25 de março de 2025

Playlist “Além da BR” #97 – Sons do mundo que chegam até nós

além da br

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.

Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 97ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.

Studio8 – “Red Dirt Rodeo” – (Austrália) – [MINI ENTREVISTA]

– Em resumo, o que é esta música? Red Dirt Rodeo dá vida à emoção e ao espetáculo de broncos e cowboys destemidos em rodeios. A música é forte e rítmica e a tensão aumenta a cada novo evento de rodeio. Você sente medo e quase sente o gosto da poeira ao ouvir a música. As letras combinam com a música, ajudando a criar imagens visuais de broncos, montando touros, corridas de barris, cordas de boi e luta livre.

– O que sua letra diz, qual sua mensagem? Red Dirt Rodeo também é uma metáfora para a vida. “Você ganha alguns, você perde alguns… estamos todos perseguindo sonhos no Red Dirt Rodeo”. Como um rodeio, a vida tem muitos desafios. Alguns de nós somos amantes, alguns sonhadores. Outros são laçadores e lutadores, mas todos nós estamos tentando fazer algo em nossas vidas.

– Há algo nesta música que você gostaria de destacar? A música foi inspirada na aventura de Luke e Michelle no interior de Kimberley e no Red Centre da Austrália em 2022.

Respostas Studio8

Aloysius Bell“That Is Me” – (Canadá) – [MINI ENTREVISTA]

– Resumindo, sobre o que é essa música?  Essa música é sobre ser verdadeiro consigo mesmo, sobre o tempo que leva para se conhecer e ouvir a si mesmo. Não esperar que outras pessoas validem o que você quer e quem você é. É sobre ganhar sabedoria e também algo que estou tentando melhorar, que é descansar quando preciso.

– O que dizem suas letras, qual é sua mensagem? A música me retrata como eu me lembro dos meus 20 anos – saindo, dançando, esperando parecer legal, mas realmente me sentindo estranho e deslocado. Verificando meu telefone, esperando alguém que não aparece, desejando estar no meu quarto onde está uma bagunça e tem uma pintura de uma mulher na parede, dormindo, com quem me identifico – essa sou eu. O final do refrão é como uma resolução desse sentimento: tenho coisas melhores para fazer e não vou perder tempo esperando alguém que me levante. Essa música é como um instantâneo de alguém que decide se escolher entre os caprichos daquele interesse amoroso que chega à sua porta para se desculpar com um saco de batatas fritas, sobre o que é desejável ou que está na moda, digamos assim. Sou uma pessoa muito sociável, mas também sou introvertida – essa música é uma homenagem aos introvertidos de todos os lugares haha.

– Qual é a origem desta composição?  Como muitos compositores, eu estava escrevendo e compondo muitas músicas durante a pandemia. Meu quarto virou meu estúdio, porque era o lugar mais tranquilo da casa. Foi durante o inverno e estava muito frio. Lembro-me de olhar acima da minha cama para esta pintura (da mãe de uma amiga, a artista Louise Gill) de uma mulher deitada sozinha na cama em um quarto escuro e pensar: essa sou eu agora. Eu estava me sentindo confortável e como se nada pudesse me induzir a sair naquele momento, mesmo que eu tivesse um lugar para estar. E isso me lembrou de momentos no passado em que saí apesar de não ter vontade e acabei decepcionado, sentindo que era uma perda de tempo. A música meio que se escreveu depois disso.

– O que essa faixa revela sobre o seu próximo EP?  Eu escrevi todas as músicas no mesmo espaço físico – meu quarto – e eu realmente queria permanecer fiel a esse tipo de abordagem escassa e minimalista. Mesmo nas músicas mais expansivas, meu produtor, Driftnote, também conhecido como Omar David Rivero e eu, queríamos manter muitas das ideias iniciais e manter uma espécie de simplicidade. A melodia e o ambiente desempenham um papel muito importante nas minhas composições, minhas letras são muito pessoais e revelam muito sobre minha vulnerabilidade. São sobre relacionamentos, os meus e os relacionamentos dos outros. That Is Me – por ser autobiográfico – é uma espécie de coração do EP Warm Thing.

Respostas Aloysius Bell

Afton Wolfe “New Orleans Going Down” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

– Qual é o conceito dessa música? Essa música é sobre a enchente de Nova Orleans, que já ocorreu diversas vezes. A batida e o groove lembram os ritmos da “Second Line” de Nova Orleans, e então The Blues são adicionados ao gumbo para misturá-los na água escura e lamacenta que corre pelas ruas.

