8 de dezembro de 2024
Entrevista Humor

[ENTREVISTA] A diária comédia de Talokudo

De origem potiguar, o jovem Talokudo, cujo nome de batismo é Antonio Edson Oliveira dos Santos, é um comediante que não tem nenhuma pretensão em largar a vida de provocar sorrisos e alegrar o dia das pessoas, na maioria das ocasiões, pelo Youtube e pelas redes sociais, plataformas que já alcançou mais de 240 mil seguidores e milhões de visualizações.

Ainda como Antonio, o jovem mossoroense teve seu lado artístico despertado na infância, quando vendia para seus colegas da escola os desenhos que fazia, e depois, na adolescência, participou de apresentações musicais em bares de sua cidade, além de integrar parte de um grupo de capoeira.

Com a chegada dos 16 anos, o comediante sentiu a necessidade de deixar as “brincadeiras” de lado e assumir a carteira assinada como motoboy, e assim foi feito. Naquele mesmo ano, em 2006, o jovem motoboy recebeu a proposta que mudaria os rumos de sua vida.

O convite se tratava de uma proposta de uma empresa do Canadá que gostaria de associar seu tímido canal do Youtube ao grupo. Proposta aceita, Antonio passa a ser chamado por “Talokudo” durante participação no programa Espaço 7, da TV Mossoró. Com o investimento e algumas mudanças provocadas pelo grupo investidor, os vídeos de Talokudo chegaram a atingir mais de 10 milhões de views no Facebook e mais de 1 milhão no Youtube, com a inusitada versão do clipe “Porque homem não chora”, original do cantor Pablo do Arrocha.

Já em 2015, o artista estreou nos palcos com um show autoral de humor, no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado, em Mossoró. Aproximadamente dois anos depois, Talokudo foi o campeão do quadro “Canjica Show” do programa “Legendários”, na RecordTV, ao cantar sua paródia da música “Louca de Saudade”, de Jorge e Mateus.

A partir de então, o comediante está vendo seu reconhecimento crescer. E como nós vimos isso também, o convidamos para uma entrevista. Confira a seguir!

 

 

Matheus Luzi – Talokudo, vamos começar essa entrevista com você nos contando um pouco da sua história e como chegou até a comédia.

Talokudo – Me chamo Edson, conhecido como Talokudo, nasci na cidade de Mossoró RN, encontrei na arte a forma de ser uma pessoa diferente e melhor. Na infância tive meu primeiro contato com a arte, quando aprendi a desenhar e comecei a vender meus desenhos na escola, para descolar uma grana, com a venda dos desenhos comprei uma calça de capoeira e alguns anos depois comecei a dar aulas para diversos alunos, após alguns anos o desenho deixou de ser uma profissão pra ser um hobby, e a capoeira já não me satisfazia mais, foi então que resolvi desistir da capoeira e procurar um emprego de carteira assinada.

Nesse período comecei a levar a sério uma bandinha de pop rock que tinha na época da escola, comecei a fazer voz e violão em bares, tinha composições, e tocávamos sempre em eventos privados. Como o mercado musical da minha cidade não contribuía para o crescimento de bandas de rock, eu resolvi parar, e usar tudo que eu tinha aprendido com a música, em fazer paródias. Desde os tempos de escola, sempre fui meio maluco, adorava fazer graça, mas nunca imaginei que isso fosse virar minha profissão um dia, até porque naquela época eu nunca tinha conhecido um humorista de perto, e nunca sonhei em ser um quando assistia filmes, apenas adorava fazer as pessoas sorrirem, e amava aparecer, apesar de quando tinha muitas pessoas que eu não conhecia, eu era meio envergonhado.

Comecei um canal no Youtube, fiz paródias, criei personagens, fazia vídeos só por hobby, e para mostrar para os meus amigos, na época eu trabalhava de moto boy, e vi que no mesmo ano que comecei a gravar vídeo, tive meu primeiro vídeo com mais de 1 milhão de visualizações, foi então que eu resolvi largar o emprego de moto boy para me dedicar 100% aos vídeos. Foram épocas em preto e branco em minha vida, não quase nada de dinheiro, o que eu ganhava só dava pra pagar a internet, mas eu amava criar, amava a arte, e amava a comedia, e comecei a viver o meu sonho de ser humorista.

