Sofi Bonde – “Endlessly” – (Suécia)
A guerra na Ucrânia também é denunciada pela arte. É o que fez a sueca Sofi Bonde e outros músicos de dez países no single “Endlessly”, canção lançada hoje (30 de abril).
Nela, um grito de paz, algo que já é antecipado pela capa (um beija flor azul), e no clipe que tem o poder de transformar a ideia da música em imagens.
É interessante e cabe dizer que todas as receitas do vídeo tem como destino a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ou Agência da ONU para Refugiados).
Nadzrul Hanif – “Train to Anywhere – Country Version” – (Malásia)
A ideia certeira de que nada como um dia após o outro e a fé no amanhã é o que norteia essa belíssima composição de Nadzrul Hanif. A música, portanto, tem a característica não de refletir, mas de afirmar que amanhã será melhor.
Deixo aqui a letra traduzida com o apoio de tradutores automáticos, e você verá que não falei nenhuma bobagem.
Socorro! Eu sou apenas um homem simples
Com todas as coisas que tenho que cuidar
Amor, por favor, seja gentil
Porque o ódio não vai estar sempre a triunfar
Tempo, não vamos ser duros
Com vinte e quatro sete, não é suficiente
Talvez amanhã o sol brilhe novamente
Você e eu, vamos começar
Talvez amanhã estejamos no trem
Bebendo vodka, nos despedimos da dor
A chuva pode cair hoje
Obstáculos no caminho
Mas as coisas vão ficar bem
Só que hoje não
Só que hoje não
Só que hoje não
Só que hoje não
Shelley Jennings – “ALL ARE WELCOME HERE” – (Estados Unidos)
É uma música gospel, um louvor, uma adoração, mas também um convite para todos, o que já diz o título da canção, que, traduzido precariamente para o português, dá em “Todos são bem vindos aqui”.
É esse o novo single da cantora cristã Shelley Jennings, mais uma amostra do talento e emoção desta artista que já lançou 4 discos com a banda Women of Faith Worship Team, e que agora aposta em sua carreira solo.
Vale mencionar que essa bela composição é assinada por Dallas, Texas, Holland Nelson, com Eternity Songs.
Paul Middleton – “Easy On Me (Acoustic)”
Lançado por Adele em 2021 como single e posteriormente no disco “30”, “Easy On Me” agora recebe o olhar acústico de Paul Middleton. A versão tem a emoção de Paul, um delírio relaxante para este hit composto por Adele e Greg Kurstin.
An Echoic – “Written Lines” – (Suécia)
Diante do espelho, um homem pergunta “o que veio a tornar esse rosto triste?”. É essa a passagem do livro “My Fight”, do autor norueguês Karl Ove, que mais marcou An Echoic.
Assim, podemos dizer que nasceu “Linhas Escritas” (tradução do título). A música é uma reflexão sobre como o espelho traduz nossa identidade individual e o tempo que vivemos.
Musicalmente, essa pergunta-sem-resposta é acompanhada por um estilo folk experimental.
Call in Dead – “Patriarchy” – (Estados Unidos)
A estreia da banda Call in Dead com a nova vocalista, Ripley, é de muita agressividade e revolta social. Poderosa, a letra é a uma direta ao projeto de lei “Don’t Say Gay”, aprovado na Flórida, estado onde reside o grupo.
A lei permitirá que pais processem escolas e professores que falarem sobre orientação sexual em aulas. É contra isso que nasce essa canção.
Cadáze – “Easy Love” – (Camarões)
Tendo como assunto um “amor fácil”, a música é e deve ser vista como aquela que soube muito bem trazer o universo pop para a sonoridade africana.
Aqui uma indicação para sentir o âmago desta artista de Camarões que vibra o afrobeat e o afropop.
Robbie Rapids – “Who Shot Them Down” – (Estados Unidos)
O rock clássico desta canção relata uma história policial verídica. Inspirado no audiolivo “Arc Road”, livro de sucesso com mais de 500 mil cópias vendidas, o som aborda um assassinato ocorrido em 1964, na Geórgia.
Os dois compositores da canção, Robbie Rapids e David Levene também são os intérpretes na gravação.
Chloe Lilac – “Lily’s Backyard” – (Estados Unidos)
A cantora indie pop Chloe Lilac é uma emoção a parte. Até mesmo a MTV e a Billiboard a elogiaram, para não citar outros veículos jornalísticos. Ao ouvir e aprovar essa nova música, nós temos a alegria de ser apenas mais uma revista a dizer o quanto esta norte americana é incrível.
Seu dom é ser indie e rock, mas delicadamente a agressivamente pop, com músicas adaptadas às novas exigências dos jovens do século XXI.
Tim Mclnnes – “Christmas Card from a Hooker in Minneapolis” – (Canadá)
“Cartão de Natal de uma prostituta em Minneapolis” (tradução do título), clássico de Tom Waits, lançado no final dos anos 1970, é o alvo do canadense Tim Mclnnes. A releitura, gravada em 2018, serve de prova da atemporalidade desta música de letra ousada e melodia para-todo-o-sempre.
Confira a tradução no site Vagalume.
