Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.
Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 168ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
Said Sara – “Then There You Are” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Como você define essa música? Said Sara é uma extensão do meu corpo e do meu coração. Algumas das músicas do meu EP de estreia de 2020 foram escritas em 1991 (estou envelhecendo) — e continuo escrevendo direto do coração. Eu definiria Said Sara como música folk, alinhada com cantores folk clássicos como Bob Dylan, Cat Stevens, Woody Guthrie e Paul Simon.
– Qual é a mensagem lírica para o mundo? Há um tema recorrente de escuridão em todas as minhas letras, embora a luz sempre brilhe, no final das contas. O último single, Then There You Are, explora o sentimento incômodo, mas reconfortante, de que alguém que perdemos continua a nos monitorar. Não estou falando sobre a vida após a morte em si, mas possivelmente sobre algo em nós que pega o que conhecemos e amamos sobre alguém que se foi e usa isso para orientação contínua no mundo dos vivos. Jogue muitas referências astrais — junto com referências a dois dos meus artistas favoritos, Deicide e The Innocence Mission, e você (espero) terá uma música acessível e relacionável!
– Mais alguma coisa sobre o lançamento? Vale a pena assistir ao vídeo, pelo menos para testemunhar o incrível segmento animado da artista de São Francisco Jeanette Kei Chang!
Respostas Said Sara
Andrì – “The Long Road” – (Itália) – [MINI ENTREVISTA]
– Que música é essa? É um blues clássico de 12 compassos, desenvolvido em um crescendo onde a cada volta entra um novo instrumento que dá uma nova cor à canção de tempos em tempos. Um pouco como uma receita de culinária onde gradualmente novos ingredientes são inseridos que ao se misturar entre si contribuem para o resultado final
– O que diz a música por trás do instrumental? A longa estrada é uma metáfora para a vida, essa jornada maravilhosa e às vezes assustadora que nos oprime, nos domina, nos fascina e ao mesmo tempo nos aterroriza, uma jornada sem volta, suspensa entre o sonho e o pesadelo, entre a escassez e a beleza, uma jornada avassaladora e aparentemente infinita, mas da qual permanecerá apenas um testemunho infinitesimal, como o bater de um coração no silêncio da eternidade.
– Como e por que essa música nasceu? Essa música na verdade nasceu quase por acaso, de antes como um pensamento, uma espécie de poema que eu tinha escrito há vários anos, mas que eu nem pensava em transformar em música. Posteriormente compus a música que deveria ser apenas musical, logo percebi que para a música dar certo ela teria que ter uma parte cantada. Unir as palavras daquele velho poema com a música foi um processo muito natural. Quando comecei a compor a parte cantada da peça, o pensamento imediatamente foi para essas palavras, o resto evoluiu bem naturalmente sem muito esforço.
– Descreva o arranjo desta música. A música originalmente deriva da virada rítmica da guitarra que, junto com o baixo e a bateria, representam uma espinha dorsal bastante sólida e importante da música, na verdade, tudo gira em torno desses três elementos primários. O piano, os sintetizadores, os vocais e as guitarras solo são elementos secundários que poderiam ser eliminados ou substituídos por outra coisa sem criar problemas particulares ao curso geral da música, caso contrário, não é possível fazer o mesmo com um dos três elementos primários sem comprometer a eficácia e a substância da música.
– Há alguma curiosidade que você gostaria de destacar? Uma curiosidade que me aconteceu, e que eu não esperava, foi o tempo que dediquei para criar o efeito do batimento cardíaco que abre e fecha a música, de fato escutei centenas de samples sem encontrar ninguém que correspondesse à ideia que eu tinha em mente, no final tive que desistir e no estúdio construí o som à mão com um sintetizador e uma série de delays e reverbs devidamente ajustados para dar aquela sensação de suspensão que eu buscava. Às vezes coisas aparentemente simples demoram muito para serem realizadas, mas o oposto também é válido, de fato aconteceu de eu escrever rapidamente algumas passagens muito articuladas e complexas que ao ouvir facilmente nos deixariam imaginar um tempo muito longo de concepção.
Respostas Andrì
PASO – “Balaton Dub” – (Hungria) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música, em resumo? Essa é uma versão em reggae de uma música folclórica tradicional húngara, parte de um projeto liderado por Victor Rice, duas vezes vencedor do Grammy, que se uniu à banda de ska húngara Pannonia Allstars Ska Orchestra para cruzar o folclore húngaro e a música caribenha.
