Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Esta é uma lista de novidades mensais, com músicas novas, quentes, diferentes. A seleção é eclética, serve para todos os gostos. É importante ressaltar: que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra; essa lista é atualizada diariamente, até o encerramento do mês.
Zé Eduardo reafirma a eternidade de Martinho da Vila em nova versão de “Disritmia”
“Disritmia” é um clássico lançado originalmente por Martinho da Vila nos calorosos anos 1970. Agora, cinco década depois, esta música ainda ecoa pelos corações brasileiros. Uma prova viva disso é a versão do cantor e compositor paulistano Zé Eduardo, que mostra sua face, desenhada especialmente ao longo de 20 anos de carreira de “pura música brasileira”, como ele mesmo diz. Este é 15º lançamento do artista, que está em atividade discografia desde 2005, acumulando 4 discos, incluindo um ao vivo.
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
Sandro Stecanela se aventura como cantautor na inspiradora canção “Ninho”
Sandro Stecanela é um multi instrumentista que, como baterista, foi um dos percussores do heavy metal no Rio Grande do Sul, participando de álbuns e turnês ao redor do mundo. Também compositor, teve suas canções gravadas por bandas como T-Rox e Divisível por Três. Agora, neste caloroso 2023, o cara se aventura pela primeira vez na MPB, na condição de cantautor. Sem mais comentários. Confira!
Disponível em “MPB – O que há de novo?”, “Brasil Sem Fronteiras…” e “Novidades do Rock e do Pop Rock Nacional”
As várias metáforas mirabolantes de mEros Erros no álbum “Vila Das Vísceras”
O terceiro álbum do cantor e compositor paulistano mEros Erros intitulado “Vila Das Vísceras” é um tanto diferente do comum. “É um convite para uma aventura por uma cidade pitoresca & extravagante, com alamedas surreais, habitadas por campônios amorfos, feito carniças antropomórficas animadas, que vagam por cirandas insólitas & insones, como a epidemia de dança de Estrasburgo de 1518.”, diz o artista sobre o conteúdo do trabalho. Aqui, nesta edição do Lupa na Canção, indicaremos a faixa número 5, “Fumaça”, uma canção defendida pelo cara como de “chamber-pop-soul”. Essa sonoridade (também inusitada) carrega uma letra sobre relacionamento, que não anda lá tão bem. O arranjo é uma referência a grandes clássicos do soul e do folk e a interpretação vocal respira influências de Amy Winehouse.
Faixas disponíveis nas playlists “MBIA – Música Brasileira Indefinida e Alternativa”, “Folk Nacional – Lançamentos”, “MPB – O que há de novo?” e “Brasil Sem Fronteiras…”
MINI ENTREVISTAS
Em “Calor”, Bersote e Celebe Abreu cantam o amor que simultaneamente é dor e cura
Uma produção musical simples, por vezes, diz mais do que mil instrumentos e efeitos. É isso que acontece com o single de estreia do cantor e compositor Bersote. Trata-se da canção “Calor”, o primeiro do EP homônimo que o cara lançou em abril. A música demasiadamente poética apresenta a voz sussurrada deste jovem artista. O lançamento também está disponível em clipe no Youtube. Confira algumas perguntas que fizemos ao artista:
– O que você diz na letra da música? Para mim é importante tratar cada canção como uma obra de ficção, um miniconto. Isso me dá liberdade para imaginar outras histórias e tentar entrar na pele de outras pessoas. A letra é sobre um amor se desintegrando e a vontade de retornar a um momento anterior, ainda que algo trágico. Um dos versos que melhor sintetiza esse desejo é “se isso é dor de amor, eu quero mais”. A ideia de alguém querer sentir dor de amor é alarmante, quase perturbadora, mas traz uma complexidade interessante para esse eu-lírico.
– Qual a mensagem dela? Tem várias mensagens possíveis nesta canção, e eu mesmo pulo de uma interpretação para outra de tempos em tempos. Mas tem algo muito forte da dualidade e da complexidade das relações, sobre querer parar de sofrer e sobre se entregar à dor, sobre autocuidado e autodestruição simultaneamente.
– Por que e como esta música surgiu? Esta faixa foi composta em 2019 em pleno inverno canadense, enquanto eu morava por lá e morria de saudade do Brasil. Gostei da ideia de sentir falta dos vários calores brasileiros assim como se sente falta de um amor de verão ou de carnaval. Eu queria que a canção tivesse essa dualidade, de um amor que machuca mas que também cura, o que pra mim tem muito a ver com a experiência de ser brasileiro. Ao mesmo tempo, eu ainda queria que funcionasse isoladamente como uma canção de amor e de coração partido.