Luna Keller – Faixa “Shine in Your Eyes” do disco “Prophecies And Silver Linings” – (Alemanha)
Imagine um coração de uma jovem de 15 anos tentando se entender, em meio a um relacionamento à distância? Pois é assim que nasceu “Shine in Your Eyes”, quando a cantora e compositora alemã Luna Keller passou um período na Irlanda, em 2016, imersa no folk do país.
Melódica, a música é saudade pura, de um sentimento demasiado genuíno. É tão verdadeira que Luna a vê como um retrato da sua vida sentimental na adolescência.
Kloster – “Kloster” – (Suécia)
Parece que esse disco é um quebra-cabeça. Os instrumentos (de sopro, percussão e guitarra) procuram um ao outro num jogo de malemolência. De improviso, o conjunto suéco Kloster tornou cada instrumento protagonista. É como se todos esses protagonistas agissem de forma separada, mas também unidos.
Posso dizer que este lançamento é uma atitude musical, e um alvo a ser observado pelos caçadores de talentos.
Jessi & the River Cats – “Blood on the Mountain” – (Estados Unidos)
O sentimento de preservar histórias reais, muitas vezes, vem de profissionais além dos historiadores, jornalistas e escritores. É este o caso de “Blood On The Mountain”, nova canção desta banda norte americana.
A letra conta o triste episódio em que um casal foi assassinado na década de 1950, próximo ao local onde um dos integrantes cresceu. Com o tempo, essa história entrou em processo de extinção, já que os moradores mais velhos da comunidade estavam morrendo.
Assim, como um registro histórico e de preservação da memória, surgiu essa música.
Robert Weston – “& Friends” – (Holanda)
Desde 2020 em carreira solo, Robert Weston já lançou um EP e seis singles. Para 2022, o artista tem mais um EP e um disco de estreia já lançados.
Em ponte com a música norte americana e com vizinhos europeus, Weston é um artista dito como de música country holandesa.
Suas influências principais são George Jones, George Strait, The Beatles e Garth Brooks, mas sua sonoridade e conceito artísitco são únicos, ímpares.
Sky Canyon – “You Know That I’ve Loved You (For a Long, Long Times)” – (Estados Unidos)
Ao lado dos músicos Bob Rebholz e Justin Adams, Sky Canyon faz deste single uma morada das possiblidades do jazz. É assim que, por meio do jazz, Sky reverbera um pouco do Brasil, da Bossa Nova.
É um mix rico, e o qual muitos brasileiros irão sentir como nossa música atravessa as fronteiras.
Scum Shots – “S.P.A.C.E (Selfish People and Carnivorous Exploits)” – (Estados Unidos)
O novo som da Scum Shots é um rock alternativo que tem em sua letra uma história curiosa.
Os versos são sobre alienígenas, a partir de uma experiência real de um dos integrantes com Objetos Voadores Não Identificados. Assim, a beleza está no fato deste alguém ter visto algo que não tem a mínima condição de explicar.
Esse roteiro instigante é acompanhado por uma sonoridade pesada, com apelo rock n roll que merece destaque.
Sky Canyon – “Bluesalicious” – (Estados Unidos)
Apaixonado pelo blues e jazz, em especial, o produzido entre as décadas de 1940 a 1960, o instrumentista Sky Canyon reverencia esse amor em “Bluesalicious”, composição própria lançada neste mês de abril.
Na gravação, Sky é responsável pelo vibrafone, ao lado de Eric Gunnison (piano), Ron Bland (baixo) e Mike Marlier (bateria).
Monsieur Marco – “Anxiety” – (Suiça)
Tendo em vista um transtorno não explicado em totalidade, e muitas vezes banalizado, o suíço Monsieur Marco fez o seu papel em “Anxiety”. Uma música melódica do tipo que emociona e alerta para algum dor da alma.
Pessoas que sofrem com o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) sentirão compreensão ao ouvir esta música.
Jessica Born & Georg Crostewitz – “Reset” – (Alemanha)
Amante máximo do blues, do rock e do jazz, o duo alemão Jessica Born & Georg Crostewitz tem em “Reset”, single lançado em 2021, a resposta para quem pergunta sobre suas influências e sentimentos musicais.
Iniciada com um solo calmo e inteligente, reproduzida com arranjos graciosos e uma voz pra-não-botar-defeito, a música é poética, com letra sofrida e que retrata uma história de solidão.
De fácil digestão e radiofônica, a canção é daquelas que balança o corpo e alma, mutuamente. É só ouvindo para crer.
Mariana Cortesão – “Primavera” – (Portugal)
“Primavera”, canção escrita pela portuguesa Mariana Cortesão, tem gosto de ingenuidade, simplicidade, alegria e paz. Afetiva, é um hino de quem sabe que a próxima estação mundial está porvir, um mundo de mais flores, sorrisos e união entre os povos.
“Primavera” é o que precisamos ouvir para manter a fé em dia, e os bons sentimentos vivos no lado direito do peito.
Fraktale – “Berlin” – (Polônia)
A liberdade musical de Hermeto Pascoal, como exemplo mais prático, lembra muito o que a banda polonesa Fractal fez em seu novo single, “Berlin”. A música é experimental e dotada de improvisos, e faz parte de uma sessão ao vivo de improvisação.
O som integra o terceiro álbum do grupo, programado para ser lançado em breve.
