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Guerras pelo mundo, sejam elas por meio de armas de fogo ou pela miséria, vem causando uma questão pertinente ao mundo atual: a migração. No nosso Brasil, por exemplo, os números são altos, seja latino-americanos, caribenhos ou de outras regiões do mundo, como o oriente médio. Em colapso, essa situação também é motivo para que alguns artistas se olhem para o outro, e busquem uma solução, ainda que ela venha da arte.
É desse princípio de ser um instrumento de conscientização e de resistência, que a brasileira Tainah Dadda teve a genial ideia de criar uma peça, que mais tarde veio a se chamar “Manual Para Náufragos”, que está sendo exibido pelo Festival de Teatro Virtual da Funarte (Fundação Nacional de Artes), estando em cartaz no Youtube.
O projeto gaúcho surgiu por meio da vivência pessoal de Tainah, que atualmente reside em Portugal. Apesar de não ser fugitiva de guerra ou da fome, Tainah sentiu na pele questões semelhantes, tais como a quebra de identidade, a falta de liberdade, a xenofobia, entre outros.
“Essas drásticas mudanças no trânsito entre fronteiras geográficas acabou potencializando questões inerentes ao processo migratório, como a solidão, o medo, as relações de alteridade, o sentido de identidade, liberdade, além de fortalecer a já ascendente xenofobia que avança com o extremismo político no Ocidente. Passei a observar isso ainda em Porto Alegre, com a reação à migração haitiana e senegalesa, principalmente, à capital gaúcha. E o mesmo acontecendo aqui na Europa em decorrência de diversas crises em muitos países”, expõe a diretora da peça.
No momento de escrever o texto, que é assinado por Nicolas Beidacki, foram utilizados relatos reais, mas também imaginários, para que o personagem principal (e único em cena) pudesse mostrar, com avidez, a vida de um migrante. Quem dá vida a esse personagem sombrio, mas cheio de sonhos, é o ator Eduardo d’Ávila.
Antes de fechar essa reportagem, vale dizer que assistir a “Manual Para Náufragos” é como viajar, de mãos dadas com a linguagem poética, para o mundo dessas pessoas que “perderam a guerra” e “iniciaram uma nova”.
FICHA TÉCNICA
Direção: Tainah Dadda
Atuação: Eduardo D’Ávila
Dramaturgia: Nicolas Beidacki
Direção de Fotografia e Color Grading: Lívia Pasqual e Juliano Moreira
Trilha Sonora Original: Luciano Mello
Iluminação: Casemiro Azevedo
Cenografia: Rodrigo Shalako
Figurino: Gustavo Dienstmann
Assistente de Direção e Montagem: Thais Fernandes
Som Direto: Raysa Fisch
Mixagem: André Paz
Identidade visual: Patrick Tedesco
Acessibilidade: CPL Soluções em acessibilidade
Transporte de Equipamentos: André Lima Dias
Produção: Cena Expandida e T.E.L.A
Músicas Escritas e Executadas: Luciano Mello