25 de abril de 2025

A importância das Batalhas de Mc’S (Rima) para os jovens da Bahia.

Diante a violência do estado da Bahia, e a evolução, a criminalidade. Existe a salvação para mudança de vida e até sucesso na carreira; As Batalhas de Mc’S, ou seja, de rimas, faz parte da cultura baiana, mesmo sofrendo inúmeras discriminações por parte da própria sociedade. 

Alguns adultos dentro da sociedade acreditam que nas batalhas há distribuição de drogas, álcool e muito mais. Porém, mal sabem eles o pecado que cometem após comentar um absurdo desses… Eu sou a prova viva que a discriminação é gigantesca, quando fui pedir autorização a um líder comunitário de um bairro, a fim de colocar a roda cultural no fim de linha: ”Vocês fazem parte daquele grupo de beber, fumar e usar drogas e ouvir música é?” Desde então sinto a necessidade do cenário ser descrito de maneira correta por quem o vivencia.  

O QUE REALMENTE ACONTECE NAS RODAS

Dependendo muito de qual batalha seja, praticamente, quem vai assistir realmente admira o Rap, faz silêncio e apesar de não ser raro ouvir conversas fiadas na hora que há dois Mc’S batalhando, sempre terá alguém para alertar do barulho. As resenhas pós batalhas são as melhores, sendo assim, a facilidade para criar amizade torna o clima mais favorável e de paz. E as amizades feitas nas batalhas são de fechamento, ainda mais quando se trata de Mc, pois, o(a) mesmo(a) procura te incentivar para que você possa começar também e não desistir disto. 

Quando a plateia colabora e é grande, apenas espere uma energia inexplicável. A sensação é aquela de estar em um show de músicas eletrônicas e toca uma música que arrepia até a alma. A gritaria da plateia após um ataque ou fatality é surreal. Além da empolgação dos Mc’S batalhando. Depende muito da energia da plateia e do entendimento, pois, quando há um rima bem construída e elaborada, quem a fez será reconhecido após a  batalha e durante ela, sendo abraçado, ganhando título popular, ou seja, um apelido. 

Todos que batalham teve alguma dificuldade na vida ou tem, passam por situações ruins e quase desistiram do Rap ou estão quase desistindo. Alguns querem fazer músicas e lançam na esperança de aos poucos chegar ao auge, ou pelo menos ter um reconhecimento para sair da Bahia e cantar em outros lugares ou batalhar. O termo Hype é utilizado para quem está fazendo sucesso no momento, e na Bahia, principalmente em Salvador, a notícia de quem está fazendo sucesso nas batalhas principais sempre circula de ouvido a ouvido ou então pelas redes sociais. 

A FAMÍLIA DO RAP

O lema é união, independente do estado, batalha ou bairro, chegou para batalhar será respeitado. Caso ganhe será parabenizado! O lance é o respeito, mesmo diante as rivalidades históricas de bairros, temos que visar o Rap em primeiro lugar, como prioridade. E é bom fazer amigos, colocar ideias para melhoria das rodas e até arrecadar dinheiro neste intuito. Quem discrimina, comete racismo perde completamente a visão positiva da plateia, jurados e Mc’s.  

O objetivo das rodas culturais (Batalhas de Rimas/Mc’s) é basicamente construir um propósito aos jovens, trazer esperança, dar a mão para levantar. Desistência por desânimo ou por gaguejar é comum demais, mas decidir seguir em frente sem temer, buscando melhoras para almejar ser bom nessa arte, isto sim é admirável. Quem começa hoje, todos abraçam e apoiam, dando motivação.

A FINALIDADE!

A atenção do Rap no cenário atual mudou o conceito das famílias tradicionais brasileiras. Mesmo que ainda haja discriminação pelo gênero musical. Ao ver filhos, amigos, sobrinhos ou parentes em si, fazendo sucesso e conquistando reconhecimento. Logo o apoio surge e abrem mão dessa visão negativa. As rodas culturais ajudaram muitos jovens, até hoje ajudam, e por estarem paradas por conta do coronavírus, os estúdios se tornaram lar para meio mundo de Mc’S. Independente do bairro, cidade ou estado, as batalhas serão sempre bem vistas pelos jovens. E deveriam ser mais faladas pelas redes de televisões, jornais, rádios e muito mais. Salve à todas as batalhas do Brasil! 

LIVE BRASILEIRA #8 – Do rock “No é No” de Giovanna Moraes ao “golpe emocional”

1ª Convidada Giovanna Moraes é uma cantora e compositora de rock. Ela iniciou sua carreira fonográfica em 2017 com o.

LEIA MAIS

A conexão musical entre Portugal e Brasil, contada pela siberiana Svetlana Bakushina

Artigo escrito por Svetlana Bakushina com exclusividade para Arte BrasileiraPortugal, agosto de 2024 Nasci e cresci na Sibéria, onde a.

LEIA MAIS

Silvio Brito e sua utópica Terra dos Sonhos

Silvio Brito, compositor, cantor e instrumentista, iniciou sua carreira muito cedo, aos 6 anos de idade. Seu primeiro show reuniu.

LEIA MAIS

CONTO: O Medo do Mar e O Risco de Se Banhar (Gil Silva Freires)

Adalberto morria de medo do mar, ou melhor, mantinha-se distante do mar exatamente pra não morrer. Se há quem não.

LEIA MAIS

O poderoso Chefão, 50 Anos: Uma Obra Prima do Cinema contemporâneo

Uma resenha sobre “O Poderoso Chefão” “Eu vou fazer uma oferta irrecusável” “Um homem que não se dedica a família.

LEIA MAIS

Sonoridades dos continentes se encontram em “Saudoso Amarais”, disco do artista campinense Leandro Serizo

O projeto solo discográfico do paulista Leandro Serizo se iniciou em 2021, quando o single “Libertas Navy” foi disponibilizado. Aproximadamente.

LEIA MAIS

Mário Quintana e sua complexa simplicidade em Caderno H

  CADERNO H: A COMPLEXA SIMPLICIDADE DE MARIO QUINTANA   Mario Quintana (1906-1994) foi um poeta gaúcho de constância poética.

LEIA MAIS

JORGE BEN – Jornalista Kamille Viola lança livro sobre o emblemático disco “África Brasil”

Representante de peso da música popular brasileira, Jorge Ben é um artista que, em todos os seus segundos, valorizou sua.

LEIA MAIS

A serenata que mudou tudo: amor, surpresas e bingo

Hoje vamos contar a história de Vânia, uma professora de música que queria homenagear seu namorado e contar uma grande.

LEIA MAIS

CONTO: O Desengano do Rock Star Paulistano (Gil Silva Freires)

Tinha uma guitarra elétrica, canções e sonhos na cabeça. A paixão de Alécio pelo rock and roll era coisa herdada.

LEIA MAIS