KrisG – “No Doubt” – (Bielorrússia)
De tirar-águas-dos-olhos e de coração-arder. É assim que resumo o sentimento de “No Doubt”, single de neo-soul e new wave a serviço da meditação para dias em que o amor seja a solução mais óbvia.
Nicoletta Rosellini – “Penelope’s Song” – (Itália)
A artista italiana Nicoletta Rosellini entendeu a importância de homenagear Loreena McKennitt, cantora, compositora, pianista e harpista canadense de música celta e world music.
A homenagem é uma releitura de “Penelope’s Song”, canção lançada por Loreena em 2007.
Roberto Montalván, Héctor Quintana – “Poco a Poco” – (Equador)
Sucesso no Equador desde os anos 1980, com a banda Clip do Ecuador, Roberto Montalván lançou neste mês de abril a sua releitura, ao lado do cantor mexicano Héctor Quintana.
A ideia dos artistas é homenagear o rock latino e equatoriano, dando também visibilidade a ele. Tal investida é a segunda música do EP “X Ecu Las Rockeras”, e serve como apoio para atrair ouvintes para as outras cinco faixas do trabalho.
Calling Cadence – “Good Day” – (Estados Unidos)
O duo californiano formado por Oscar Bugarin e Rae Cole é um mix de rock, country, blues e soul sulista, mas sempre de olho nos aspectos sonoros da modernidade.
Agregando o dance-funk, eles lançaram, em 2021, “Good Day”, canção que pode exemplificar o que este duo tem para o mundo. Faixa importante do álbum homônimo, a letra é um hino de gratidão.
Extrair das catástrofes da vida bons motivos para evoluir é a mensagem máxima. “Good Day” nos revela um dia incrível para repensar as dores da vida.
“Agora é um bom dia para não morrer.”, diz o melhor verso desta obra.
Nomadic Narwhal – “Monolith” – (Estados Unidos)
Experimental e inteligente musicalmente, é assim que Nomadic Narwhal procede em seu novo single. Essa experimentação (ao estilo teatral) é fruto de subgêneros do rock, como o progressivo, metal sinfônico, entre outros.
Pesada, emocionante e viajada, a música tem 5 minutos e 30 segundos de ousadia e caprichados investimentos instrumentais. Um choque para quem a escuta.
La Carisalve, Toné Vicioso – “Madre” – (República Dominicana)
Fiel a cultura das aldeias rurais da República Dominicana, o conjunto majoritariamente formado por mulheres da capital Santo Domingo, tem uma joia nova nos streamings: o single “Madre”.
Com direção musical do compositor, guitarrista, cantor e pesquisador Toné Vicioso, a canção interpretada pela vocalista Caridad Severino é uma conversa entre mãe e filha.
No diálogo, a filha pede à sua mãe que revele coisas do mundo e da vida ainda não compreendidas pela jovem.
Steven Curtis – “Patience” – (Estados Unidos)
Steven Curtis, cantor, musicista e compositor que tem semelhanças com John Mayer, Jason Mraz e Ed Sheeran, é um homem de paciência e crises existenciais. Bom, pelo menos é isso que acontece em “Patience”, single autoral lançado recentemente.
Digo isso porque o som é um prestígio ao poderoso Deus do Tempo. “As dores diminuem quando se confia na cura.”, com essas palavras descrevo a emoção da música.
Ori Dagan – “Clicked on Romance” – (Canadá)
O canadense Ori Dagan é um cantor e compositor que sabe fazer do jazz um gênero pronto para as novas gerações, claro que com o apoio de grande múiscos que o acompanha.
Animado, leve e rico musicalmente, ele chegou ao seu novo single, “Clicked on Romance”, uma canção bem humorada sobre um namoro virtual bem aventurado, baseado em uma história real.
Christin Hyshka – “Buy it All Baby” – (Canadá)
Com toque especial da música americana, o cantor e compositor canadense Christin Hyshka faz um country folk muito gostoso de se ouvir no single “Buy It All Baby”.
Apesar de leve em sua sonoridade, a música retrata, de forma fictícia, a vida de um homem que atrai somente mulheres interessadas em seu dinheiro.
Segundo o artista, a letra dialoga com a incessante busca pelo amor, o que nos faz desenvolver o hábito de criar relações com pessoas erradas, repetidas vezes.
Sunrise and Ammunition – “Vulcan Dome” – (Estados Unidos)
Desde 2010, ano do lançamento do EP de estreia, a banda Sunrise and Ammunition sentiu-se mais do que liberto criativamente. Rockeiros, eles extrapolam o conhecido, e criam estruturas musicais psicodélicas e ricas. Muitas vezes, várias referências se casam, formando algo difícil de se dizer o que é.
Neste mês de abril, a banda lançou seu novo single, “Vulcan Dome”, que serve de exemplo para você confirmar a minha descrição sobre este grupo norte americano.
EDDIE – “The Pinnacle” – (Estados Unidos)
O “Pináculo” de EDDIE é um grito de fortaleza. Isso porque sua voz, em sintonia com os arranjos, é o instrumento mensageiro de uma letra com boa astral, que apenas coloca o ouvinte na posição de “subir ao topo”, independente dos julgamentos e das situações externas-internas.
É como se “The Pinnacle” fosse uma forma de empoderar nossas almas, tornando-as à margem dos fracos.
