Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Esta é uma lista de novidades mensais, com músicas novas, quentes, diferentes. A seleção é eclética, serve para todos os gostos.
É importante ressaltar: que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra; essa lista é atualizada diariamente, até o encerramento do mês.
NOVA MPB: Bárbara Silva e José Cândido lançam o single “Toda Pra Você”
Destaque dentro da chamada Nova MPB, a cantora e compositora Bárbara Silva chegou neste começo de 2023 ao seu oitavo single, “Toda Pra Você”, gravado em parceria com o também autor da canção, o cantautor José Cândido. A música, que surgiu despretensiosamente durante uma tarde rotineira entre Bárbara e sua família, é de poucos versos. Inicialmente, tais versos eram inocentes e nada tinham de ligação com a ilusão amorosa, que é o tema de “Toda Pra Você”. Groove, brasilidades e Nova MPB são características explícitas desta música que chegou a ser comparada com as obras de artistas como Djavan, Tim Maia e Jorge Bem.
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
O novo álbum do duo luso-brasileiro Augusto Baschera & João Bernardo [MINI ENTREVISTA]
– Primeiramente, peço que se apresentem aos nossos leitores. Olá queridos amigos leitores da Lupa na Canção, quem escreve aqui é o Augusto Baschera, sou músico de jazz, guitarrista e compositor. Atualmente vivo entre Brasil e Europa, mais precisamente Portugal, onde residi por 10 anos. É um prazer poder contar um pouco pra vocês sobre o novo disco “Tempos e Lugares” em parceria com o pianista português, João Bernardo.
– O que é, de uma maneira geral, a faixa “Canto de Alvorada”? O tema “Canto de Alvorada” carrega uma sinestesia causada pela representação do título juntamente com a sensação e tensão que se desenvolve no tema através desse canto, numa espécie de poesia visual que ilustra a primeira luz de sol de um amanhecer juntamente com o primeiro canto dos animais no recomeçar de mais uma aventura.
– O que há de brasileiro e o que há de português nesta música?
Por isso, posso dizer que o que há de brasileiro e português no álbum em geral, é um diálogo de influências adquiridas por mim e pelo João. Ritmicamente podemos ilustrar a parte “latina” do nosso duo, quando digo latina, é para não restringir e sim englobar as origens que formaram e embasaram a música que fazemos atualmente, como é o caso do berço africano, mãe da maior parte daquilo que tocamos e responsável pelas ramificações que isso pôde gerar ao longo do tempo.
Melodicamente o resultado surge da influência da tradição da música portuguesa, através do fado e sua ancestralidade árabe, somada a um lirismo e lamento melódico, intrínseco na expressão da música popular. A parte harmônica e desenvolvimento musical faz menção a tradição da música erudita europeia e o jazz.
– Comente sobre o álbum ao qual esta faixa faz parte. “Tempos e Lugares” é o segundo álbum do duo Augusto Baschera & João Bernardo, foi lançado em maio de 2022. Este álbum resulta da gravação de um concerto ao vivo no Teatro Micaelense / São Miguel – Açores. As composições que compõem esta gravação ecoam traços explorados pela dupla em seu primeiro álbum, “Grey City”, que representam e marcam a identidade característica da dupla, como as melodias em uníssono que são guiadas por uma voz interior dotada de lirismo. Neste novo trabalho, a dupla combina sua essência com um vigor rítmico que enfatiza suas tradições e influências e ao mesmo tempo reflete a universalidade de sua música.
– Por fim, pergunto: como é esta relação musical entre vocês, uma dupla luso-brasileira? Consideramos nossa parceria como um duo transatlântico, e o que nos separa é esse mesmo mar que nos conecta. Não pensamos muito na nacionalidade e geografia, pois nos identificamos muito, musicalmente e pessoalmente, temos uma vivência parecida, o João é oriundo do arquipélago dos Açores, mais precisamente da Ilha de São Miguel, e eu do Rio Grande do Sul, ambos os lugares são repletos de natureza, campo, água e animais. Isso está inconsciente na nossa maneira de ser.
