Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.
Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 81ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
Borderline Cowboys – “My Heart Glows” – (Suécia) – [MINI ENTREVISTA]
– O que você diz nesta música? Essa música é sobre um jovem frustrado que não consegue alcançar a mulher que deseja e que ela simplesmente não dá a mínima para ele.
– Como e por que esta música nasceu? Esse jovem poderia ter sido eu, quando eu era muito mais jovem. Escrevi há alguns anos e encontrei numa caixa de “música antiga que nunca gravei”.
– Qual sua descrição da sonoridade deste single? Decidimos gravá-lo com minha banda, The Borderline Cowboys ou BOCO, como dizemos resumidamente. Borderline Cowboys representa um som clássico do rock n roll com um toque americano e gravamos nossa música ao vivo em estúdio com o mínimo de trabalho técnico possível para manter esse sentimento ao vivo. Somos uma banda ao vivo.
– O que esta música diz sobre sua carreira? Borderline Cowboys é uma banda nova que nos reunimos apenas para gravar e tocar minhas músicas ao vivo. Com uma pilha de músicas, novas e antigas naquela caixa, estamos prestes a lançar números dessas músicas e veremos o que isso nos levará.
Respostas Borderline Cowboys
Andrew Worley – “Hey Sally” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Que música é essa? Eu queria que esta fosse uma canção de amor edificante sobre a tentativa de consertar um relacionamento rompido. Nessa letra, estou na porta de uma ex-namorada admitindo que lidei mal com o relacionamento. Eu disse a ela que se ela quiser se apaixonar novamente, e se eu for aquele com quem ela está sonhando, tudo o que ela precisa fazer é dizer uma palavra e eu voltarei correndo.
– Qual é a sua mensagem para o mundo? Eu só quero dar vida às músicas que ouço na minha cabeça. Fico muito animado quando Deus me abençoa com novas ideias para músicas e sinto que compartilhar essas músicas com o mundo é uma grande parte do meu propósito na vida. Espero que minhas músicas ajudem outras pessoas a entrar em contato com suas emoções e sentimentos, e sempre quero encorajar outras pessoas. A vida é difícil, mas as músicas podem nos ajudar a ver a beleza em nossas vidas.
– Em que contexto surgiu? Eu estava ouvindo muitas músicas românticas antigas dos anos 50 e 60 quando tive a ideia de Hey Sally. Eu queria escrever uma canção de amor que fosse simples e verdadeira. Imaginei-me caminhando até a varanda da casa de uma antiga namorada e contando a ela como me sentia. A letra conta meu lado da conversa.
– E o som, o que você fez? Eu escrevi e organizei todas as partes da guitarra acústica e elétrica no meu apartamento. Eu adoro trabalhos de guitarra complexos, então passei muito tempo juntando as partes e experimentando. Trabalhei com o produtor de Nashville, Christian Harger, para gravar os vocais e outros instrumentos. Meu irmão, Ethan Worley, está cantando comigo as partes de harmonia dessa música, e estou muito feliz com o resultado!
Respostas Andrew Worley
Periscopi Invertit – “Ball pla de Lladurs” – (Espanha) – [MINI ENTREVISTA]
– O que é esta música, em síntese? Ball Pla de Lladurs é uma canção folclórica instrumental catalã originária da cidade de Lladurs (Solsonès, Lleida, Catalunha) que atualmente faz parte do repertório folclórico catalão. Periscope Invertit atualiza esta música criando uma nova interpretação. Começa por introduzir a melodia com um arranjo folk, para a mudar para uma textura de base mais rítmica que nos leva à secção solo de estilo mais jazzístico que termina com o regresso da melodia. É como se a melodia “Ball pla de Lladurs” viajasse no tempo enquanto o arranjo mudava de estilo musical.
“Ball pla” é uma dança de casais semelhante a uma contradança, que começou a ser gravada a partir do século XVII e se espalhou pela Catalunha durante o século XIX, atualmente algumas ainda se conservam. Lladurs é o nome da cidade onde a melodia foi criada.