Roger Perelló – “Butterflies” – (Reino Unido)
O término de um relacionamento marcante inspirou Roger a escrever “Borboletas” (tradução do título). O nome aparentemente é apenas o que se perdeu para o artista, quando o rompimento tornou o colorido em cinzas, em um quase vazio, de apenas sentimentos baixos.
A áurea triste e solitária desta canção ganhou um novo contorno que despensa grandes produções instrumentais. A simplicidade desta nova versão é o que “Borboletas” necessitava para ser o que ela realmente sempre foi: melancolia pura.
OYAMANGA – “Strange Fruits” – (Japão)
Com base no blues, a própria banda diz que tem “acordes um pouco estranhos do blues comum”. A sonoridade deste single é, portanto, uma investida diferenciada, que se choca com a atitude rock e com a sofisticação do gênero.
Os solos de guitarra e trompete e a linha acentuada do baixo se cruzam, num arranjo que propicia a possibilidade clara de experimentarmos todos os instrumentos, de maneira individual.
Uma emoção única, indefinida e transcendental, é assim que posso dizer quem é esta música.
Sarah Lake – “Forget Me Not” – (Estados Unidos)
A sofrida letra de “Não Me Esqueça” (tradução) vem para o mundo na versão acústica. Potente e singela, essa leitura minimalista intensifica o que propõe sua poesia: o rompimento de uma relação, e a dor de ser esquecido pelo outro.
Composta por Sarah Lake em parceria com a artista indie Jillian Steele, e com a guitarra de Isiah Zach, a música é um folk para arder o coração, mas também serve sonoramente para relaxar.
Esse que é o 19º lançamento da artista, teve produção musical assinada por Ernie Lake, produtor renomado que já teve seu nome indicado ao Grammy.
Texmex Shaman, Rekha – “Cosmic Desserts” – (Estados Unidos)
O que é isso, a soma da poesia e sonoridade desta canção? Esta aí uma pergunta tão difícil quanto a verdade do universo. Ambos podem ter várias explicações, mas sempre a sensação subjetiva ditará a resposta máxima.
É por este motivo que compartilhamos na Além da BR, e o mesmo nos leva a deixar você livre para concluir o que pode ser este novo single do norte americano TexMex Shaman.
Iran Sanchez – “Los Buenos Tiempos” – (México)
Ter o dom de viver o tempo intensamente é valioso nesta canção, que é um mix de música pop e rock. Nascida para incentivar a valorização de nossas vidas, a música tem o recado máximo, em um dos versos mais impactantes: “Eu só quero viver em paz”.
Letra na íntegra
Se você aprendeu com sua loucura
E você está cansado de não dormir
Se você entendeu que, neste momento
Não estamos mais aqui para sofrer
Eu celebro porque comigo
Nada de bom você vai perder
Se soubermos ser bons amigos
Vamos crescer muito
Se os dias mais brilhantes
Podemos compartilhá-los
Se o drama pelo qual os amantes passam
Já podemos rir
Se de repente entendermos o amor verdadeiro
Se abraçarmos a glória da liberdade
Então a magia vem e nos cobre de paz
Apenas um pensamento foi suficiente
A música estava sempre dentro
Se você se tornar a cada momento
Você está criando os bons tempos
Eu não quero paixão fugaz
Eu só quero viver em paz
E se a música estivesse sempre no interior
Bem-vindo aos bons tempos
♪
Eu não quero seu delírio
E eu não quero que você seja louco por mim
Eu quero ver você realizar seus sonhos
Quero ver você muito feliz
♪ Entender de repente o verdadeiro amor
Abraçando a glória da liberdade
Com a magia que vem e cobre você com paz
Apenas um pensamento foi tudo o que foi preciso
A música estava sempre dentro
Se você se tornar a cada momento
Você está criando os bons tempos
Eu não quero paixão fugaz
Eu só quero viver em paz
E se a música estivesse sempre no interior
Bem-vindo aos bons tempos
Marshall Potts – “Let It All Go” – (Canadá)
Um country rock de paz. É isso que a letra e a sonoridade nos impõe. Gravada com o violino, banjo e guitarra elétrica como principais instrumentos, “Deixe Tudo Ir” (tradução), tem como destino final o lar de maravilhas.
Segundo o próprio Marshall, a poesia deste lançamento é para “tratar-se de aprender e curar a si mesmo, e honrar sua alma”. quem a escuta, percebe o quanto é inevitável descordar desta afirmação.
Joey Noble – “Not Enough” – (Estados Unidos)
De Chicago, Joey Noble tem sua genética musical integrada pelas raizes do blues. Exemplo atual disso é “Not Enough”, lançada em junho de 2021. Instrumental, tem a guitarra progressiva como protagonista, mas coube ao próprio artista a mixagem, produção, performance e composição.
É interessante que até os impacientes em relação às músicas sem letras podem se sentir à vontade com esta obra de Joey.
Dieter Van der Westen – “Gave My Soul” – (Holanda)
Adaptando o blues americano ao século XXI, o holandês Dieter Van der Westen Band deu um tiro certeiro em “Gave My Soul”. A canção beira os 6 minutos de duração, tempo suficiente para relatar uma tragédia amorosa.