Nos conhecemos na Escola Superior de Música de Lisboa, e antes mesmo de iniciarmos o duo já compartilhávamos ideias e música, onde criamos uma admiração artística mútua. Tivemos a felicidade de em um momento certo desenvolver nosso trabalho em conjunto, e somar nossas criações artísticas para levar até as pessoas. Acreditamos na expressão da música enquanto idioma universal, e como forma de desamarrar as fronteiras bem como comunicar e unir.
Respostas de Augusto Baschera
Disponível na playlist “Apenas Instrumental BR”
“Bifurcação”, uma música de sonoridade e arranjos fora da realidade
Em 2022, os músicos Isabella Bretz e Rodrigo Lana lançaram o álbum “Cabeça Fora D’Água”, um álbum de reflexões e questionamentos ímpares e capazes, de forma profunda, nos atingir de várias maneiras. Cada faixa do trabalho é uma dessas maneiras. Aqui no Lupa, apresentamos a faixa “Sentido”, numa mini entrevista onde Isabella desfilou as ideias desta canção. Agora, indicamos “Bifurcação”. A música, de sonoridade complexa e aquém da realidade do mercado, trata da questão afetiva, de “quando percebemos que alguém não está mais em nossas vidas como já esteve antes. Questionamentos surgem sobre o momento em que os caminhos dividiram-se e o desejo de ter feito diferente.”, diz o próprio comunicado de imprensa enviado por Bretz.
Tanto “Bifurcação” quanto “Sentido” são peças de um disco inteligente e apropriado para os que querem “mais do que o mesmo de sempre”.
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
Fabiano Medeiros e seu “Medo de Quebrar”
A atual discografia do cantor, ator, produtor e coordenador de projetos socioculturais curitibano Fabiano Medeiros é integrada por 12 lançamentos, incluindo 4 EPs e um álbum. Destaque no musical “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, o Musical”, e com participações em canções de Milton Nascimento e Zeca Baleiro, Medeiros lançou em 2021 o EP “Vertigem”. A faixa número 3, “Medo de Quebrar”, é a que destacamos por hoje aqui no Lupa. Acreditamos ser um bom caminho para você, leitor, conhecer outras boas músicas deste artista. Confira!
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
A reza forte de Zilá Lima na canção afro-brasileira “Flor D’Água” – [MINI ENTREVISTA]
– O que Flor D’Água nos diz? “Flor D’Água” é um choro para a Deusa das Águas Doces, a energia que nos envolve desde a concepção.
– O que você retrata na letra? “Flor D’Água” retrata o despertar interior e o encontro com a nossa própria essência, com a nossa ancestralidade, com a nossa criança interior. Ao mesmo tempo é o encontro com a Mãe Primordial, com aquela que nos protege e nos mantém íntegros para levar adiante a nossa missão no mundo.
– O que, de fato, te inspirou? No meu sentimento, existe uma fonte de todas as músicas que se derrama em um lago de águas límpidas. Sempre que vou compor, me dirijo à Deusa Música e peço que venha a mim o que for da vontade dela. Quando recebi a melodia desta canção do meu parceiro Saulo Ligo, imediatamente me veio à mente a palavra Flor D’Água. Mesmo ainda não sabendo o que significava ou para onde eu seria levada, senti ali que precisava reverenciar e agradecer a essa Deusa que nos permite nos aproximar de sua fonte, mirar no seu espelho e nos banhar nas suas águas.
A analogia com a Deusa das Águas Doces foi se construindo, à medida que a letra surgia. No meio da construção descobri que a planta Flor D’Água, que tem o nome científico de Pistia Africana, tem relação com Oxum, um dos nomes dessa energia que está presente nas águas doces. Assim, tudo se encaixou e se autoexplicou!
– É possível resumir uma definição sobre a sonoridade do single? Posso dizer que é uma imersão na cultura brasileira e africana, dentro da temática dos orixás, trazendo as batidas das rodas de terreiro e a sofisticação do choro brasileiro que, por si, é a fusão de ritmos africanos com gêneros europeus vindos para o Brasil no século XIX, essência e raiz da música brasileira.
Contribuindo para o resultado do single e imprimindo personalidade à sua sonoridade, uniram-se respeitáveis representantes do choro. Além de Celsinho Silva, no pandeiro e no ábaco, e de Rogério Souza, no violão de 6 cordas, conta com as participações de Jorge Filho, no cavaco, Luís Barcelos, no bandolim, e João Camarero, no violão de 7 cordas.
