12 de setembro de 2024
Além da BR Listas de lançamentos

Playlist “Além da BR” #80 – Sons do mundo que chegam até nós

além da br

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.

Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 80ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.

Bowski Island – “Kärleksvals (Love Waltz)” – (Suécia) – [MINI ENTREVISTA]

– O que você diz nesta música, qual sua mensagem? A mensagem dessa música é que todo ser vivo depende do oceano e se o mar parasse de viver, todos os seres vivos também parariam. Peço a todos que ouvirem isso que façam o que puderem para ajudar a preservar as maravilhas do mundo oceânico.

– Como você pode definir a sonoridade do single? É uma peça de violão clássico, arranjada com sons melancólicos e algumas frases faladas. A emoção da música é triste, saudosa, um tanto desesperada, sombria e carinhosa.

– Há alguma história ou curiosidade interessante sobre este lançamento? Sou biólogo e como parte do meu trabalho cultivo uma variedade de microalgas que brilham em cores incríveis. Usei fotografias dessas algas para fazer a arte da capa desta peça.

Respostas Bowski Island

The Pairs “Find Our Way” – (Canadá) – [MINI ENTREVISTA]

– Qual é o significado ou mensagem da música? Find Our Way é sobre tentar ao máximo se encaixar em uma história que não é a sua e na dor dessa experiência.

Nos são oferecidos esses momentos de amor. Momentos para nos mostrarmos e sermos nós mesmos. Às vezes parece inseguro ou simplesmente estranho ser a versão mais verdadeira de quem somos e deixar tudo passar. Comprimimos nosso ser multifacetado de volta a uma falsa imagem de “normal” sob a ilusão de pertencer. Dói, mas continuamos. Manter nossos corações e verdade escondidos por mais um pouco até nossa próxima explosão de coragem para sermos nós mesmos. A música é escrita através das lentes de uma história de amor. Um amor que você quer caber, mas simplesmente não cabe.

– Como nasceu a música? Há palavras repetidas na ponte que realmente resumem os sentimentos que estavam presentes quando esta música foi escrita. Eu estava sentado no chão dias depois de uma espécie de rompimento. Fiquei com raiva de mim mesmo e escrevi para mim mesmo… “Você pede, até deseja, e quando chega para você, você deixa tudo ir”. Eu estava com raiva porque esse humano aparentemente “perfeito para mim” e eu não estava funcionando bem.

Cheguei à verdade de que estava tentando me manter em um relacionamento heterossexual porque havia assumido e cultivado muito medo de ser diferente e condenado ao ostracismo. Eu estava tentando tanto me encaixar em um falso normal e estava com raiva de mim mesmo por não conseguir superar os sentimentos que me impediam de estar neste “relacionamento ideal”.

Há tantos momentos em que desejamos ser pessoas que tenham mais coragem ou vulnerabilidade para perseguir as coisas que sonhamos em nossos corações. Essa música nasceu de um momento terapêutico, como muitos. Cantar essas letras na ponte agora me ajuda a continuar entendendo minha verdade e a continuar a trabalhar para amá-la, não para temê-la.

– Musicalmente, o que você estava tentando realizar com a música? Acho que o objetivo principal de todas as nossas músicas é capturar o sentimento da melhor maneira possível. Queremos que as músicas se conectem aos corações das pessoas que as ouvem e ofereçam um nível de vulnerabilidade que as pessoas reconheçam como honesto e identificável. Queríamos que a produção desta música fosse simples e realçasse a dinâmica natural da música. Em todas as nossas composições tentamos utilizar as três vozes para realçar ou suavizar as mensagens líricas. A instrumentação adicional realmente faz o mesmo – especialmente aquela guitarra elétrica no início e no final – parecia que a esperança brilhava, acompanhando uma música que de outra forma seria bastante triste.

Respostas The Pairs

Karl Baudoin “Streets Of Gold” – (Nova Caledônia) – [MINI ENTREVISTA]

– Resumindo, que música é essa? Esta música é uma balada de amor com piano delicado, cordas exuberantes e doces harmonias vocais.

– Qual é a sua mensagem para o mundo? Gostaria que minha música carregasse uma mensagem de amor e um incentivo para renovar sempre um verdadeiro espírito de admiração infantil ao olhar para as belezas simples da vida, como os reflexos das poças de chuva durante um pôr do sol tardio, a forma como a luz e o as cores mudam e se harmonizam juntas. Gostaria também de encorajar as pessoas a desacelerar, a apreciar cada momento da vida e a desfrutar da simplicidade, da calma e da paz.

– Em que contexto surgiu? Sou uma pessoa meditativa e reflexiva, então esses são apenas sentimentos e observações que preenchem minha alma. Por isso estou sempre ansioso para compartilhar boas vibrações e doces emoções. Posso fazer isso melhor com a minha música do que com palavras que são sempre insuficientes em comparação com a potência do som.

