Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 64ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
Antone Proler – “I’ve Got The Keys To Heaven” – (EUA)
O cantor norte-americano Antone Proler lançou recentemente o EP de originais “Hallowed Halls Presents: Antone Proler”. O trabalho, disponível nas plataformas de streaming, tem algumas características a serem grifadas de tão interessantes que são. A ideia do artista, que teve ao seu lado uma Big Band de instrumentistas e na ficha técnica, era de criar canções atemporais, mas que nos remetesse à magia dos discos de swing dos anos 50-60, bem como toda a elegância daquela época. Gravado ao vivo e com equipamentos analógicos, o EP tem quatro faixas, e nós deixamos a canção “I’ve Got The Keys To Heaven” (1ª faixa) como recomendação para você conhecer este novo trabalho de Antone. Confira!
MINI ENTREVISTAS
The Soldier – “Shut Up!” – (EUA | Brasil)
– Em resumo, o que é essa música? É uma ideia finalizada que esteve em construção por 2 anos.
– O que as letras nos contam? Elas falam sobre um personagem que está tentando não ter medo nem dúvidas, mas contudo a narrativa termina com um final feliz.
– Comente sobre o som do single, as referências. A característica principal, para mim, é a guitarra de Augusto com um estilo parecido com bossa nova. Eu tentei transmitir isso na mixagem e na masterização para alcançar um som relaxante, mas eu sabia que os vocais também precisavam se destacar. Nosso amigo, Fabiano Da Silva, tocou cavaquinho e guitarra de ponte quando levamos a música para ele, e eu me certifiquei de criar um ritmo com uma sensação de hip-hop, mas ao mesmo tempo quis incorporar um pouco de uma das bandas favoritas de Augusto, Caravan Palace, na música – por isso usei alguns sons estranhos para a percussão. A música termina com uma linha de guitarra elétrica envolvente que eu achei que mostrava confiança durante o refrão final.
– Existem fatos interessantes ou histórias sobre esse lançamento? Essa é a primeira música que escrevemos que trouxe ideias de algum tipo de mundo paralelo. sentimos que não precisamos compartilhar nada sobre nossas opiniões, crenças ou valores, mas sim nos concentrar na qualidade da música. Mas nossas ideias evoluíram para uma história estranha, sábia, mística e de ficção científica, com um protagonista que não é humano, mas ainda é destinado a ser um personagem universal em que qualquer um pode mergulhar e se sentir no lugar do personagem. Mesmo que seja difícil não se sentir responsável pelas emoções do ouvinte, queremos apenas nos divertir com nossa música no final do dia e esperamos tocar para muitas pessoas num futuro próximo.
Respostas de Hunter Gorgas com tradução de Augusto Jonas (embos integrantes da banda)
Steve Campbell – “I Will to Love” – (Canadá)
– Em resumo, o que é esta música? O que a letra nos diz? A música “I Will to Love” é a história de um jovem que se recusou a desistir do amor durante as dificuldades de relacionamento durante a pandemia.
– Qual sua mensagem central? A mensagem central desta música vem do versículo 2. Mesmo quando discordamos sobre um assunto, precisamos de determinação para continuar a amar como amigos.
– Por que e como esta música nasceu? escritor Steve Campbell estava preocupado com os efeitos negativos para relacionamentos e famílias causados por grandes desentendimentos sobre vacinas, isolamento, mascaramento, etc. O escritor/artista não lançava uma música há 40 anos, mas viu isso como uma oportunidade de encorajar o amor entre nós.
– Comente sobre a sonoridade do single, as referências. O artista comprou um novo computador e um programa de software para gravar esta música em casa. As amostras, incluindo piano, bateria, baixo e cordas, vieram com o programa. Há uma guitarra feita à mão muito original de Cuba chamada Tres Cubana que foi usada para algumas partes. Algumas outras partes de guitarra foram executadas pelo filho do artista.
– Há alguma curiosidade ou história interessante sobre este lançamento? Embora a esposa do artista não queira os créditos, ela foi muito útil para ajudar o artista com as letras. Nessa época de sua vida, ela estava em tratamento para um grave problema de saúde.
Respostas de Steve Campbell
MAXKDCH – “I am so Sympathetic” – (França)
– Em resumo, que música é essa? Esta música é o terceiro single do meu álbum solo de piano intitulado “FREE PIANO, Spring 5783”, lançado em 16 de junho [2023]. Eu escolhi essa faixa como single antes do lançamento do álbum.
– Existe uma mensagem atrás do instrumento? Ao longo de todo o álbum, selecionei títulos que simbolizam acontecimentos marcantes do meu ano de 2022, como um diário. O ano foi repleto de fracassos e vitórias, exigindo de mim muita resiliência. Esta peça em particular inspira-se na minha descoberta do aspecto “simpático” da minha personalidade.
– Comentar o som do single, as referências. O som deste single vem da minha busca inicial por um tema para um Drill instrumental para um rapper. Acho que carrega uma essência latina, principalmente com seu ritmo sincopado. A peça compreende uma série de variações sobre esse tema, com uma seção contrastante no meio inspirada nos Concert Studies de Liszt. Há várias referências na composição, incluindo a influência de Liszt e uma seção com arpejos que lembram o estilo de Philip Glass. Apesar de seus elementos contrastantes, a peça mantém uma estrutura coerente para o ouvinte seguir, com o tema recorrente servindo como fio condutor.
Respostas de MAXKDCH
Jacques Bailhé – “That Seersucker Suit” – (EUA)
– Resumindo, que música é essa? “That Seersucker Suit” é uma sedutora faixa de jazz blues com solos de trompete, sax e Fender Rhodes.
– Qual é a ideia e o tema por trás do instrumental? Esta é a 6ª faixa do meu álbum intitulado “Shiva in flagrante”, na qual uma Harley-Davidson montando o deus hindu Shiva começa sua sedução da deusa Parvati, levando ao nascimento de seu filho na faixa final do álbum, “The Facts of Creation”.
– Há alguma história ou curiosidade interessante sobre o lançamento? Esta e outras faixas do álbum foram escritas ao longo de alguns anos simplesmente como um relaxamento divertido das peças clássicas que eu estava escrevendo. As faixas eram todas improvisações lúdicas e experimentos de orquestração, mas depois se transformaram em um projeto de álbum. O jazz é, claro, um gênero baseado na improvisação que permite liberdades e técnicas de performance que não são realmente possíveis com uma orquestra tradicional. Essa liberdade agora inspira toda a minha música, permitindo-me misturar gêneros, dobrar formas tradicionais ou inventar novas, e deixar minha imaginação ir aonde quer que ela me leve.
Respostas de Jacques Bailhé