Em contraste a essa ferida, o público sentirá a leveza, a alegria e a malandragem de um mix intenso de elementos do soul, blues, e folk.
Esse som é, portanto, um caso raro ao qual mesmo longo não causa tédio. Aplausos ao artista!
Madeleine Kelson – “The Way I Do” – (Estados Unidos)
É o seguinte: indignada com a ausência histórica da participação de gays no Country, realidade também brasileira (música sertaneja), Madeleine fez bom uso de seu sucesso técnico e de estrada com a música para quebrar essa fronteira.
No Brasil, nos Estados Unidos e no Mundo, essas barreiras estão frequentemente diminuindo. O novo single de Madeleine, “The Way I Do”, é, portanto, um hino de apoio desta revolução.
La Caravana Magica, Mito Rompe, Jessie Vera Lett – “Why Why Why” – (Chile)
A La Caravana Magica é uma banda chilena originária de Pichilemu, a capital mundial do Surf. Divulgadores bem aventurados dos sons da praia, os integrantes se dizem caminhar por um mix do reggae, reggaeton, trap, hip hop, música africana e latina, com letras alegres e otimistas.
A estreia do grupo é “Why Why Why”, canção lançada neste mês de abril. Nela, porém, sentimos mais o movimento praiano e good vibes do que os outros gêneros citados, algo que deve ser apresentado ao longo do ano.
Aguardamos ansiosamente, Caravana!
Isaac Joy – “Lights On” – (Reino Unido)
Um relacionamento catastrófico deu origem a “Lights On”. A revolta de seu autor e intérprete, Isaac Joy, é ecoada por meio de um mix que une a sofisticada sonoridade jazz e o moderno, melódico e não tão agressivo tom do rap.
Na gravação, há destaque para o instrumento de sopro, executado pelo artista e que dá um ar a mais de leveza e balanço a uma letra não tão positiva.
Life Stuff – “King Of The Drive Thru” – (Canadá)
A banda canadense Life Stuff merece atenção no cenário rock n roll. Influenciados por Ramones e Pavement, e também pelo movimento indie, os integrantes consideram seu som como rock pós-moderno. Ao entrar em estúdio próprio para as gravações, investem em guitarras vintage, distorção vocal, minimalismo e atitude.
Nas plataformas digitais, o grupo tem vários exemplos de sua verdade musical e poética. O mais recente lançamento é o disco “King Of The Drive Thru”, com deliciosas 11 faixas para verificar a saudável agressividade da Life Stuff.
Thomas G. Leary – “Empty Sky” – (Estados Unidos)
A música está disponível somente no Youtube.
Se você anda perdido e infeliz, “Empty Sky” serve de conselho sonoro e poético. Os arranjos, os versos e o vocal tocante são as palavras e a mão amiga para você. Hesitarei em falar muito. Deixarei, portanto, a letra precariamente traduzida e o play para você apertar. Sinta-se compreendido por um estadunidense.
Ela costumava olhar para o céu noturno vazio
Tentando encontrar uma resposta, tentando encontrar apenas um porquê
A besta da depressão profunda estava tão enraizada em sua alma
Ela nunca encontrou a resposta e nunca poderia fazê-lo ir
E o tempo todo ela só queria voar
Ela viu a montanha crescer muito alta para escalar
Ela sentiu o peso do céu vazio
Procurando por algum significado enquanto tomamos tempo para chorar
Nunca encontrei uma resposta, mas eu realmente tentei
Ela nunca teve a felicidade que todos nós conhecemos
A vida que tomamos como certa, ela nunca poderia fazer a sua própria
E o tempo todo ela só queria voar
Ela viu a montanha crescer muito alta para escalar
Ela sentiu o peso do céu vazio
Tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar, tire um tempo para chorar
Ah a a a a a a a a a, Ah a a a a a a a
The Dalmatians – “Millionaire” – (Austrália)
Dialogando com as origens poéticas transgressoras do rock, a banda australiana The Dalmatians tem em “Millionaire” um recado aos poderosos da grana, do poder político e armado, mas também um grito de conscientização. Na descrição do clipe no Youtube, encontramos as palavras do grupo sobre. Confira:
“A letra zomba dos mega ricos e de nossos fanáticos políticos. Argumentamos que eles estão definindo os valores e prioridades errados para todos nós. A música faz referência ao movimento ‘flower power’ dos anos sessenta como uma motivação para fazer algo a respeito.”
Burn The Louvre – “Wish We Were” – (Canadá)
A vida é imprevisível, e raramente algo é para “sempre”. Com essa consciência, nasceu “Wish We Were”, nova canção da banda canadense Burn The Louvre. O ponto de inspiração foi a primeira namorada do compositor.
O relacionamento findou-se, mas ficou a dica desta música divertida e otimista: “viver a beleza do presente, mirar o futuro com fé, e não agonizar por um passado que nunca existiu”.
Mathandani – “Mbuti Ya Xidzwele” – (África do Sul)
Direto da África do Sul, a cantora Mathandani e seus companheiros de música fazem toda a festa e diversão em “Mbuti Ya Xidzwele”. O single é marcado pela característica batucada africana, e, segundo o comunicado de imprensa, tem na letra a celebração do nascimento de uma criança.
O tom festivo convida, para esta data especial, os amigos e parentes, com muito estoque de carne, cerveja, música e dança.