– Como e por que esta música nasceu? Esta reinterpretação da melodia folclórica “Ball pla de Lladurs” nasceu com o intuito de aproximar a música folclórica catalã de novos públicos, arranjando-a ao mesmo tempo que utiliza novas sonoridades que não pertencem ao género folclórico, fazendo com que a música viaje pelo tempo
– Por trás dos instrumentos, há alguma mensagem? Os instrumentos de sopro e cordas são utilizados com o intuito de alcançar uma sonoridade que corresponda ao carácter da melodia, permitindo a sua apresentação noutros contextos sonoros, preservando o seu carácter original.
– O que essa música diz sobre sua carreira? Quando criei esta música, me propus a experimentar até que ponto melodias e acompanhamentos de diferentes estilos e épocas poderiam ser mixados em uma única música, sem que soasse forçado. Como músico gosto de misturar diferentes estilos musicais e explorar novas sonoridades e esta música é mais um passo na minha busca.
Respostas Periscopi Invertit
The Dingees – “Machete Chop” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Em resumo, o que é esta música? “Machete Chop” é a terceira faixa do nosso último lançamento ‘Dropseeds EP’ Somos uma banda multi-gêneros desde 1996. Nossos principais estilos são punk rock, ska e reggae. Machete Chop nos mostra tocando reggae da maneira mais enraizada até agora.
– Qual é a sua mensagem para o mundo? A mensagem dos Dinges como banda sempre foi uma banda anárquica e politicamente consciente, com uma mensagem de resistência contra o consumismo, o capitalismo e a guerra. O EP ‘Dropseeds‘ é uma música repleta da ideia, de que voltar em estreita relação com a terra, e não mais com a tecnologia, trará alívio para alguns desses problemas que afetam as pessoas do mundo
São canções sobre auto-suficiência, auto-suficiência através da agricultura colectiva, jardinagem, cultivo dos nossos próprios alimentos, gestão de recursos locais, troca e partilha. Em vez de depender de megaindústrias para sobreviver.
– Em que contexto a canção surgiu? Somos de Long Beach, Califórnia, nos Estados Unidos da América. A inspiração para a música veio quando um amigo meu da minha vizinhança me contou onde ele cresceu em Belize, eles pronunciavam Machete como “MA-CHET” ao contrário de como pronunciamos Machete nos EUA como “MA-SHET-TEE”
Preferi mais essa pronúncia e isso imediatamente inspirou a música.
– E quanto à sonoridade, o que você pode dizer? O som de Machete Chop é nossa melhor tentativa de tocar um de nossos tipos favoritos de música, o reggae de raiz. Isso é o mais próximo que chegamos de emular nossos artistas mais inspiradores, como The Wailers, The Congos, Lee Scratch Perry e Groundation.
Respostas The Dingees
Mirja Palo – “Don Ealát” – (Suécia) – [MINI ENTREVISTA]
– Em resumo, o que é esta música? “Don Ealát” pode ser traduzido como “Você está viva” e descreve as experiências de uma mulher dando à luz com base nas experiências pessoais de Mirja durante o parto. A letra descreve tanto a dor quanto o tremendo poder envolvido, bem como as fortes emoções que atingem você quando vê e segura seu filho recém-nascido pela primeira vez.
– Qual sua mensagem ao mundo? A música é um comentário sobre as questões atuais da assistência à maternidade e ao parto na Suécia, onde, devido ao fechamento de muitas maternidades, as mulheres são privadas do poder de controlar as circunstâncias que envolvem seus nascimentos. Ela compartilha os medos que ela mesma teve antes do nascimento de seu terceiro filho de não chegar ao hospital a tempo. Um medo que se tornou realidade quando ela acabou dando à luz em um carro nos arredores de Jokkmokk. Através de sua música ela espera trazer visibilidade para mulheres que estão na mesma situação.
– Em qual contexto ela surgiu? A premissa da música é trabalhar temas e experiências relacionadas à gravidez e ao parto, tanto historicamente quanto hoje. Este é um assunto de grande importância para muitos e, no entanto, recebe tão pouco espaço no palco ou no debate cultural.
– E sobre a sonoridade, o que você fez? O som é baseado em um riff de baixo constante seguido de ostinato repetitivo e refrões cativantes com um som que envolve música folk e pop. A voz se move entre estados emocionais como medo, sentimentos de dor e euforia.
Respostas Mirja Palo