Hoje eu vejo que valeu apena todo o sacrifício e toda a loucura e escolhas que eu fiz nesse longo dos anos, pois o meu maior prazer hoje, é ver alguém sorrir de mim.

 

Matheus Luzi – Você criou alguns personagens, que fazem parte do dia-dia das pessoas na vida real, de alguma forma. Como foi essa criação, e como você encara esses personagens? Qual reflexão você acredita que eles levam, além da comédia em si?

Talokudo – Meus personagens são criados através de características que eu vejo do meu povo que me rodeia. Tem uma mãe briguenta que é a minha mãe todinha, adora gritar, brigar com os filhos, mas fica enfezada quando alguém fala mal dos filhos dela, e toda briga, toda gritalheira, é só pra poder educar a gente direito. Tem a ketley Jujuba, a filha da mãe que se chama Jacinta, a Ketley é uma mistura minha e das minhas irmãs juntas. Enfim, todo o personagem é real, existe para que as pessoas possam se ver neles, e se identificar.

 

“Desde os tempos de escola, sempre fui meio maluco, adorava fazer graça, mas nunca imaginei que isso fosse virar minha profissão um dia”

 

Matheus Luzi – Você também criou quadros, sendo o mais recente, o “É dando que se recebe”. Fale para nós sobre essas suas invenções.

Talokudo – “É dando que se recebe” veio na minha cabeça numa hora e na outra eu já estava fazendo. Estamos vivendo uma época muito triste de pandemia, pessoas passando fome, sem ter empregos, e precisamos provar o amor ao próximo nesse momento tão difícil, então “é dando que se recebe”, vem disso, de ajudar as pessoas, pois mais você vai receber dos céus. Claro que o nome tem um trocadilho de duplo sentido, mas a novela que criei é isso, é levar uma mensagem séria, através da comedia, e toda a história da novela eu decidi não escrever, quero que venha do meu coração, quando eu me visto do personagem, ele cria vida e dar cor a arte, e vida a história.

 

Matheus Luzi – Quais são suas referências na comédia? E onde você pretende chegar como comediante?

Talokudo – Me criei ouvindo mamonas assassinas, e assistindo os filmes do Jin Carrey, essas duas figuras unidas formam o Talokudo de hoje. Meu Objetivo como comediante é contagiar todo o brasil com sorrisos.

 

“Meu Objetivo como comediante é contagiar todo o brasil com sorrisos”

 

Matheus Luzi – Você já faz shows presenciais? Se sim, como eles são?

Talokudo – Meus shows de humor eu gosto de trazer os personagens que faço nos vídeos para o palco, tem interação com a plateia, eles sobem no palco, brincam, e tem o momento stand up comedy.

 

Matheus Luzi – Como você encara a comédia? Quais suas reflexões acerca dessa forma de arte?

Talokudo – A comedia nos tempos de depressão está se tornando um remédio diário para muitas pessoas. Temos que consumir comedia, pois existe tanta coisa ruim no mundo, e quando vemos algo triste ficamos tristes também, é automático, da mesma forma é o sorriso, quando alguém sorrir perto de você, mesmo que você não saiba o motivo, você vai sorrir também e depois perguntar o porquê que a pessoa está sorrindo.

 

Os personagens criados por Talokudo

 

Matheus Luzi – Você tem alguma história ou curiosidade interessante referente ao seu trabalho de comediante?

Talokudo – O meu primeiro show, eu escrevi enquanto eu dormia, tive um sonho de como ele seria, e acordei no meio da noite e escrevi, e no dia seguinte fiquei apaixonado com o que Deus tinha me mandado por sonho. O nome do show era “O show mais louco do mundo” lançado em 2015.

 

Matheus Luzi – Agora deixo você a vontade para falar algo que queria e que eu não perguntei.

Talokudo – Quero agradecer pelo espaço, e dizer que quem quiser conhecer mais sobre o meu trabalho com a comédia, eu estou em todas as redes sociais com o nome Talokudo, e quero deixar uma frase do eterno comediante, Charlie Chaplim. “Um dia sem um sorriso, é um dia desperdiçado”.

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.