LYLCV – “Perfect Drug” – (Estados Unidos)
A banda LYLVC é formado por uma cantora de rock e um rapper masculino. Influenciados por nomes como Linkin Park e Bring Me The Horizon, o som do duo une elementos do rock, hip hop e da música eletrônica.
O single de estreia “Perfetc Drug” (“Droga Perfeita”, em português), foi lançado neste ano e, portanto, é a carta de apresentação dessa combinação ousada e desafiadora.
Ogi feel the Beat – “Sax Underground” – (Sérvia)
Jazzística, a obra se apoia numa energia triste e suave, mas com uma estrela sorridente e de balança-corpos. Essa áurea dualista, que une o moderno e as raízes, é de muitas vozes.
Assim, posso dizer que é difícil destacar o personagem principal desta música, se colocarmos os instrumentos como seres vivos. Todos eles são porta-vozes únicos. E juntos dão a tônica de uma estrutura musical completa.
Aos amantes da boa técnica instrumental e da emoção sonora, #ficaadica.
Chancy Squire – “For a Better World – Radio Edit” – (Alemanha)
Nós, meros sub-classes, nos sentimentos impotentes quando os líderes mundiais decidem sanções e luta armada. Mas, muitos acreditam no poder da oração. Os mais ditosos, entretanto, também vêm a meditação vindo da música. Os ditosos dos ditosos irão sentir uma esperança e fé interna ao ouvir a sensível canção “For a Better World” (Por Um Mundo Melhor / tradução).
Escrita em resposta a uma possível 3ª guerra mundial, a música é uma versão atualizada de “USA For África” e um Pai Nosso musical.
The Masterminds – “Let Us Be Lovers” – (Estados Unidos)
Bate a lembrança de Beatles quando se escuta essa coisa-linda de The Masterminds. Romântica de ponta a ponta, a canção é simplista em relação aos instrumentos, mas inteligente ao fazer o bom uso desta simplicidade.
Traduzido ao português, chegamos ao título “Sejamos Amantes”. Este nome traduz exatamente o momento em que os apaixonados não conseguem viver sozinhos.
É a típica canção que diríamos ser “mais uma de amor”.
Observação: A música foi lançada originalmente em 2020, e ganhou releitura neste ano em álbum que traz outras dez canções.
Quanta – “Brainwashés” – (Canadá)
O ponto de partido da carreira fonográfica oficial do canadense Quanta é o single “Lavagem Cerebral” (título traduzido para ao português). Logo de cara, o punk rock do artista é um cartaz de que “a música é um veículo de propagar ideias, denunciar, militar”.
Essa verve intensa e intolerante à sociedade mal planejada se intensifica a partir do primeiro minuto da canção. Neste momento, o cantor-compositor mergulha em vocais grossos e arranjos pesados.
A música é boa para se indignar e para tornar nossa mente menos escrava.
AIRYO – “New Roads” – (Alemanha)
Este delicado e dedilhado lançamento é um lembrete para sua mente barulhenta e colada no passado. Ela diz: afaste-se dos velhos hábitos e olhe para frente.
Sabemos, no entanto, o quanto isso é difícil. “New Roads” pode apenas facilitar este caminho, e ser um apoio neste mundo de espinhos que nos prendem as frustrações do passado.
Who’s Calling – “Out of Time” – (Estados Unidos)
Essa música tem na sua letra o tempo e suas questões como assunto. Mas é ouvindo-a que nós saímos do tedioso relógio e nos aventuramos neste universo musical desta banda indiscutivelmente talentosa e privilegiada pelas boas emoções.
Vale dizer que a união do blues com a música eletrônica é o êxito desta banda norte americana.
Joe Sneva – “Malibu” – (EUA)
A sua playlist escolhida para curtir a estrada, seja no Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar deste mundão pode se enriquecer com esta canção. É um pop de verão lançado em setembro de 2020, mas que se encaixa para todos os anos.
Boas vibrações é o que se sente ao ouvir “Malibu”.
Moncrieff – “Warm” – (Irlanda)
Com milhões de streaming, apresentação com Adele, admiração de Elton John e Avicii, e contrato com a gravadora alemã Energie Musik, o cantor e compositor irlandês Moncrieff apresentou no dia 21 de janeiro deste ano o single “Warm”, uma prévia do EP programado para breve. Identificada como soul e R&B, a música tem uma mensagem significativa e libertária.
O próprio artista a explica em comunicado à imprensa. “Ninguém é perfeito. Essa música é sobre ser essa pessoa, e aquele raro momento na vida quando você encontra aquela pessoa que realmente vê você por você, suas imperfeições, falhas e cicatrizes, bem como suas boas características e te ama por elas. É uma sensação muito reconfortante e feliz saber que tudo o que você precisa fazer é ser você mesmo.”
Este irlandês é bem aventurado na sua decisão artístico. Talento assim é raro. Você pode ou não concordar comigo. Aperte o play para saber!
Eliane Correa, La Evolución – Disco “Signo de Fuego” – (Cuba)
O grupo Eliane Correa & La Evolución tem em seu disco de estreia, “Signo de Fuego”, um cartão de visita ao seu trabalho artístico, liderado pela sonoridade caribenha, popular cubana e moderna, e por uma poesia de liberdade e investimentos em versos ousados.