– O que dizem suas letras, qual é a sua mensagem? A mensagem é relembrar as lutas de quem passou pelas enchentes. As letras são:

Soe o aviso
Ninguém ouve
De manhã cedo
Água misturada com lágrimas
Crianças se perguntando
Por que suas mães choram
Vento forte e trovão
Relâmpago no céu

2′ e subindo na Bourbon Street
Cuidado onde pisa ou você pode se afogar
É melhor contar suas bênçãos antes de partir
A grande cidade de Nova Orleans
Descendo

No telhado
Terreno mais elevado
Você vê um helicóptero
É melhor sinalizar
Subindo acima disso
Velha vida deixada abaixo
Preso naquele abrigo
Nenhum lugar para ir

4′ e subindo na Esplanada
É melhor agarrar alguma coisa antes de se afogar
Tenho que contar suas bênçãos se você puder sair em segurança
A grande cidade de Nova Orleans
Descendo

6′ e subindo no Lower Ninth Ward
Nade como o inferno antes de se afogar
Tentando contar minha bênção, mas oh meu senhor
Grande cidade de Nova Orleans
Descendo

– Qual é a origem desta composição? Esta música foi escrita por LH Halliburton. Ele é meu sogro.

– Gostaria de destacar algo nesta música? Os músicos que ajudaram a gravá-lo. Eles são incríveis. A seção rítmica de Erik Mendez e Madison George é brilhante, e Ilya Portnov na gaita, assim como Anthony Saddic no piano, adicionaram cores excelentes a isso. Doc Sarlo produziu isso de forma surpreendente.

Respostas Afton Wolfe

Roz De La Cruz“Smile For Once” – (Canadá) – [MINI ENTREVISTA]

– Qual é essa música, em resumo? Olá Brasil! Meu nome é Roz De La Cruz, de Toronto, Canadá. Obrigado por apresentar meu último single, ‘Smile For Once’! Esta é a música para completar meu último EP DEBUT, ‘WHEN THINGS GO SOUTH’ contendo 5 músicas que lancei de 2022 a 2023.   Esta música foi escrita em 2018, e estou muito feliz como ela cresceu e cresceu até o que é agora. É uma música muito intimista que inicia o EP e dá o clima da história.

É sobre um homem dizendo a uma mulher que ama em segredo que escreveria uma canção de amor só para vê-la sorrir. “Vou escrever mil músicas, para ver você sorrir pelo menos uma vez” – uma frase contundente que resume todo o conceito da música. Essa música foi co-escrita por Kala Wita, do New West, e meu produtor, Sam Goswell.

– Qual foi sua fonte de inspiração para escrever essa música? Sou um grande fã da música OPM filipina, dos Beatles, do Radiohead, de John Mayer e muito mais. Seus estilos de composição me influenciaram, e essa música mostra isso claramente.   A progressão de acordes foi inspirada nesses artistas.   Tem uma cor tão bonita.   Que eu tinha que escrever algo comovente.

A maioria das músicas do meu EP tem potencial para ser trilha sonora de um filme ou show, e é assim que tenho escrito a maior parte do meu material.   Músicas que têm muita dinâmica, que realmente fazem o ouvinte sentir muita emoção, e sentir como se estivesse assistindo a um filme.

– Em relação ao som, quais são seus comentários? Queríamos fazer algo extremamente íntimo no início da música e depois explodir como uma parede de som.   Nós realmente experimentamos vários sons diferentes também.   Temos bastões de chuva no fundo, muitos improvisos, sintetizadores, mas ainda soa mínimo e isso foi tão difícil de fazer, então estou feliz por termos conseguido.

Existe alguma história ou curiosidade sobre esse lançamento? Aquele abraço do Brasil! Essa música foi escrita há muito tempo e não seria incluída no meu EP. Meu produtor realmente pressionou para que fosse o último lançamento, já que completa a história de “When Things Go South”.   Parece o começo de um filme.   Estou muito orgulhoso desta música e deste projeto, e espero que as pessoas gostem de ouvir esta coleção de músicas.   Obrigado por apresentar minha música ‘Smile For Once’! Obrigado Brasil!

Respostas Roz De La Cruz

Jan Poe“Voy a dormir” – (Espanha) – [MINI ENTREVISTA]

– O que é esta música, em resumo?Voy a dormir” é uma fusão da poesia clássica de Alfonsina Storni com música contemporânea. Como parte do meu projeto Jan Poe, esta canção interpreta o último poema de Storni, trazendo suas palavras emotivas e profundas para um novo plano. Através desta peça, procuro honrar seu legado e aproximar a poesia clássica das audiências modernas.

– Profundizendo, o que a letra diz? A letra é uma adaptação do poema “Voy a dormir” de Storni, que é considerado como sua carta de despedida antes de seu trágico suicídio. Fala sobre temas de resignação, introspecção e a contemplação final sobre a vida e a morte. A canção reflete a beleza melancólica de suas palavras e transmite uma mensagem poderosa sobre a fragilidade humana.

– Em que situação esta música nasceu e como foi esse momento? Provavelmente é o poema que mais tempo me levou para musicalizar. Há muito tempo queria fazê-lo, mas me impunha muito seu conteúdo e sua história. No final, contagiado pela coragem de Alfonsina e com muito respeito, cuidando de cada detalhe, comecei a colocar notas musicais em cada sílaba.

– Qual a ligação desta música com a cultura musical espanhola? Embora tenhamos tentado buscar originalidade no som combinando elementos clássicos com atuais, a essência destas canções cumpre com a tradição musical espanhola que se entrega à paixão e à intensidade dramática. Adjetivos que, por outro lado, combinam muito bem com a obra de Alfonsina.

Respostas Jan Poe

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