– Aliás, quais referências da música brasileira você traz? Nesta canção sinto que trago referências de Baden Powell e Vinicius de Moraes, num paralelo aos seus afro-sambas da década de 1960. O músico e violonista Rogério Souza, que fez o arranjo desta canção e de todas as demais do álbum “Cantando Memórias”, sob a direção musical de Celsinho Silva, era próximo e acompanhou Baden em shows e gravações. Observo que ele conseguiu trazer um pouco da alma de Baden para “Flor D’Água”.
Sinto que também trago uma referência aos afro-choros de Hamilton de Hollanda e Maurício Carrilho, que mais recentemente lançaram trabalhos onde apresentam a influência africana na nossa cultura, usando a linguagem do choro.
– Comente sobre o clipe e como ele intensifica a mensagem da canção. O clipe, dirigido por Isadora Ferraz e Rodrigo Regert, busca apresentar, em imagens e movimentos, a mensagem que está impressa na canção. As cores, as flores, os elementos fazem referência à energia das águas doces simbolizada pela Yabá Oxum da religião afro-brasileira.
Além de agradecer à Deusa Música, foi importante reverenciar a orixá neste momento, por ser o mês em que se celebra Oxum (8 de dezembro), a Deusa das Águas Doces, Rainha das Águas Claras, Deusa do Amor, sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora do Aparecida, e também por ser um fim de ciclo, quando desejamos que as águas levem o que não é mais necessário e nos traga todas as bênçãos e boas energias para o Ano Novo que chega.
– Por fim, te pergunto: o que “Flor D’Água” nos diz sobre você enquanto artista e enquanto ser humano? “Flor D’Água” é a minha própria essência enquanto artista e ser humano, é parte de mim, é o que eu quero entregar ao mundo. É uma mensagem de amor e de esperança por dias melhores, que certamente virão.
Respostas de Zilá Lima
Disponível nas playlists “Brasil Sem Fronteiras…” e “MPB – O que há de novo?”
“Nós do brasa temos um jeito único de fazer música, um jeito particularmente alegre”, diz Henrique Rocha sobre a mensagem do single “No Capricho” – [MINI ENTREVISTA]
– Primeiramente, apresente-se aos leitores do Lupa na Canção. Henrique Rocha é compositor e produtor musical com foco em diferentes vertentes da música brasileira. Tornou-se músico profissional tocando percussão em festas, carnavais e festivais culturais na cidade histórica de Ouro Preto-Brasil durante uma década. Agora residente em São Paulo, Henrique tem atuado profissionalmente como músico e produtor presente em gravações de diversos artistas da nova música popular brasileira. Henrique Rocha é também professor universitário e está continuamente gravando e colaborando com artistas de diferentes gerações.
– Apresente o single, de uma maneira geral. Este single traz a atmosfera de uma roda de choro e de uma música tipicamente brasileira. Embaladas por pandeiro, violão e bandolim, as duas músicas expressam uma alegria e vivacidade típicas de nossa música. A gravação foi produzida por Henrique e reúne músicos de destaque na atual cena paulistana de Samba e Choro.
– A propósito, há alguma mensagem por trás de “No Capricho”? A mensagem é a de que nós do brasa temos um jeito único de fazer música, um jeito particularmente alegre. O conteúdo principal é o próprio balanço com o qual os instrumentos tocam as melodias, harmonia e ritmo.
– O que você traz de referências na sonoridade de “No Capricho”? “No capricho” juntou uma referência musical clássica dentro da linguagem do Choro e expressões contemporâneas da produção fonográfica de música instrumental brasileira. Quando compus, minha referência principal de expressão musical foi o jeito como Pixinguinha faz contrapontos dentro da linguagem do Choro, em particular no Álbum “Benedito Lacerda e Pixinguinha”. Com relação à sonoridade, para produzir a gravação, minhas referências principais foram Hamilton de Holanda e Gian Correa e os Chorões Alterados.
– Este último espaço deixo em aberto para você comentar o que achar importante de ser dito. Músicos profissionais realizam um trabalho muito significativo para a cultura e a economia de um país. Valorize os músicos de sua região. Apoie os músicos. Viva a música brasileira.
