(Os adolescentes Raphael (Rickson Tevez), Rato (Gabriel Weinstein) e Gardo (Eduardo Luiz), os aventureiros heróis do longa)
O que esperar de um filme nacional dirigido por um estrangeiro? Com certeza “Trash – A esperança vem do lixo” foi um acerto para entendermos o ponto de vista que alguém de fora possa ter sobre nosso país, em especifico da cidade do Rio de Janeiro.
O ROTEIRO
(Cena em que o lixão se encontra com milhares de notas de cem reais, e que mostra o divertimento dos personagens que agraciam a trama)
A História se baseia no livro de mesmo nome lançado em 2010, escrito por Andy Mulligan, onde no filme, dirigido pelo indicado ao Oscar, Stephen Daldry, narra a trajetória dos personagens adolescentes que vivem no lixão carioca e acabam por se envolver em uma conturbada situação envolvendo um político.
(Wagner Moura no papel de José Ângelo, no início do filme)
Mas não deixe se enganar, porque esse seria apenas o fundo do roteiro, o principal é o relacionamento dos garotos Raphael (Rickson Tevez), Rato (Gabriel Weinstein) e Gardo (Eduardo Luiz) que têm como desafio resolver um enigma que envolve um carteira perdida pelo personagem de Wagner Moura, José Ângelo, logo no início do filme.
A AVENTURA
(Selton Melo interpreta o investigador Frederico)
A partir daí os garotos passam a andar por toda a cidade atrás das pistas encontradas na carteira. O filme tem um aspecto aventureiro que lembra clássicos dos anos 80 e 90 ,mas que diferente deles não devem ser interpretados como infantis, já que lida com questões como a violência e desigualdade.
A CRÍTICA
(Capa do filme)
O diretor soube utilizar de forma sutil a presença dos astros internacionais, Rooney Mara e Martin Sheen que interpretam os personagens Olivia, uma professora estrangeira, e Padre Juilliard, que tem certa importância com o decorrer do longa, principalmente qundo se dispõe a ajudar os garotos em momentos chave da história. Por se passar no Rio de Janeiro pode esperar por rápidas e boas sequencias de perseguição dentro das favelas.
Acredito que o único incomodo foi que o trailer deixou totalmente focado na presença constante dos atores de maior renome, o que não aconteceu. Selton Mello aparece interpretando o investigador Frederico poucas vezes, o que me fez sentir enganado, porque tive a impressão inicial de que ele teria maior envolvimento no decorrer da trama. O mesmo acontece com Wagner Moura, que foi um imenso desperdício apesar de estar bem contextualizado na trama.
PROVA DE QUALIDADE DO CINEMA BRASILEIRO
“Trash – A esperança vem do lixo” realmente deixa esperança de que o cinema nacional pode contar boas histórias ao nível internacional, ainda que caia em recorrentes clichês do nosso cotidiano, ele deve ser visto com ar de superação e ser apreciado por nós brasileiros. E acima disso ser respeitado como uma história que expressa a nossa cultura e capacidade de seguir em diante mesmo com as adversidades do dia-dia.