– O que diz a letra e qual sua mensagem ao mundo? O amor e a saudade são o tema das letras tradicionais e contemporâneas. Nada pode se interpor entre os dois amantes, nem mesmo o grande lago chamado Balaton.
– Musicalmente, como você a descreve? Você trouxe alguma inovação com esta música? Musicalmente, é um reggae influenciado pelo folk. É possível ouvir instrumentos tradicionais como o hurdy-gurdy, o violino e também a cantora folclórica Fanni Nádasdy. Por outro lado, a banda de apoio está usando os instrumentos clássicos das bandas jamaicanas de ska e reggae e Lord Panamo, o mestre, também está cantando em patois (inglês jamaicano).
– Fale sobre o vídeoclipe. Esse vídeo está capturando a mixagem de dublagem ao vivo da música. Você pode ver as mãos do mestre de dublagem Victor Rice enquanto ele adiciona efeitos e mixa as faixas.
– O que esta música diz sobre o seu país, a Hungria? Para ver a gravação original da mesma música, clique aqui: http://youtube.com/watch?v=7Y5ZhTRrAa4
Você pode saber mais sobre os instrumentos tradicionais do país e também sobre o Balaton, o maior lago da Europa Central.
Se tiver alguma dúvida, entre em contato comigo.
Respostas PASO
VergMafia – “Your Type” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Você tem que apresentar esta música a uma amigo, o que diria? E o que esta música diz ao mundo? Se eu mostrasse minha música “Your Type” para um amigo e para o mundo, eu expressaria que ouvindo essa música com os ouvidos abertos eles poderiam potencialmente ressoar com sua criança interior e ver essa música como algo que eles poderiam manter perto e se divertir. Seu tipo traz à tona sua vulnerabilidade com bom espírito. O que outros podem ver como fraqueza, outros vêm como força.
– Como e por que a música surgiu? No processo de escrever esta música, levei-me de volta a uma época da minha vida pessoal, crescendo em uma família só de mulheres e com um pai ausente. Eu acreditava que escrevê-lo a partir da perspectiva desses fortes modelos femininos que tive em minha educação fazia mais sentido mostrar o caso dessa forma.
– O que temos da música e cultura norte-americana nesta música? “Your Type” pretende trazer esperança e alegria às pessoas. Mostra que não importa quanto dinheiro alguém possa ter, ele acaba desaparecendo quando o amor chega. Você pode ser um sem-teto e ainda ser “rico” com a pessoa certa ao seu lado. Acredito que todos devemos nos conectar uns com os outros, não importa as circunstâncias. O dinheiro desempenha um papel importante na vida, mas o que acontece quando você tem tanto dinheiro e não tem ninguém com quem compartilhá-lo? A conexão humana, encontrar o amor verdadeiro no parceiro, nos amigos e na família é o que traz a verdadeira felicidade neste mundo em que vivemos.
Respostas VergMafia
Tanya Shakison – “In My Dreams” – (Holanda) – [MINI ENTREVISTA]
– O que diz a música, e qual sua mensagem? Todo mundo sabe que você não pode ter tudo. E todo mundo deve ter passado pela experiência de se apaixonar por alguém que nunca será seu. Mas ninguém pode impedi-lo de sonhar com seu amor. E enquanto os sonhos não machucarem ninguém, por que não aproveitar esses sonhos?
– Como e por que esta música nasceu? Escrever uma música é uma aventura. Eu sei que Tanya adora cantar músicas relaxantes com groove. Então esse é meu ponto de partida. Mas depois de escrever uma música básica, a verdadeira aventura começa: o baterista, o baixista e o guitarrista dão suas contribuições, o que pode mudar completamente a música. Mas a voz de Tanya é sempre a cereja do bolo.
– Musicalmente, como você a descreve? É uma música relaxante com um toque de soul e funk. Um pouco oldskool.
– Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar? Esta é a nossa quinta música. E estamos cheios de inspiração e ansiosos para descobrir em que direção nosso estilo se desenvolverá. Então acompanhe Tanya Shakison de perto: há muito mais por vir.
Respostas Tanya Shakison