Respostas de Henrique Rocha
Disponível na playlist “Apenas Instrumental BR”
Andrea Aiko regrava “Chuvas de Verão”, sucesso romântico de José Augusto
Sucesso composto por Antônio José e cantado por José Augusto no final do século passado, a canção “Chuvas de Verão” é o alvo da cantora Andrea Aiko em seu novo lançamento, marcando assim seu oitavo single lançado, além do álbum “Quero de Novo”, apresentado em 2021. A canção, na roupagem de Andrea, é demasiada delicadeza, romantismo e genuinidade, e por isso, entre outros bons motivos, veio parar aqui no Lupa. Confira!
Disponível nas playlists “Brasil Sem Fronteiras…” e “Mais do que apaixonados”
Banda Submerso é demasiada leve no novo single “Aperto da Saudade”
– Primeiramente, se apresentem aos leitores do Lupa na Canção. A banda de Indie Submerso nasceu em 2017 a partir do reencontro dos quatro amigos Tiago Cuzziol, Allan Melo, Higor Melo e Bruno Burgos que se conheciam na cena musical underground de São Paulo. Dentre as influências do Indie Rock, Los Hermanos, Arctic Monkeys e Kings Of Leon são as principais referências.
– Façam uma reflexão sobre a temática de “Aperto da Saudade” e apresenta a letra da canção. A música é desenvolvida para atingir um ponto alto no refrão provocando um mix de emoções e a sensação de alma lavada que a melodia serena e contagiante consegue provocar. O single tem o intuito de aliviar de certa forma a dor do luto, usando de leveza e afeto como pilares dessa canção.
– Em relação a sonoridade, o que vocês trazem em “Aperto da Saudade”? A banda Submerso e Gabriel Lunelli se colocam musicalmente em um ponto inédito para as duas carreiras artísticas, misturando sonoridades rítmicas vibrantes e bem brasileiras que remetem a Nova MPB e também ao Indie e ao Alternativo, com arranjos emotivos e delicados dos violões.
– Comentem sobre o clipe e como ele procura aprofundar a mensagem da música. No visualizer procuramos representar um sentimento de nostalgia e saudade, através do cenário de uma casa simples e antiga e uma performance de dança leve e reflexiva em looping, interpretada pela artista Maitê Boliv.
Respostas da banda
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
Almir Sater e Gabriel Sater lançam o single pantaneiro “Voa Vagalume”
Destaques no remake da Novela Pantanal, exibida pela TV Globo este ano, Almir Sater e Gabriel Sater, pai e filho, encerram 2022 com o single “Voa Vagalume”. A música, que faz parte do próximo álbum de Gabriel, é de espírito pantaneiro, entoada por um arranjo simples e poesia genuína. “Voa Vagalume” também marca a primeira gravação de pai e filho cantando, tocando e como compositores de uma mesma canção.
Disponível nas playlists “Folk Nacional – Lançamentos” e “Brasil Sem Fronteiras…”
Nano Vianna trata de amor, medo e dúvidas no single “Vapor”
– Nano, primeiramente, apresente-se aos nossos leitores. Nascido na Rússia, Nano veio com a família para o Brasil com quatro anos de idade. Na adolescência, sonhava em ser jogador de vôlei – chegou a atuar no Botafogo e no Flamengo. Somente aos 17 anos começou a tocar violão, por influência de Richie Sambora, guitarrista do Bon Jovi. Aos 20, mudou-se para Vitória, onde fincou raízes e investiu de fato na carreira musical com a formação do Cinco Nós, em 2003.
Além de ser um cantor de grande personalidade, trazendo para sua interpretação muito da influência do Jazz e do Blues, Nano, um dos mais promissores músicos da cena cultural capixaba, também se destaca como compositor, tendo canções reconhecidas nacionalmente e trazendo toda sua poética para os álbuns da Banda Cinco Nós e do seu projeto solo “Desatado”.
– Qual a temática de “Vapor”? Ótica poética caótica que trata de amor, medo e dúvidas, “Vapor” é tentativa e erro em forma de canção quando se trata de se jogar de cara em um relacionamento. A visão do um com o outro e vivendo suas diferenças.
– Sonoridade e referências em “Vapor”? Influência no blues rock do Rival Sons, no riff de violão influenciado pela Dave Mathhews Band, “Vapor” foi produzida por Felipe Gama, da Gama Sounds, também produtor do nosso álbum “Cria”, lançado em 2019.
