caminho. Este hino de bater cabeça fornece um verso instigante, mas comovente, e um refrão que é ao mesmo tempo desafiador e poderoso. Essa faixa com certeza deixará o ouvinte investido no primeiro verso, fisgado pelo primeiro refrão e cantando junto no segundo!

Qual é a ideia da letra, o que diz a música? A letra da música traça paralelos que são ao mesmo tempo instigantes e invocam imagens íntimas entre quem somos e quem fingimos ser. “Sinto-me como um ator de filme, e acabei de descobrir o enredo” deixa algo para a imaginação do ouvinte, mas é seguido pela próxima frase “parece que tudo que finjo ser, é tudo que não sou. ” O significado por trás dessas letras é algo que todos vivenciam, ou seja, a síndrome do impostor. A luta para seguir o roteiro, por assim dizer, e aderir ao que é esperado, mas de alguma forma manter o senso de individualidade sem se perder na conformação que é exigida pela sociedade.

O refrão expõe um pouco essa noção, de certa forma, “respirar fundo” e “dar uma boa olhada” e estar “preparado para a cortina cair” são todos os momentos que os performers têm no palco fingindo ser algo que não são. Você se prepara para a cortina cair e pronto. Uma sensação de alívio e realização toma conta de você até o próximo show. A dualidade do performer é essa relação de amor e ódio consigo mesmo. Porque uma vez terminada a apresentação você ainda é a mesma pessoa, inteiramente humano e frágil. Mas você busca esse sentimento de validação apesar de suas falhas.

Como surgiu essa música, o que a inspirou? Essa música surgiu ao longo de alguns meses. Tudo começou com a primeira linha da música “Eu me sinto como um ator de um filme” e a partir daí ganhou vida própria organicamente. Escrevemos as partes iniciais com um bom amigo nosso, Christian Embers, e terminamos cerca de 4 ou 5 semanas depois, finalmente descobrindo as seções da ponte e do refrão. Sua inspiração nasceu da tentativa de transmitir a eterna luta do artista através da lente de como é ser ator e performer. Tentamos traçar paralelos entre isso e ser músico porque, de certa forma, somos todos atores de uma forma ou de outra.

O que essa música diz sobre o seu país, os EUA? Acho que essa música realmente fala da ideologia da América hoje. Na era dos influenciadores, todo mundo quer ser alguém, mas muitas vezes esse alguém não é realmente ele mesmo. Hoje em dia o que importa menos é o que você faz e a qualidade da sua arte e mais quantas pessoas te seguem e consomem seu conteúdo. É fácil cair na armadilha de apenas trabalhar para ser popular e ganhar seguidores, mas acabar perdendo a si mesmo de vista. A seção da ponte “Todos nós subimos, caímos e desaparecemos, mas fazemos qualquer coisa pela fama” é exatamente isso. Esquecemos que nosso tempo nesta terra é curto e mesmo que não importa o que façamos, eventualmente seremos esquecidos, ainda lutamos para tornar a fama permanente.

O que diz a capa do single? A arte foi feita por Brendan Cooney, um artista muito talentoso e também primo de Paul. Possui várias imagens em camadas. Uma foto em preto e branco de uma apresentação ao vivo em Nova York, além de uma máscara de teatro, folhas de carvalho e uma íris. As palavras faz de conta são escritas à mão de uma forma quase infantil para mostrar que nunca paramos de brincar de faz de conta.

Respostas Thistle & Oak

Adrian And Meredith“Stop The Spiral” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

Em resumo, o que é essa música? A música fala sobre parar com a raiva e a frustração interna em relação ao outro, percebendo que temos mais em comum do que o que nos divide em todo o mundo. É um lembrete de que podemos nos lembrar de nossas raízes e, ao mesmo tempo, seguir em direção à mudança e ao crescimento como indivíduos e sociedade.
O que suas letras dizem e qual é a mensagem delas? A letra poética traz simbolismo tanto para o crescimento pessoal quanto para a mudança interna radical, bem como um comentário social sobre a autojustificação, a propaganda, a ganância, o ódio, a guerra, o genocídio e o direito que assola nosso mundo. Ela nos lembra que, quando abordamos as situações como um ser humano para outro, podemos encontrar compaixão e empatia. “Stop The Spiral” refere-se à nossa capacidade de quebrar ciclos e criar mudanças positivas para nós mesmos, nossas famílias, nossas comunidades e o mundo. Outras letras, como “These roots, need boots on the ground” (Essas raízes precisam de botas no chão), são um lembrete de que podemos romper ciclos de trauma, podemos nos lembrar de quem somos (nossas raízes) e de onde viemos, ao mesmo tempo em que encontramos um novo caminho a seguir (botas no chão).

