Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Esta é uma lista de novidades mensais, com músicas novas, quentes, diferentes. A seleção é eclética, serve para todos os gostos. É importante ressaltar: que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra; essa lista é atualizada diariamente, até o encerramento do mês.
MINI ENTREVISTAS
“Deus Se Fez Flor”: Humanidade, divindade e natureza são conectadas na nova canção de Fabiano Medeiros
Em resumo, o que é esta música? É uma canção que mergulha nas profundezas do universo, explorando as conexões entre a humanidade, a divindade e a natureza.
Qual a mensagem? O Mundo é tão cheio de sutilezas e preciosidades que seria prepotência nossa acharmos que somos únicos.
Vamos abrir os olhos para as pequenas coisas, pequenos gestos: o brotar da Flor e do Amor.
Como surgiu esta composição? “Deus se fez flor” é uma composição de Osvaldo Tomaz e é mais do que uma simples composição: é uma chamada para a conscientização sobre a importância de se reconectar e honrar nosso planeta. Esse foi o ponto que motivou a escolha da música como o novo single.
E sobre a sonoridade/musicalidade, o que você pode dizer? Cada nota, cada palavra, foi cuidadosamente selecionada para criar uma experiência musical imersiva e transformadora. O arranjo propõe uma atmosfera clássica, com teclados e pegada épica, misturando as sonoridades banda e orquestra. Um estilo moderno com toque de rock progressivo dos anos 70 inspirado em Genesis e Secos & Molhados.
Como a capa representa a ideia e o conceito da música? A capa traz uma linguagem psicodélica, bem anos 1970, com elementos representativos da nossa existência. Temos vários planetas, pássaros, flores e até mesmo uma nave espacial representando a crença de que não somos únicos nesse universo.
Disponível temporariamente na playlist “Brasil Sem Fronteiras…” e “MPB – O que há de novo?”
“Essa composição representa uma espécie de pop rock espacial, enriquecido com um tempero afro-latino-americano.”, diz Leandro Serizo sobre sua canção “Milharal Dos Ets”
Em resumo, o que é esta música? “Milharal dos ETs” marca a estreia como single do meu álbum “Saudoso Amarais”, com lançamento programado para 30 de novembro. A concepção dessa música remonta à minha adolescência aos 12 anos, período repleto de curiosidades sobre nossa existência e o universo. No arranjo, busquei criar uma atmosfera noturno-tropical, permeada por toques de mistério, estranheza e diversão. Para mim, essa composição representa uma espécie de pop rock espacial, enriquecido com um tempero afro-latino-americano.
Qual a mensagem? “Milharal dos ETs” expressa minha curiosidade em relação a realidades que talvez existam além de nós. A canção explora as possíveis descobertas, o encanto por assuntos espaciais e jornadas extraterrenas, além da busca incessante por algo extraordinário, seja um amor, um propósito ou o anseio por algo cósmico. A música é uma caminhada na escuridão iluminada por luzes peculiares que podem representar diversas coisas.
Como surgiu esta composição? Comecei a escrever essa canção e outras do disco aos 12 anos, em um contexto no qual estava encantado por temáticas espaciais, influenciado pelo meu professor de história no colégio, o Vitório, que também era astrônomo amador. Lembro de ter tido um sonho “quase lúcido”: estava andando na escuridão no meio de um milharal não identificado, onde via luzes verde-neon no céu, como uns vagalumes gigantescos. Apelidei e registrei carinhosamente essa memória como “Milharal dos ETs”. Recordo-me de ter acordado desse sonho com uma estranha sensação de curiosidade e com vontade de investigar mais os meus sonhos.
E sobre a sonoridade/musicalidade, o que você pode dizer? Interpreto essa canção como uma obra híbrida que incorpora elementos de pop e rock progressivo, inspirada nas sonoridades da MPB das décadas de 60, 70 e 80. Encontrei inspiração musical e temática em bandas do cenário nacional, como Casa das Máquinas, Ave Sangria, Snegs, e em nomes consagrados como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Rita Lee e Ney Matogrosso. No pré-refrão, quis brincar um pouco, entortando a melodia, inspirado em temas icônicos de ídolos como Edu Lobo e Arrigo Barnabé. Além da voz e sanfona, também toco um pouco de percussão, buscando expressar meu amor pelo batuque de forma explícita nas congas, bata e nas convenções rítmicas que surgem ao longo da canção.