– O que o single representa na sua carreira? Uma continuidade do trabalho da banda dando segmento ao nosso álbum mais recente. Porém. vejo “Vapor” como um divisor de águas dentro da minha forma de compor e cantar. Acho ela mais fervorosa e me trouxe a possibilidade de experimentar uma nova forma no canto e de me expressar. É a primeira canção que uso a técnica de grito com drive. É algo muito novo pra mim e me deu abertura pra outras composições mais enérgicas.
Respostas de Nano Vianna
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Hiago De Liz lança o saboroso e gentil single “Só Pra Saber” – [MINI ENTREVISTA]
– Primeiramente, apresente-se aos leitores do Lupa na Canção. Olá leitores do Lupa Na canção, Meu nome é Hiago De liz, sou musico compositor, natural de Santa Catarina.
– Em qual circunstância a música surgiu? Como foi este momento? Minha história na música começa com 12 anos, comecei a fazer minhas primeiras músicas desde o primeiro toque, mas foi somente com 25 anos com muitas dificuldades pouco dinheiro para produzir e sem nenhum apoio como muitos músicos desse mundo, demorei mais para me introduzir no mercado, lançando meu primeiro single independente em 2019, agora não irei mais parar tenho muitas composições feitas ao longo desse período.
– O que você nos diz em “Só pra saber”? Qual sua mensagem? A canção Só Pra Saber” nasceu aqui no sítio, ganhando uma evolução no studio, a conexão com o rio fez a ponte para criação da música que traz lembranças de amor. Sabe quanto a pessoa quer te mostrar o caminho, mas você não está na conexão ideal para receber o conhecimento, depois que eles se afastam as coisas começam a despertar e ele se lembra o quanto é bonito olhar para o Céu, pois sempre existe várias possibilidades para ser feliz.
– Como você pode definir a sonoridade do single? A música tem uma letra coerente, com o som harmonioso proporcionando momentos de vibração constante de amor crescendo intensidade durante a música.
– Depois de “Só pra saber”, o que podemos esperar de sua carreira?
Venho trilhando meu caminho há alguns anos, eu estou batalhando para ser uma carreira construtiva conforme minha perna alcança, embora seja difícil para o artista independente se manter consistente no mercado, mas com toda a certeza vocês irão ouvir novos lançamentos sempre, não como uma coisa repetitiva, mas sim uma marca sonora.
Respostas de Hiago de Liz
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
Qualidade e indefinição, dois dos muitos elogios ao novo single de Rodrigo Simões
Rodrigo Simões é um instrumentista e compositor brasileiro visto e aplaudido em vários palcos do mundo. O cara, que adotou o Canadá como segunda casa, vive uma carreira internacional, o que o fez trilhar caminhos em países como China, Austrália, Coreia do Sul, Paraguai e Estados Unidos, sem deixar, claro, de apresentar no nosso querido Brasil. Além disso, Rodrigo dividiu estúdios e palcos com grandes artistas brasileiros (Elza Soares, Carlos Malta, Paulinho da Viola, Dominguinhos, Zeca Baleiro e Paulo Moska) e com feras da música canadense (Bill McBirnie, Joel Miler, Flavia Nascimento, Sienna Dahlen, Sonia Jonhson, e outros).
Foi, no entanto, em 2013 que Simões estreou sua fonografia solo com o álbum “Aos Velhos Amigos”, lançado no Brasil. Depois, lançou seu segundo disco, “Jazz Brésilien”, e, em tempos recentes, prepara seu terceiro lançamento completo. Recentemente, Rodrigo disponibilizou o single “Add 1 Teco”, com a colaboração de Jean-Pierre Zanella, e que nos dá pistas de como será “TRE”, o álbum que está porvir.
“Add 1 Teco”, como muito se percebe, tem influências musicais distintas. Segundo Rodrigo, a inspiração veio, em boas doses, de Milton Nascimento, Mercedes Sosa, Charlie Parker, Airto Moreira e Hermeto Pascoal. Um comentário do artista, que é mestre em composição de jazz pela Universidade de Montreal (CA), chama a atenção: “‘Add 1 Teco’ é uma brincadeira com o padrão de samba teleco-teco. Ao adicionar um novo elemento, um novo groover em 9/4 nasceu.”, diz ele.