A faixa número 3, homônima ao álbum, é a que irei tentar descrever brevemente, o que, porém, não significa que seja maior do que as outras 9 canções.
A música é definida como uma salsa-timba-funk. A vibração positiva dos arranjos e dos vocais apresentam uma áurea cubana e humana sem precedentes.
A gravação está na língua espanhola, mas irei atiçar sua curiosidade com os versos de abertura: “Nasci em uma noite de inverno sob o signo de sagitário; deste então minha mãe me ensinou a ser livre e confiar em meu caminho todos os dias”.
Por fim, parece que este lançamento é o coração alegre e bem vivido de Cuba.
Dax – faixa “Dear God”, do disco “I’II Say It For You” – (Canadá)
Nesta música, o canadense Dax se confessa ao divino. Demasiadamente íntima, a poesia é uma série de perguntas quentes e desafiadoras que o artista faz a Deus. Não a toa, a tradução do título é “Querido, Deus”.
O ritmo é hip hop, algo não muito comum quando o assunto é este. No entanto, o clipe ilustrativo está próximo de 10 milhões de visualizações, além da canção ter entrado no Viral Spotify Top 50.
Inicialmente, “Dear God” foi lançado em 2019. O sucesso do lançamento gerou um novo arremesso. Desta vez, o trabalho faz parte do álbum “I’II Say It For You”.
ISSAMWERA – (Islândia)
Uma banda islandesa que está a margem do esperado por seus compatriotas. Isso porquê seu som é baseado na cultura islandesa e em ritmos populares da América Latina e também da África.
Esse mix prioriza, em muitos casos, um apelo perfeito aos batuques, o que demonstra a forte influência da afromusic.
Até o momento, o grupo tem sete singles, todos lançados entre 2021 e este ano. Desejamos uma boa viagem pelos sons do mundo!
Kid Travis – “Violets” – (Estados Unidos)
A violeta é a ferramenta poética que o norte americano Kid Travis utilizou para declarar o seu amor. A declaração é explícita em “Violets”, canção romântica e de boas energias.
A música é tão iluminada que pode alcançar qualquer lugar do mundo, apenas com sua luz pacífica. Não há como negar: é uma música para dizer “eu te amo” para uma pessoa, ou até mesmo para o planeta.
Lizardream – “Outside Looking In” – (Israel)
A banda de folk-rock israelense Lizardream fez sua estreia fonográfica com o single “Outside Looking in”. A música foi escrita durante uma viagem à Índia, pelo vocalista e compositor Adi. O corpo sonoro e os arranjos vieram depois, com criação em conjunto pelo grupo.
Uma análise rápida nos leva a concluir que “Fora olhando para dentro” (tradução precária do título para o português), tem uma magia mística, posso assim dizer. Os instrumentos utilizados são puros e simplificados. A emoção na voz e no tocar do todo, porém, extrapola qualquer condição de entendimento.
the dt’s – “Tina” – (Estados Unidos)
O duo the dt’s é formado por multi-instrumentistas e um mix do rock, do blues e do pop. Tendo inteligência musical e ousada criatividade, os norte-americanos apresentaram o single “Tina”, a última prévio do EP de estreia dos caras.
Essa sugestão é um pop acústico, otimista, good vibes, nostálgico e com arranjos bem harmonizados que merecem o seu play.
Jay Max – “Higher” – (Estados Unidos)
Uma música de efeito inesperado no cérebro e no coração. Assim ela começa, assim ela se desenvolve, e assim termina. Nesta obra-mestra, Jay Max é humano e motivo em tudo que a rodeia.
Definida como um “pop R&B sem limites criativos”, a música tem um desenho eletrônico, de suspense, ousadia e de vocais lindamente assustadores.
“Higher” é, portanto, o que chamaríamos de música indefinida e alternativa.
Carlos Carty – “Namastê – (Peru)
Algo está nascendo? Uma nova consciência? Para a intuição e o conhecimento de Carlos Carty, é muito mais do que isso. A mensagem do artista peruano é enxergar a evolução humana, além dessa expectativa.
Em tempos de ameaça da paz mundial entre as mais poderosas nações, “Namastê” aparenta ser um “Imagine” adaptado ao século XXI.
Não sabemos ao certo o futuro da humanidade, mas esta música em suas quatro versões nos apresenta um caminho pacífico e harmonioso para que este novo mundo seja mais humano e fraterno.
Jicy95 – “Alienígena” – (Colômbia)
Uma experiênia espiritual a partir do ayahuasca deu vida a esta canção. Muitas outras tiveram essa mesma origem, mas confesso que é o primeiro hip hop que entra para este time de sensações psicodélicos por parte compositor.
O que será que Jicy95 avistou nas selvas colombianas, quando tudo isso aconteceu? Tente descobrir dando o seu play!
Dirty D – “Boostback Burn” – (Estados Unidos)
Ir para longe, ir para o lar, fugir do tormento. Aparentemente isso é impossível, e realmente é. No entanto, esta música tem o poder de nos apresentar um pouco desta utopia.
A leveza e a sincronia dos arranjos, fruto da genialidade do norte-americano Dirty D, tem a façanha de tornar a brisa musical o trem para um mundo de paz psicodélica.
