5 de novembro de 2024
Edições Google News

1ª Edição da Revista Arte Brasileira

A Arte Brasileira foi criada em julho de 2014, quando eu, Matheus Luzi, encerrava o primeiro semestre de Comunicação Social (com habilitação para Jornalismo). Até 2016 (data da criação deste site), a Revista se desenrolava em off, com uma teimosia em ser impressa. Contudo, minha imaturidade jornalística e pessoal à época impossibilitou essa missão. Assim, eu fiz o que pude para, ao menos, lançá-la no formato digital e com características de impressa, como diagramação e capa, entre outros elementos. Logicamente que estas edições não vingaram, mas foram os primeiros passos.

Já com o site criado, a Revista tomou forma e passou a circular na internet. Aos poucos, ganhou vida, reconhecimento e maturidade. Nos anos posteriores a 2016, insisti no formato impresso e, como fruto desta insistência, a Arte Brasileira ganhou novas edições digitais. Ao todo, foram 8. Nenhuma vingou, novamente. A luta permaneceu e este formato impresso foi guardado conscientemente para um futuro que eu esperava ser mais próspero. Este futuro, que antes era distante, agora me parece muito próximo.

Eu, como editor, e a Revista Arte Brasileira, estamos mais maduros, conscientes de onde estamos, do que podemos fazer com o que temos em mãos e de onde podemos chegar. O mercado de 2023 está difícil para nós, jornalistas e indústria jornalística, temos redes sociais cada vez mais fortes, monopolizando os espaços de informação e formação, plataformas como ChatGPT assumindo funções antes exclusivas do ser humano, entre outros desafios. Entretanto, estamos aqui para resistir, fazer jornalismo cultural em meio à tantos empecilhos.

Desde 2022, a Arte Brasileira vem passando por uma reestruturação em sua forma de viver, em seu jeito de se comunicar e sua postura. Muitas mudanças aconteceram, sem perder a essência do projeto, mas cada passo foi demasiadamente lento. O passo mais importante, no entanto, foi, enfim, conseguirmos publicar uma edição real, mas, desta vez, sem capa, sem diagramação, sem essas características. Quem não tem cão, caça com gato, e é, entre outras, uma frase que define muito bem esta primeira edição. Como já disse, estamos conscientes de onde estamos e para onde queremos ir. Creio que o fundamental mesmo é entregar um bom conteúdo, independente do formato. E foi exatamente este o nosso objetivo com esta primeira edição.

É importante explicar rapidamente o funcionamento daqui para frente. Todo mês será uma nova edição da Arte Brasileira. Tudo o que for publicado no mês X, será equivalente a edição daquele mês. Já para este mês de julho, iremos iniciar o projeto de programas por áudios (leia-se podcast), que terá extensão também no site. E a edição completa será apresentada como esta primeira edição, com uma publicação que reúne todas elas após o final do mês.

Tenho convicção de que esta 1ª edição não será perdida e descontinuada. Tenho convicção de que aquele menino sonhador de 2014 não estava enganado, ele realmente iria conseguir realizar seu sonho: A Revista Arte Brasileira.

Fique agora com as matérias da 1ª edição!

Daqui 50 anos, iremos comemorar algum lançamento ou estaremos apenas idolatrando os velhos ídolos de hoje?

Esta publicação vem de uma leitura recreativa e não intencional que fiz na Revista Continente (ao qual me refiro sempre com grandiosidade, respeito e admiração. A Continente faz um jornalismo sério e dedicado, difícil de se ver no mundo digital de 2023. A reportagem ao qual me refiro é “O LADO BRILHANTE DO PINK FLOYD”, publicada no dia 1 de março deste ano com o intuito de aproveitar genialmente a efeméride dos 50 anos de lançamento do disco “The Dark Side Of The Moon” (Pink Floyd), um clássico da música internacional.

Escrita e ilustrada pelo programador, mestre em Ciências da Linguagem, designer e músico Yellow, a reportagem é um pouco extensa para os parâmetros do século XXI. Após 27 parágrafos de informações riquíssimas e bem redigidas, deparo-me com a última parte da publicação, esta que se distraí do enfoque principal (o disco) e se aventura numa reflexão que levou-me a não terminar a leitura, não por um ponto final. Este encerramento é uma provocação, não uma conclusão, como se costuma esperar de finais de textos.

Continue a leitura

Maringa Borgert guia passeio pela história, cultura e artes do Mato Grosso do Sul

Cultura Sul-mato-grossense

O Mato Grosso do Sul é um estado independente e unidade da Federação desde o final dos anos 1970 quando se desmembrou oficialmente do Estado de Mato Grosso. O Estado não é frequentemente iluminado pelos holofotes da imprensa e da população brasileira como um todo. Alguns fatores colaboram: o Estado é novo se comparado aos demais; sua população é relativamente pequena (pouco mais de 2.700 milhões de habitantes, segundo dados do último levantamento do IBGE); e está localizado na região Centro-Oeste, longe dos litorais e dos grandes centros. Porém, por trás desta região, há uma história, cultura e artes únicas, que já se desenhavam muito antes do desmembramento do Estado de Mato Grosso.