Por fim: aos amantes da música instrumental, Rodrigo Simões tem um mundo de belezas a oferecer. “Add 1 Teco” é um exemplo ideal!
Disponível na playlist “Apenas Instrumental BR”
Dani Bessa apresenta “Quando Eu Falei Pra Ela”, single marcado pelo indie pop e bedroom pop – [MINI ENTREVISTA]
– Qual é o assunto tratado no single? Bom, escrevi essa música quando estava passando por um momento de ansiedade e dúvida por conta de um amor não correspondido na época. Já tinha passado um tempo do ocorrido, mas num momento de lembranças, ainda me peguei pensando na situação, e por isso no refrão do single canto “ainda penso nela, ainda mais se o rádio tocar aquele refrão que faz lembrar nós dois”. É como se fosse um fantasma que volta de vez em quando, essa questão da quebra de expectativa. Mas dessa vez ficou na música mesmo, bola pra frente, né?
– Comente sobre a sonoridade e arranjos do single. Essa música marca uma mudança de chave na minha carreira, porque deixo um pouco de lado o indie rock para trazer elementos que conferem uma textura de indie pop/bedroom pop para o single. Fiz os arranjos das guitarras num período que estava escutando muito Mac Demarco, em especial “Freaking Out The Neighborhood”, que tem uma guitarrinha muito massa. Além disso, sempre estou escutando algum álbum da banda O Terno, o que me influencia quase que diariamente. Durante a produção e gravação da música, meu produtor comentou sobre a sonoridade mais pop que essa faixa tinha, e decidimos levar ela para esse lado mais pop, como comentei antes.
– Há alguma história ou curiosidade relevante sobre o lançamento? Tem curiosidade sim! É engraçado porque a música mudou muito desde a primeira versão. A única coisa que foi mantida foi a letra/melodia do refrão. No início a música estava legal, mas um pouco sem movimento e repetitiva, o que não atraía muito, para ser sincero. Fiz uma demo em casa e mostrei pro meu produtor, Leandro Bessa (Aquino e a Orquestra Invisível), e ele me deu uns toques que foram fundamentais. Aí, em algum momento de inspiração genuína, peguei e refiz a letra e métrica dos versos e subi meio tom na harmonia da música, o que deixou a voz mais brilhante e trouxe bem mais dinâmica pro single.
Uma segunda curiosidade é que a arte da capa foi feita por mim! Foi a primeira vez que arrisquei fazer esse tipo de serviço e fiquei feliz com o resultado. Estava (e ainda estou, pra falar a verdade) lendo muitos livros de ficção científica, principalmente do Isaac Asimov, o que tem me inspirado muito a compor, de verdade. Recomendo a leitura de “O Fim da Eternidade” dele.
– Deixo esse espaço para você se apresentar para nossos leitores. Fala, pessoal! Aqui é o Dani Bessa, sou um cantor e compositor carioca e venho lançando minhas músicas desde 2020. Costumo dizer que o tipo de som que faço é uma sofrência que vai te dar vontade de dançar! Recentemente, lancei o primeiro EP da carreira, “Despedidas”, que possui 5 faixas no maior estilo indie rock, com referências de Los Hermanos, Arctic Monkeys e O Terno. No final desse ano (2022), lancei o primeiro single pós EP. “Quando Eu Falei Pra Ela” traz uma sonoridade de bedroom pop e é a primeira música do meu álbum de estreia, previsto para 2023. Me acompanhe nas redes sociais pra ficar por dentro de tudo!
Respostas de Dani Bessa
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Enfim, Cadu Pereira lança o álbum “Vendo o Mundo”
Quem acompanha o Lupa na Canção, já viu passar por aqui algumas vezes o nome do cantor e compositor Cadu Pereira, quando divulgamos ao longo deste ano as canções “Antes do Nada”, “Imensidão” e “Como Explicar a Vida”, três das sete faixas do seu terceiro álbum solo, “Vendo o Mundo”, lançado recentemente. Aquém do comum é uma qualidade nata deste lançamento e, por isso, merece novamente receber nossa atenção. Desta vez, tudo num só lugar, na ordem nativa, na potência que é.
Vamos ouvir?