O que esta faixa diz sobre sua carreira? Ela reflete a minha paixão por arranjos ricos em texturas e a fusão de diversos gêneros musicais e influências, desde a bossa nova e o jazz até o pop psicodélico e o rock progressivo. Tenho o hábito de compor letras que exploram temas relacionados ao espaço-tempo, aos territórios ao meu redor e que criam histórias. Acredito que o meu contato com diversas linguagens musicais, incluindo o forró, a MPB e a música do Mediterrâneo oriental, conduziu-me à sonoridade presente neste single e no meu próximo álbum, “Saudoso Amarais”, que considero uma ode à louvação espacial. Meu disco é feito para as amantes das experimentações musicais e da liberdade criativa.
Disponível temporariamente em “MBIA – Música Brasileira Indefinida e Alternativa”
FOLK: Guito lança sua versão de “Caminhos me Levem”, composição de Almir Sater e Paulo Simões
Em poucas palavras, como você recomendaria esta música? Eu recomendaria essa música para um momento festivo, de preferência consumindo em vídeo. Ela é energizante, instiga o ouvinte a viajar. É empolgante. Gosto de pensar na música como catalisador de boas energias e emoções.
Qual sua mensagem? A mensagem que essa letra impõe é a difícil decisão de partir e abdicar do conforto e do apego ao amor. A sina do estradeiro.
O que a letra conta? A letra é essa difícil decisão de partir, de voltar a estrada, mesmo que deixando para traz o seu amor.
Como a sonoridade ajuda a levar adiante esta mensagem? A sonoridade condiz com minha estrada musical. Apesar de caipira do interior de Minas, morei fora do Brasil e percorri vários estados trabalhando e morando. Meu estilo não é definido por um termo, mas pela intenção de ser livre para criar, a intenção de ser original e autêntico. Vendendo minha cultura, a vida simples e a liberdade de ser selvagem e não domesticável
Fale sobre sua versão. “Caminhos me Levem” é uma música de Almir Sater e Paulo Simões. Mas fiz esta com meus ingredientes com a benção dos autores. Paulo Simões e Almir são precursores no Folk Brasileiro e minha história se confunde com a juventude deles. O Folk é isso, não ser domesticado, mudar o mundo com minha arte esta a frente de ganhar dinheiro com ela.
Qual o seu intuito com o clipe? Meu intuito com o clipe é mostrar a minha realidade. De que ainda tem bandas organicas, fazendo com para os amigos e com os amigos. A industria musical vem se tornando produto do marketing muito mais do que do instinto artístico. O que antes se limitava aos produtos de supermercados cada vez mais bem embalados e menos conteúdo chegou também à arte. O Folk é uma resistência à esse movimento. É o erro do algoritmo. A energia de alguma forma é passada quando um produto é feito a mão pelo artesão.
Qual a simbologia deste lançamento para a sua carreira? É querer juntar todas as tribos que me compõe e fizeram minha essência. É a beleza do Brasil e suas múltiplas culturas. Que nos deram nossa maior riqueza, a pluralidade.
O que diz sobre você? Dispensei os produtores musicais mais caros e compententes faltando 15 dias para o DVD, para seguir meu instinto de ser eu mesmo. Talvez não tão belo quanto eles fariam, não tão perfeito quanto uma impressora, mas certamente com a raridade de um quadro pintado a mão. Essa é minha forma de fazer show e fazer música.
Disponível temporariamente nas playlists “Folk Nacional – Lançamentos” e “Brasil Sem Fronteiras…”
Ancestralidade é reivindicada e exaltada em “Ganda”, canção de estreia da carreira autoral de Victor Camilo
Em resumo, o que é esta música? “Ganda” é minha canção de estreia como artista autoral. Apesar de ser músico profissional e compositor há mais de dez anos, sempre encontrei empecilhos para me lançar, e finalmente achei que agora seria o momento adequado. É muito significativo que esse seja meu primeiro lançamento, pois é uma canção que fala sobre ancestralidade afro-brasileira e sobre a herança cultural que carrego daqueles que vieram antes de mim, especialmente meu avô. Portanto, inicio minha trajetória autoral de certa forma cultuando meus ancestrais, e a partir de agora me sinto fortalecido para explorar diversos outros caminhos musicais e líricos.
Qual a mensagem? A palavra “Ganda” era o sobrenome da família do meu avô materno, até que por um erro de cartório ele se tornou “Gandra”, sobrenome que for herdado por minha mãe e depois por mim. Utilizei isso como uma metáfora para falar do fato de que a ancestralidade preta muitas vezes é borrada no Brasil por ausência ou precariedade de registro. É muito difícil traçar árvores genealógicas de famílias afro-brasileiras com base apenas no papel, e a canção parte do entendimento de que isso é também uma forma de violência contra essa população.
Por isso, a canção é simultaneamente um lamento ou protesto contra essa situação histórica e uma ode à transmissão cultural que nos permite manter viva a conexão com essa herança, a despeito das forças que agem contra ela.