Como e por que essa música surgiu? Essa música foi escrita depois de uma turnê internacional com um pouco de perspectiva em relação à empatia global e à consciência de que, como seres humanos, estamos todos conectados, mesmo que falemos idiomas diferentes ou tenhamos diferentes culturas, religiões, origens etc. Fomos para o estúdio com as letras e algumas das melodias originais, mas fizemos a maior parte dos arranjos e das partes de violão e orquestra no espírito do momento. A faixa que mantivemos acabou sendo um pouco da magia das três da manhã quando voltamos para gravar esse arranjo. Embora pensássemos em refazê-la no dia seguinte, ela fez uma faísca e decidimos mantê-la como a versão ao vivo.

O que a capa do single simboliza? A capa do single retrata um mundo semi-apocalíptico que lembra a bomba atômica para servir de lembrete de que, se cada um de nós não trabalhar para superar a raiva e o ódio, corremos o risco de destruir nosso mundo. A guerra, a violência e a raiva não são as soluções e temos o poder de mudar o resultado.

Respostas de de Adrian Krygowski

Matt McKnzi“Packed” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

Qual é essa música, em resumo? A última faixa de Matt McKnzi, “Packed”, é uma fusão de chill pop, R&B e soul que mergulha nas profundezas da turbulência emocional, narrando o retorno inesperado de uma ex-amante (Gerente, Emily)

Qual foi sua fonte de inspiração para escrever essa música? Escrito sobre um ex-amante tóxico, “Packed” é uma reflexão triunfante sobre a adversidade relacional. McKnzi compartilhou que “sentimentos de trauma ou vergonha por alguém por quem você pensava que estava apaixonado não simplesmente ‘vão embora’. Eles sempre surgem. É tudo uma questão de como você transmuta essa dor. Você vai deixar isso tomar conta de você ou vai colocá-la em algo que valha a pena? (Matt McKnzi e gerente)

Qual é a sua mensagem para o mundo? Minha mensagem para o mundo é que você pode superar qualquer coisa. Qualquer sonho que você tenha no mundo, qualquer coisa que você colocar em sua mente, poderá superá-lo. Nós criamos a realidade em que vivemos, então cabe a nós decidir em que tipo de mundo queremos viver (Matt McKnzi)

É possível definir a musicalidade e a sonoridade? Minha musicalidade é melhor definida pela narrativa e pela narração de histórias. Utilizando vocais melódicos em camadas sobre uma paisagem sonora pop rítmica e pesada de 808, adiciono uma textura rica ao hino, transmitindo emoções complexas de uma forma divertida e sexy. A entrega do vocal principal é dinâmica – desde cadências de hip-hop até a entrega do vocal pop e depois variações de baladas na ponte. Os elementos vocais, o valor da produção e a habilidade emocional da faixa atendem à essência do catálogo que estou desenvolvendo e se vinculam à minha narrativa geral de cura e transmutação da dor. (Matt McKnzi)

Respostas Matt McKnzi

HypeBinofficial – “Sephora” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

SEPHORA

Como você apresentaria esta música? Se eu tivesse que apresentar essa música rapidamente para alguém, eu diria que é uma mistura única de HIP HOP e HOUSE MUSIC com letras que mergulham em DRILL/RAP com um pouco de R&B que eu gosto de chamar de ROMANTIC DRILL, criando um jornada emotiva que ressoa profundamente.

O que diz a letra? A ideia por trás da letra é fazer com que não apenas todas as mulheres se sintam bem, mas todas as pessoas. A música se torna divertida imediatamente e faz você querer dançar, e é por isso que eu diria isso.

Como surgiu esta música? Esta música surgiu de minhas experiências pessoais e observações da minha vida cotidiana cercada pelas mais belas criaturas do planeta. Mulheres haha. Foi desencadeado por isso também.

O que nos diz a capa do single? A capa do single apresenta de forma criativa uma sacola de compras da Sephora, refletindo o tema da música de beleza e auto expressão através da maquiagem. A bolsa é adornada com diversos cosméticos, cartões de crédito e até uma calcinha, tudo apoiado em uma penteadeira. Ela encapsula visualmente a essência da música, que gira em torno do mundo da maquiagem e seu papel no empoderamento e no autocuidado.

Qual a relação desta música com o seu país, os EUA? Essa música reflete aspectos da cultura e da sociedade americana, capturando um pouco de uma nova cultura que as pessoas estão se acostumando a ver haha. Transmite minha formação e de onde venho.

Há alguma curiosidade que você queira destacar? Um aspecto interessante deste lançamento é que este é meu primeiro disco e que gostaria de destacar haha!

Respostas HypeBinofficial

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