[ENTREVISTA] Bianca Alimonti e sua arte como propósito de vida

(Bianca em um de seus momentos de criação)

Bianca Alimonti é uma paulistana apaixonada pela arte desde muito cedo. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo, o que também influenciou seu trabalho. Mas, em certo momento de sua vida, decidiu levar a arte como propósito de vida.

Sua criações, suas obras-primas e seus processos criativos chamaram muito a nossa atenção. Por isso, realizamos uma entrevista com a artista. Veja a seguir:

(Quadros de Bianca)

Você formada em Arquitetura e Urbanismo. Na sua opinião, qual a relação dessa formação com as artes em geral e com seu trabalho artístico?

Compreender as artes e sua relação com a arquitetura e urbanismo, possibilita um conhecimento estético mais apurado, além de uma visão funcional, entendimento de dimensão e perspectiva. A incorporação de peças de arte nos projetos arquitetônicos pode contribuir com a valorização do resultado.

As artes tem o poder de transmitir emoções que se manifestam de maneiras diferentes, com olhar e sensibilidade próprios.

Todos os conhecimentos adquiridos na minha formação de Arquitetura e Urbanismo, auxiliam na harmonia como um todo e contribuem na composição de texturas e cores no processo artístico.

Com quantos anos sentiu interesse pela arte? E como chegou as técnicas para pintar com tintas acrílicas?

A arte faz parte da minha vida desde sempre, existem muitas lembranças que tenho desde pequena, que são muito marcantes. Lembro do sentimento que foi quando recebi presente da minha tia com 10 anos, que era uma cestinha com várias tintas óleos, a emoção era de encantamento, e foi uma reação intensa de que era isso realmente que eu amava de fato, que faria sentido e significaria algo importante pra mim, já nessa ocasião tive aulas com uma artista plástica e fiz alguns trabalhos que presentei a minha família, onde seguia a linha de pintura com temas mais sobre a natureza, mas sempre tive uma vontade de fazer abstratos, que logo se tornaram a minha paixão.

É muito estimulante o processo, pois a obra vai se relevando aos poucos, ela possui uma dinâmica própria que aparece só no final.

Essa minha busca de aprimoramento com técnicas veio de inspirações internacionais, com a arte fluida, que fui aprofundando na composição de adaptações dos materiais, para uma técnica própria.

Minhas obras estão sempre transmitindo movimentos, que me fascinam do começo ao fim. Estou diante do propósito da minha alma conectada, transbordando a essência.

Busca de aperfeiçoamento não tem fim, é permanente.

Qual a importância do uso da resina no seu trabalho como artista?

A resina é um material determinante na qualidade do acabamento de cada obra de arte, ela permite realçar as tonalidades das cores, além da proteção da tela na finalização do trabalho.

(Bianca Alimonti ao lado de um de seus quadros)

Você diz que se tornou uma artista autodidata, certo? Fale um pouco sobre isso.

Sim, o esforço particular junto com a determinação da busca na técnica própria, veio por eu ser uma pessoa curiosa, fiz diversas pesquisas e testes de materiais, que essa minha força de vontade e persistência me fizeram evoluir como artista e cada vez mais estar em busca de aprimoramento na qualidade do meu trabalho.

Reconheço a arte fluida abstrata de forma natural.

O ato de pintar, eu entendo como uma expressão que tem uma linguagem e um alcance que independe de idioma, é universal, uma conexão sublime, atinge uma outra frequência além dos códigos da comunicação e o meu estilo lida com a criatividade e imaginação de quem vê as obras, sem impor uma forma definida de desenho.

Quais são suas obras primas? Como você desenvolve seu trabalho do início ao fim?

As matérias primas são: telas, tintas acrílicas, produtos que me auxiliam na fluidez entre as tintas, elementos como água e fogo, com o uso de maçarico e a resina. Um dos diferenciais do meu trabalho, é não precisar de pincéis em nenhuma das etapas.

O início do processo é com música ambiente no meu ateliê, as obras são desenvolvidas e elaboradas do zero, com a possibilidade do cliente que solicita um trabalho sob encomenda, escolher uma paleta específica de cores de acordo com a decoração, mas o resultado é surpreendente.

Separo os materiais, mas a quantidade de tinta que irei utilizar é de forma intuitiva, sentindo a necessidade durante o processo. O tempo de duração de cada obra é variado. Os materiais são usados intercalados, e não existe uma sequência entre os materiais, podendo se repetir.

Eu acredito muito nas questões de energia, eu faço com muito amor, transbordando essa energia através com muita atenção, respeito, de forma expressiva em cada detalhe.

Quais são seus planos para o futuro como artista?

Ampliar meu portifólio, conseguir alcançar e conectar pessoas cada vez mais com a minha arte, participar de mais exposições nacionais e migrar para as internacionais, expandir o meu campo de pesquisa, pois acredito que estamos sempre em evolução e nada é estático.

Você tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva seu trabalho para nos contar?

É como se houvesse uma comunicação entre a obra e comigo, é um momento muito especial, divino eu diria, faço meditação em cada obra antes de começar,

No processo da arte eu deixo fluir o curso orgânico das tintas, as coisas tem uma trajetória própria, espontâneo, com infinitas possibilidades de combinações. Acredito que os sentimentos bons que estou vivenciando naqueles instantes, vão de encontro com a pessoa recebe a obra, é algo que transmite muitas emoções.

Fique à vontade para falar algo que eu não perguntei e que você gostaria de ter dito

Gostaria de expressar o meu agradecimento pela oportunidade de falar sobre o meu trabalho como artista plástica e meu desejo que as artes em geral, façam parte do cotidiano ambientes sociais e urbanos… sempre!