Como surgiu essa composição? Inicialmente compus “Ganda” para enviar para um concurso de canções afro-brasileiras. Fiquei sabendo do concurso muito próximo ao prazo de envio, mas decidi encarar mesmo assim. Fiquei dias trabalhando incessantemente em meu home studio e consegui fazer tudo, do primeiro rascunho à mixagem final, em uma semana. Apesar de valorizar muito a criação coletiva quando se trata de música, me orgulho muito de ter produzido e tocado todos os instrumentos por conta própria, e acho que faz sentido por ser uma canção que toca em aspectos muito íntimos da minha história.
Gostei muito do resultado, e assim que terminei senti que poderia lançar a música de forma independente caso não fosse aprovado no concurso. Foi o que aconteceu. Assim que soube que não tinha vencido, comecei a me organizar para lançar “Ganda” às vésperas do dia da consciência negra.
E sobre a sonoridade/musicalidade, o que você pode dizer? “Ganda” carrega muitas referências no arranjo, pois quis que ele refletisse e de fato contribuísse para contar a história delineada na letra. Nos refrões, inseri percussões bem fortes tocando um ritmo tercinado, que faz alusão a percussões de origem estritamente africana. Junto a isso, inseri linhas de violão e bandolim que delineiam uma sonoridade ibérica e conectam a canção à história da América Latina. Nas estrofes entre um refrão e outro, fiz uma grande mistura de ritmos afro-latinos. Há percussões tocando linhas de ijexá enquanto outras fazem linhas de música cubana e o violão toca um ritmo semelhante ao baião. Essa mescla levou a uma sonoridade que tem um pé no Brasil e um pé no mediterrâneo, o que tem tudo a ver com a temática da canção.
Como a capa representa a ideia e o conceito da música? A capa foi desenvolvida pelo cartunista e ilustrador Gabú Brito, a partir de algumas orientações que dei a ele. Na arte você vê um jovem negro em primeiro plano, um homem idoso com um violão em segundo plano e uma árvore, enorme e frondosa, em terceiro plano. Isso busca passar uma ideia de progressão: o destino daqueles que envelhecem e se vão não é desaparecer, mas se tornar parte desse grande tronco ancestral que só cresce e fortalece aqueles que virão. O idoso com um violão é uma referência direta a meu avô, Canuto, que foi quem me iniciou na música.
Além disso, as cores foram extraídas de um dos meus hobbies favoritos, a astrofotografia, que me ajuda muito a manter a conexão com algo infinitamente maior e mais antigo do que eu como indivíduo. Elas também são um aceno ao Plano Ancestral do filme Pantera Negra, que
tem tudo a ver com a temática da canção.
Disponível temporariamente na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
A lua como metáfora acompanha um casal apaixonado no novo single de Ella (projeto de Clower Curtis com cantoras)
Em poucas palavras, como você recomendaria esta música? “Lua vermelha” é uma canção atual, que atende ao espírito do tempo através de uma forma enxuta e direta sem abrir mão de belas imagens poéticas. Uma deliciosa trilha sonora cheia de versos prontos para serem copiados e colados.
Qual sua mensagem? O que a letra conta? A letra vale-se de metáforas com a Lua, este luminar que sempre permeou nosso imaginário. Uma lua que está cheia de música e que acompanha um casal de diferentes formas, até mesmo num pôr do sol no Posto 6 do RJ, afundada num copo de caipirinha.
Como a sonoridade ajuda a levar adiante esta mensagem? Essa música é uma parceria minha com a autora Cris Chevriet, que alimentava um blog semanalmente com lindos textos. “Lua Vermelha” despontou em uma dessas publicações e foi adaptada por mim neste formato de canção.
Como a música surgiu? Essa canção surgiu em 2011. Eu já tinha feito algumas gravações dela, mas nunca havia ficado satisfeito. Com esse projeto Ella, em que mulheres cantam minhas canções, encontrei o vetor perfeito para dar cabo desse impulso criativo. Foi uma delícia de lua de mel entre forma e conteúdo e que, por fim, deu a luz essa “Lua Vermelha”.
Musicalmente, quais são seus comentários sobre “lua Vermelha”? “Lua Vermelha” é uma música pop que tem um refrão de agradável digestão. Uma atmosfera com piano elétrico que evoca um pouco aquelas músicas do Steely Dan. Um arranjo que escrevi incluindo um trio de metais e que contou com a bela interpretação da Marta Garret — cantora portuguesa — e uma linha de baixo especial criada pelo Pablo Arruda (ambos via Musiversal).
Disponível temporariamente na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”