– Comente sobre a sonoridade do single. A grande influência do single foram os Tincoãs. Eles soam incrivelmente brasileiros, e eu tinha uma busca muito grande por uma brasilidade nessa faixa, seja lá o que isso significa. Ao mesmo tempo, eu queria ter a certeza que não soaria como uma tentativa de replicar uma canção dos anos 70. Foi importante adicionar elementos eletrônicos no beat e deixar a faixa mais pop, mais moderna. Não sei se conseguimos, mas não queríamos também que a canção soasse plástica demais, queríamos deixar os defeitos à mostra, com sons da rua e barulhos de fundo. Os vocais também não têm nenhuma correção justamente para trazer essa crueza que as canções dos Tincoãs tinham.
– Fale sobre o EP ao qual esta faixa faz parte. “Calor” é a faixa-título do EP, que traz uma diversidade bem grande de sons. Sinto que tematicamente o EP é bem homogêneo e fala muito de uma jornada de autodescoberta, sobre quem esses eu-líricos são e querem ser, sobre quem eles amam ou gostariam de deixar de amar… Há um desejo de florescer muito forte em todas as composições, o que se confunde muito com a minha jornada pessoal de me lançar como artista, abraçando os meus medos e os meus desejos ao mesmo tempo. “Calor” surge também de um processo de pesquisa musical e das minhas influências, como Jorge Ben Jor, a música eletrônica e o R&B. Gosto de refrões pop, da força da música popular, e da poesia que surge em um verso gostoso de cantar. Este é um EP pop essencialmente, por mais melancólico que soe em algumas faixas.
Disponível na playlist “MPB – O que há de novo?”
O delicioso pop goodvibes de “Beat Acelerado”, do duo DUDALU
– Em resumo, o que é esta música? O que a letra nos diz?
“Beat Acelerado” foi uma das primeiras músicas que compusemos. Criamos com um grande amigo nosso (que é produtor musical do EP onde a música está) chamado Luís Antônio Rodrigues. A letra fala sobre aqueles períodos da vida em que tudo parece dar errado. O desespero e ansiedade muitas vezes tomam conta de nós. A correria do dia-dia nos camufla na multidão, mas sabemos que ao chegar em casa, teremos alguém para compartilhar nossas inseguranças e sonhos.
– Comente sobre a sonoridade do single, as referências. Nós diríamos que é uma espécie de R&B brasileiro misturada com uma pitada de folk que vem na levada do violão. É uma música que tem uma vibe mais nostálgica e puxa para um lado melancólico interessante, inspirada em alguns artistas como Elliot Smith, Rubel, José Gonzalez e Anavitoria.
– Fale sobre o show e álbum do qual esta gravação faz parte. O show foi a realização de um grande sonho, onde reunimos amigos, familiares e pessoas que conheciam nosso trabalho num mesmo lugar, depois de planejar mais de 5 meses, compor e produzir as doze músicas e clipes, conseguimos executar todo planejamento que havíamos feito em 2021. Foi uma tarefa intensa, onde passávamos 24 h /dia pensando em Dudalu, participando e vivendo cada parte do processo. Tivemos uma equipe linda e super talentosa por trás, que nos deu todo o suporte. O show foi dirigido pelo Renan de Andrade (diretor artístico do show do rapper BK na fundição Progresso), e pensando no conceito de estarmos num momento em que assumimos novos papéis em nossas vidas (a Dudalu), resolvemos brincar com as folhas amassadas, remetendo sempre aos novos começos, o recomeçar diário que vivemos. A direção de arte foi da Veronica Valle, iluminação Paulo Roberto Santos, som do Luan Araújo.
– Há alguma curiosidade ou história interessante sobre este lançamento? No dia que gravamos o visualizer de “Beat Acelerado”, aproveitamos a equipe e produzimos um outro visualizer fora esse, da música “Nesse Lugar”, que também está no EP “Hoje, amanhã e depois”. Antes disso, havíamos gravado o clipe de somente 1 música na história do duo (“Tudo tem a sua hora”), então resolvemos fazer o inverso do que fizemos no clipe de “Tudo tem a sua Hora”, executamos um material de vídeo a baixo custo, onde gravamos 2 visualizers, numa mesma Locação, em 1 diária, com a mesma equipe, buscando reduzir os nossos gastos para conseguir ter um fluxo de lançamentos frequentes até o fim do ano. E a meta foi alcançada com sucesso.
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…” – Faixas do álbum “Recomeçar” nas playlist “Brasil Sem Fronteiras…”, “Good Vibes – Lançamentos” e “Novidades da Música Pop Nacional”