Artista do Brasil e outro do Uruguaio reverenciam “Todos os Cantos”
Dois cantautores da América Latina em uma canção que une MPB, indie pop, lo-fi e as referências milongas uruguaias. Esse abraço sonoro é o que se vê em “Todos os Cantos”, single aterrissado nas plataformas de áudio e em videoclipe no Youtube pelos cantautores brasileiro Rapha Moraes e uruguaio Seba Prada. A letra, que acompanha com perfeição a melodia composta por Rapha, é assinada por Marcelo Romaniewicz. Seba Prada é o componente que precisava para “Todos os Cantos” ser o que é. Uma música genuína, saudável e de brisa incontestável. Existencialista e amiga da filosofia, “Todos os Cantos” é uma canção difícil de ouvir e não indicar. Escute!
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Banda Zion’z exalta o Brasil, os brasileiros e a seleção brasileira em “O Maior de Todos os Tempos” – [MINI ENTREVISTA]
– A música é uma referência a grandeza da seleção brasileira e seus heróis. Como vocês desbravaram este assunto em “O Maior de Todos os Tempo” A seleção brasileira é a única pentacampeã do mundo no que se refere ao futebol, em todos os títulos, tivemos jogadores brilhantes e que marcaram história. A canção relata os êxitos dentro do esporte nos respectivos anos em que o Brasil triunfou na copa do mundo.
– Como vocês definem a sonoridade do single? “O Maior de Todos os Tempos” tem arranjos que trazem elementos contemporâneos do trap, reggae e funk, além do que já é esperado do som da Zion’z. Somos uma banda de rock que busca agregar elementos de outros ritmos em nosso som para ter uma sonoridade única.
– Comentem sobre o clipe e sua importância. Para nós, a música tem um poder incrível e temos com ela uma missão! Assim, conseguimos dar visibilidade ao projeto para conseguir novos apoiadores e envolver a comunidade levando cultura e arte.
Criado pelo jogador Ricardinho, Pentacampeão pela Seleção Brasileira, o projeto Maestro da Bola SOCIAL consiste em oferecer atividades gratuitas na modalidade de futebol/futsal para crianças e adolescentes de 07 a 14 anos, prioritariamente matriculados na Rede de ensino Pública (priorizando àqueles em condições de vulnerabilidade social).
– Por fim, peço que se apresentem aos leitores do Lupa na Canção. Nossa missão é levar a Positividade, Esperança e Fé através da música. Uma mistura de riffs pesados, vocais melódicos, agressivos e muito Flow. Rock, Rap & Reggae.
Nascida no Vale do Aço Mineiro, a banda migrou para a capital paranaense e com o lançamento do álbum “Metanoia” teve suas principais músicas com destaque na Rádio Kiss FM de São Paulo. Agora, como parte do cast de artistas da Habrok Music, estamos trabalhando para o lançamento de um novo álbum em 2023.
Respostas do integrante Benx, fundador da banda
Disponível nas playlists “Novidades do Reggae Brasileiro” e “Brasil Sem Fronteiras…”
Caetano Veloso e Kleber Lucas; Uma parceria simbólica
No início deste mês, chegou aos streamings uma parceria inesperada: Caetano Veloso e o pastor Kleber Lucas em uma nova releitura de “Deus Cuida de Mim”, sucesso de 1999 do cantor gospel.
Algumas interpretações sobre o lançamento surgiram. A mais provável é a da união, como conectar a MPB ao universo gospel e estabelecer paz entre entidades políticas distintas. No entanto, não há declaração de Caetano sobre o lançamento expressar ou não alguma mensagem.
A união é também o discurso defendido por Felipe Branco Cruz, colunista da Revista Veja. A matéria “O que há por trás da aproximação de Caetano Veloso com a música gospel” descreve com mais detalhes e assertividade esta hipótese.