– E sobre o som, o que você fez? Comecei com o piano e resolvi encontrar uma boa linha de baixo melódica. Sem guitarra, exceto no final da música para o clímax e a vibração rock. Achei que um quarteto de cordas de verdade era obrigatório para esse tipo de composição, então contratei um. Todos os instrumentos são reais e tocados por humanos reais, sem sintetizadores ou sons falsos.

Respostas Karl Baudoin

The Art of the Sun“Dreams” – (França) – [MINI ENTREVISTA]

– Qual é a mensagem transmitida nesta música, “Dreams”? “Dreams” é uma fusão fervilhante de funk e disco-pop, uma homenagem sincera ao lendário festival Wattstax de 1972. Realizado nos bairros desafiadores de Los Angeles, este festival marcou um capítulo transformador na narrativa da música afro-americana e das comunidades. Representou uma confluência monumental de forças políticas e musicais, apresentando os artistas de soul e funk mais proeminentes da época. Este evento histórico atraiu uma audiência de mais de 100.000 pessoas, gravando-se como um momento indelével no tempo. Para mim, este evento epitomiza o profundo potencial da música como uma ferramenta de libertação. O Reverendo Jesse Louis Jackson, um pastor batista americano, maçom e defensor dos direitos civis que confrontou as duras realidades da segregação racial, proferiu um discurso de abertura apaixonado que incendiou uma celebração musical vibrante e emancipadora.

– O que inspirou a criação desta música e qual foi a motivação subjacente? A gênese de “Dreams” foi desencadeada pela minha imersão profunda na música dos artistas do Wattstax, incluindo The Staple Singers, Isaac Hayes, The Bar-Kays, Albert King, bem como os pioneiros Parliament e Funkadelic. Esses gênios da música, desimpedidos pelas restrições convencionais, deixaram uma impressão indelével em mim. Sua música possui uma modernidade, poder e atemporalidade que ressoam profundamente na alma e no corpo. Meu objetivo era prestar homenagem a esses pioneiros enquanto infundia a composição com emoções contemporâneas intensificadas. O objetivo fundamental por trás de “Dreams” era irradiar energia positiva a todos que a ouvissem.

– Como você descreveria a paisagem sonora deste single?Dreams” embarca em uma jornada sonora que funde harmoniosamente o passado com o futuro. Ela encapsula o espírito robusto do funk dos anos 1970, ao mesmo tempo que integra habilmente elementos de disco-pop, resultando em um som vibrante e moderno. Esta faixa oferece uma experiência revigorante que envolve tanto o intelecto quanto o corpo. Pode ser comparada a uma fusão de future-funk e disco-pop, lembrando as efervescentes discotecas italianas dos anos 1970, repletas de exuberância e vitalidade daquela época. À medida que a música se desenrola, seu groove irresistível se torna uma força incontrolável, varrendo os ouvintes para um redemoinho de dança, compelindo-os a se render à música e se moverem com abandono desenfreado. “Dreams” introduz elementos futuristas, como sintetizadores eletrônicos e efeitos, infundindo o som clássico do Wattstax com uma borda contemporânea. Essa fusão de elementos antigos e novos, abraçando a nostalgia e a inovação de vanguarda, caracteriza a identidade sonora da faixa.

– O que “Dreams” representa no contexto de sua carreira musical? “Dreams” carrega uma mensagem poderosa para todos: sigam seus instintos e suas aspirações. No cenário musical atual, onde quase todos podem criar e compartilhar música a preços acessíveis, uma transformação em relação às condições de duas décadas atrás, a música serve como um testemunho dessa acessibilidade recém-descoberta. “Dreams” é parte integrante de um próximo álbum com 16 faixas intitulado ‘Jornadas Imaginárias,’ programado para ser lançado em 8 de dezembro de 2023. Este álbum é uma tapeçaria artística, dividida em quatro partes distintas, cada uma representando diferentes momentos na minha odisseia musical. Ele explora uma variedade de estilos, que vão desde o synth-rock e electro-funk até a música mundial, neo-clássica e adentra os domínios da música eletrônica. Os ouvintes são encorajados a ficar atentos a esta jornada musical envolvente e cativante.

Respostas de Rémi

Akkerhaugen Raid“Friday Night” – (Noruega) – [MINI ENTREVISTA]

– O que você diz nesta música?
A música é sobre o cara que trabalha regularmente, que está com saudades do fim de semana.
– Como e por que essa música nasceu?
Essa música foi feita da mesma forma que nossas outras músicas são feitas. Apenas tocando juntos e sentindo o bosque, escrevendo letras na hora.
– Como você descreve o som desse single?
O som é meio anos 70 com um pouco do bom e velho rock n’roll
– O que sua música diz sobre sua carreira?
Ainda estamos trabalhando no Joe’s, ainda com saudades do fim de semana e tudo mais traz.

Respostas Akkerhaugen Raid

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.