8 de dezembro de 2024
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Vá e Veja ou Mate Hitler

Falas do filme:

Homem #1: “Você é um otimista desesperado.”

Homem #2: “Ele deveria ser curado disso.”

Eu particularmente considero “Vá e Veja” o melhor filme de guerra já feito na história. Lançado em 1985, o filme trás um retrato da segunda guerra mundial do ponto de vista dá união soviética. Bom, não necessariamente dá união soviética, mas dos camponeses que foram chamados para a guerra quando a Alemanha invadiu a Rússia. O filme foi dirigido por Elen Krimov.

Florya Gaishun (interpretado por Alexei Jewgenjewitsch Krawtschenko) é um garoto de quatorze anos que não via a hora de entrar em combate. Servir seu país lutando contra os nazistas. Mas depois de ser deixado para trás por seus comandantes, ele conhece os verdadeiros sabores da guerra: o medo, desespero e perdas.

O desenvolvimento dos personagens aqui é primoroso. Nós começamos a história com um garoto cheio de vida. Cheio de vontade de fazer algo. Lutar por alguma coisa. Mas, conforme fomos avançando na história, vemos a devastação total do garoto. Vemos que não têm nenhum glamour na guerra. Não há o que comemorar. A mãe do protagonista implora por deus para que ele não vá. “Você não tem coração?!”, diz ela. O que significa que mais alguém da família foi e não voltou mais. Ela está cansada de perder. O gosto da perda é amargo. Não é doce. Não é agradável. É um gosto terrível que paira sobre a boca. O que esse garoto passa durante filme é o verdadeiro INFERNO. Em certos momentos, ele precisa atravessar um pântano gosmento com soldados alemães atrás. Ele precisa fugir dos bombardeios. Ele precisa evitar ser capturado. Entre os gritos e lacrimas (não só dele, mas dos outros camponeses) o seu sorriso vai desaparecendo. Dando vida a uma cara de medo, angústia e desespero.

A uma garota que Florya conhece no acampamento. Seu nome é Glasha (Interpretado por Olga Miranova. Infelizmente, foi o único longa metragem dela.) Ela também foi deixada para trás. Os dois passam a Tentar sobreviver sozinhos no meio de uma guerra. Em momentos do filme, os nazistas colocam as pessoas num celeiro e atiram granadas lá dentro. Queimam as pessoas vivas. Eles fazem tudo isso enquanto comem, festejam, cantam e escutam música. Em certo momento, uns deles colocam o Florya de joelhos, colocam uma arma na cabeça dele e pedem para que tirem uma foto.

O filme não glamourisou a guerra. Nem escolhe lados. Serve como um lembrete que os únicos que sofrem são os inocentes. O medo de morrer está presente em ambos os lados. No caminho, Florya encontra alemães a beira da morte. Chorando e implorando pela vida.

O filme extremamente pesado. Não pela violência gráfica, mas pelo drama psicológico. É quase um terror psicológico. Está jornada destrói o protagonista completamente até não sobrar mais nada.

O Filme tem 2h e 22 Minutos. O áudio é mono. A proporção da tela é de 1:37:1. O que piora bastante a tensão. Já que a tela fica estreita. Quando vida a claustrofobia. A câmera usada foi uma Arriflex 35BL III CK-1 SC-1 STEADICAM. O Formato negativo é de 35 mm. Foi filmado em ordem cronológica.

O nome original do filme “Vá e Veja” era “Mate Hitler“. No entanto, teve que ser trocado porquê foi determinado impróprio. O mate Hitler é uma metáfora para “Mate a Guerra”!!

O título deste filme é derivado do Novo Testamento da Bíblia. É do Capítulo 6 do Livro do Apocalipse (também conhecido como O Apocalipse de João, também conhecido como A Revelação de São João, o Divino, também conhecido como A Revelação de São João). Diz: “E quando ele abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal dizer: Vem e vê. E olhei, e eis um cavalo amarelo: e o nome que estava montado nele era Morte, e o Inferno o seguiu. Com ele. E foi-lhes dado poder sobre a quarta parte da terra, para matar com a espada, e com a fome, e com a peste, e com os animais da terra.

Munição real foi usada no filme “Vá e Veja” – em entrevistas, o ator Aleksey Kravchenko descreveu balas reais passando cerca de 10 centímetros acima de sua cabeça.

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Olá! Meu nome é Tiago Santos Souza e sou um apaixonado cineasta, roteirista, escritor, jornalista freelancer e autodidata. Minha paixão pela sétima arte me levou a explorar o mundo do cinema, onde tenho a oportunidade de contar histórias e envolver o público em uma experiência única. Como roteirista, mergulho nas profundezas da imaginação para criar narrativas cativantes e personagens empolgantes. Além disso, minha dedicação como escritor me permite expressar minha criatividade através das palavras, tanto em projetos literários como em artigos jornalísticos. A busca constante pelo conhecimento me tornou um autodidata, nunca deixando de aprender e evoluir. Sou movido pelo desafio de me reinventar e ir além das minhas habilidades. Com a minha versatilidade e paixão pelas artes, estou sempre aberto a novas oportunidades que me permitam explorar diferentes formas de contar histórias e transmitir emoções.