Disponível nas playlists “MPB – O que há de novo”, “Brasil Sem Fronteiras…” e “Música Cristã – Novos Lançamentos”
Joelma Marques acrescenta sanfona em novo single bossanovista
– “De nós dois” acrescenta um novo elemento com a sanfona. O que isso representa? Quando a Bossa Nova surgiu, o seu elemento principal foi o violão, mas outros instrumentos também eram utilizados na composição das melodias, como por exemplo, o piano, a flauta, o trompete, o saxofone, o pandeiro, o contrabaixo e a bateria. A introdução do acordeão na canção “De nós dois” representa, ao meu ver, uma roupagem pouco usual da Bossa Nova, pois isso foge das expectativas mais comuns de alguém que gosta deste estilo musical. Eu me lembro que quando essa música ficou pronta, eu a mostrei para um amigo violonista brasileiro que toca muito bem esse gênero musical e a primeira impressão que ele teve foi que ela é um bolero. Após ouvi-la pela segunda vez de modo mais atento, ele disse surpreso: “Não, é uma Bossa Nova!”.
– Como surgiu a ideia do arranjo e como foi construí-lo? O arranjo dessa canção, assim como de todas as canções do EP “De nós dois”, foi feito pelo músico Alexandre Caldi durante a pandemia. Nós conversávamos pelo celular e eu geralmente escolhia os instrumentos que deveriam fazer parte das músicas e descrevia o ambiente que cada uma poderia despertar. Ele fez o arranjo e enviou aos músicos para a gravação dos instrumentos e cada um gravou em sua casa. O Alexandre gravou o Sax tenor, o acordeão foi gravado por Marcelo Caldi, o piano por Itamar Assiere no Rio de Janeiro. O programa de percussão foi trabalhado por Nando Costa nos Estados Unidos. Eu gravei a voz num estúdio aqui em Munique. É uma grande honra ter a participação desses músicos nesse trabalho. Desenvolver esse projeto musical aos poucos durante a pandemia me ajudou bastante a enfrentar os obstáculos e a isolação social que estávamos vivendo naquela época.
– O que esta música, em especial, diz sobre você? Ela combina com minha personalidade, pois é calma, reflexiva e introspectiva. A letra é poética, curta e direta. Ás vezes, eu sou assim também. Eu a compus há mais ou menos 8 anos atrás para o meu marido em Fortaleza.
– Agora, apresente-se. Eu nasci em Mombaça, interior do Ceará, onde ainda muito jovem descobri minha paixão pela música e comecei a fazer minhas primeiras composições, as quais muitas vezes retratam a vida simples do interior. A música é uma parte fundamental de minha trajetória de vida. Eu cursei Graduação e Mestrado em filosofia no Brasil e depois fiz meu Doutorado na LMU München na Alemanha. Durante o meu doutorado, cantei no coral brasileiro de Munique, o Cantares. Depois, fui professora do curso de filosofia na Universidade Federal do Ceará (UFC) e nessa época, cantei no coral da UFC num espetáculo intitulado “Menino” em homenagem ao cantor Milton Nascimento. Além disso, eu escrevi dois livros paradidáticos de filosofia que incluem dois álbuns com canções autorais. O meu primeiro CD “Passos”, por exemplo, faz parte de um conto de fadas moderno “A Princesa Debutante. Virtude, Amor e Felicidade” publicado em 2017 pela Apolodoro Virtual Edições. O meu segundo CD “Tertúlia do Catolé” faz parte de um conto de estilo regional: “Ara: Discussões Filosóficas no Sertão” publicado em 2018 pela editora Appris. Atualmente, eu moro em Munique e estou conquistando aos poucos meu espaço como cantora e compositora em eventos, cafés culturais, casas de jazz e grandes festivais como Uferlos e Tollwood.
– Como é fazer música brasileira em solo alemão? Uma experiência incrível. É um privilégio poder cantar em minha língua materna aqui e ser aceita tanto como intérprete quanto compositora. Os alemães têm interesse por outras culturas e admiram a música brasileira. Especialmente a bossa nova é bem recebida aqui, assim como na Europa inteira. Tom Jobim, João Gilberto, Elis Regina são grandes nomes aqui, mas também alguns aristas ainda desconhecidos no Brasil, como por exemplo, Toco, conquistaram seu público na Europa.
A música brasileira é muitas vezes um motivo para viajar para o Brasil e conhecer a terra de onde esta música vem. Mas eu também fiquei surpresa porque existem vários grupos de forró na Alemanha e corais brasileiros com integrantes de várias nacionalidades, como por exemplo, o coral Cantares, no qual eu cantei. O fato de cantar e organizar eventos culturais facilita o meu integramento em Munique.
Respostas de Joelma Marques
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…” e “MPB – O que há de novo?”