Se Mato Grosso do Sul tem sua importância menosprezada muitas das vezes, as artes, a cultura e a história deste Estado e do seu povo carece de reconhecimento à nível nacional. E é a partir desta problemática que surgiu a iniciativa da Arte Brasileira em produzir um conteúdo a fim de jogar luz às estas questões. Para isso, recebemos como entrevistado o instrumentista, cantor e compositor paranaense Maringa Borgert, radicado em Três Lagoas (MS) desde 2011. Em poucas (e riquíssimas) linhas, o artista nos proporcionou um passeio dinâmico por Mato Grosso do Sul. Desta forma, é Maringa Borgert que irá nos guiar nesta aventura sul-mato-grossense.

Continue a leitura

Uma história que esperou 200 anos para ser contada – Por Victor Mascarenhas

Há 200 anos, mais precisamente no dia 7 de setembro de 1822, nas margens plácidas do riacho Ipiranga, D.Pedro deu um brado retumbante e declarou a Independência do Brasil, revoltado com cartas vindas de Portugal. Todo mundo conhece essa história e personagens como a princesa Leopoldina e José Bonifácio, mas pouco se sabe sobre a aventura do correio geral da Corte Paulo Bregaro e do major Antônio Cordeiro, os mensageiros que levaram as cartas ao príncipe. Essa viagem da dupla de mensageiros é o eixo central do meu novo livro, “Sete dias em setembro”, um romance histórico que tem como cenário um dos períodos mais turbulentos da historia do Brasil e do mundo.

A proposta do livro não é recontar pela enésima vez a narrativa oficial. A ideia é levar o leitor para uma aventura num país que lutava para começar sua própria história, num cenário que tem muitos paralelos com o Brasil atual, que de tão polarizado mal conseguiu comemorar o bicentenário da independência em 2022.

Continue a leitura

MÚSICA CAIPIRA: Os caipiras de 1962 ameaçados pela cultura dos estrangeiros

Música Caipira
Música caipira

Em 1962, Tião Carreiro e Carreirinho, dois estranhos se comparados ao mundo da música nacional e internacional, lançavam o LP “Meu carro é minha viola”. As quatorze faixas desvendavam um Brasil talvez meio “ridículo” aos olhos de muitos, tratava-se da cultura caipira, da música caipira, do homem caipira. Entretanto, o “ridículo” tratava-se apenas de um preconceito bobo, sem fundamento legítimo. A música caipira gravada por estas feras, artistas da mesma safra de duplas como Tonico e Tinoco, Liu e Léo, entre outros, era ricas em conteúdo, originalidade e essência brasileira, com um retrato do homem rural, seu cotidiano, aspirações e relações com o urbano.

(1) Essa pequena afirmação nos prepara para perceber que “de bobo e ingênuo, caipira não tem nada”. (2) Os calorosos anos 1960 já experimentavam grandes transformações de vários setores Brasil afora, a globalização já era um acontecimento. Ao juntarmos essas duas frases temos uma preocupação nítida por parte dos artistas brasileiros à época, sempre preocupados com a brasilidade: o medo latente de que a música e cultura estrangeira invadisse as nossas. É ai que raia o sol de “A Viola e o Violeiro’, a 9ª faixa do LP “Meu carro é minha viola”, o assunto desta reportagem.

Continue a leitura

A literatura feminina e os seus desafios

LITERATURA FEMININA: Eu fiquei sem escrever algo concreto por dois meses. Um bloqueio talvez ocasionado pelo meu anseio por coisas novas. E de repente me deparo com um livro, o e-book chamado “Mulher Do Fim Do Mundo”. Neste livro, encontrei diversas mulheres numa sociedade opressora. Uma sociedade que oprime a nós mulheres. E essa opressão nos traz danos psicológicos. 

Mas eu arrisco dizer que a Mulher não é do fim do mundo e sim a mulher do mundo. O mundo sem a mulher não funciona.

Continue a leitura

CONTO: A ansiedade do vovô na hora que o cometa passou (Gil Silva Freires)

Seo Leonel tinha nascido em 1911, um ano depois da primeira passagem do cometa de Halley neste século vigésimo. Dessa maneira, como já é de se imaginar, Seo Leonel não teve a menor chance de assistir ao espetáculo astronômico.

Mas Seo Leonel, quando se fez garoto e foi informado de que o Halley cortava os céus a cada 76 anos, começou logo a fazer as contas. Estava com oito anos, o cometa tornaria a passar dentro de mais 67 anos, em 1986. Ele precisava, portanto, atingir razoável longevidade se quisesse ver o cometa dar o ar da graça.

Continue a leitura

administrator
Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.