Alex Sandra – “Too Good To Be True”, do EP “Supergirl” – (Estados Unidos)
Esta música de Alex Sandra é sofrência, mas no formato norte-americano, e na deliciosa pegada do pop rock. Uma música pesada em todos os seus sentidos, apesar de ter o seu teor de balança-corpos.
Segundo a artista, a canção nasceu a partir de um namorado que a traiu. O desgosto é o ápice de um lindo relacionamento que findou-se como tóxico. Surge, então, o nome da faixa, que traduzido para o português, fica em “Muito bom para ser verdade”.
Anton Commissaris – “Life Is For Livin'” (faixa do álbum “Awakening Sounds”) – (Estados Unidos)
Jazz, sonoridade adaptada ao século XXI e nada de tristeza. É essa a lucidez de Anton Cammissaris em “Life Is For Livin'”, a faixa de abertura do seu recente álbum.
O ritmo desta coisa-linda se enquadra no Shuffle Funky, mas também com tons do R&B-Gospel como adicionais em sua estética. Essa sonoridade é o brilho de uma letra que se opõe ao mal estar.
Nesta canção de baile, o norte-americano sintetiza a mensagem deste som dizendo que ela é “sobre dançar, rir, amar e viver o seu caminho pela vida.”
I Nu – “Le Temps” – (França)
“Le Temps” pode soar familiar aos ouvidos brasileiros. Isso porque o duo I Nu é bravamente impactado pela música brasileira, em especial pela bossa nova e MPB, a exemplo de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, João Gilberto, Tom Jobim e Seu Jorge.
A sensação mais caloroso que fica é a de união do folk francês com a nossa brasilidade, ainda que as canções dos artistas carreguem outras influências cosmopolitas.
A música, que pode ser também uma viagem distante da Terra, em busca de um clima mais pacífico, foi lançado ao lado de outras quatro faixas em EP de 2019.
Dr.Ramsés – “Ya Me Canse” – (República Dominicana)
Fiel às sonoridades caribenhas, mas de braços abertos ao novo, o cantor Dr. Ramsés tem na sofrência a referência poética do seu single de estreia, “Ya Me Cansé”.
Na letra, que contracena com um ritmo deliciosamente apropriado às danças, o artista lamenta o seu cansaço em aguardar uma resposta positiva do seu grande amor.
Portanto, é justo dizer que “Ya Me Cansé” é dualista. De um lado, o frenético, do outro, uma tristeza que despensa a esperança.
Stilla – “Om” – (Suécia)
O ser humano Stina Sundling é artisticamente Stilla. O auto apelido vem de seus livros. O nome da personagem de seus romances é este.
A escritora sueca de 57 anos é ditosa e libertária em sua arte. Seus livros abordam inúmeras questões desafiadoras para sua idade. Sexo, namoro, desejos, e até o Tinder estão em pauta. Na esteira de pensamentos, Stilla se abre ao abordar ideias de gênero, idade e solidão.
Doutora em Sociologia e diretora em uma universidade local, ela tem na música a voz para divulgar sua literatura. “Minhas músicas servem como tipo de trilha sonora para meus romances”, conta ela.
Mulher de atitude, Stilla conhece bem o genuino dom de se comunicar. A comunicação, entretanto, vai além. Sua sonoridade e coragem poética é do nível máximo. Se há uma alma com espírito jovem, suas músicas serão ouvidas atenciosamente com carinho e respeito.
“Om” é o seu recente lançamento, que, inclusive, atravessou o mundo até chegar ao Brasil. Não a toa, o presente single é um exemplo forte para apresentá-la aos nossos leitores brasileiros.
Graffiti Welfare – “Into the Soul of Space” – (Estados Unidos)
Há obras artísticas que temos dificuldades em reconhecer o que ela é, a que nicho pertence. Este é o caso de “Dentro da Alma do Espaço”, a tradução brasileiríssima deste disco.
São nove músicas que, por meio de sons-não-identificados, proporciona uma viagem celeste, psicodélica e divina, se assim posso dizer.
Se o ato de experimentar o universo e suas sinfonias é a sua vibe, não perca a oportunidade de conhecer este álbum.
ArtDéco – “Panama” – (França)
“Panama” é o paraíso, segundo esta música do francês ArtDéco. O local, que é descrito como um jardim privado dos problemas mundanos, tem um novo hóspede: o eu lirico da música.
Porém, os arrependimentos de uma vida escassa acompanham o personagem. O paraíso e os sentimentos insalubres definem a estética da obra: o dualismo entre melancolia e serenidade.
Essa foi uma explicação da poesia de ArtDéco. No lado musical, “Panama”, entre tantas influências, tem arranjos inspirados na bossa nova, fato marcante e que diferencia-o em meio a multidão europeia.
Letra traduzida (Texto & Música: Théo Aboukrat & Antoine Essertier)
PanamáHábito
Estação das chuvas eterna
La Palma Solidão
Que me afogo num Martini
Longe do Inverno
Entre dois oceanos
Lembro-me de como nos amámos
Muitas vezes
Excursão
Nostálgico
A memória traz de volta as comportas
Escapadela
Sem desculpas
Com o passar do tempo, a minha alma gasta-se
Longe do Inverno
Entre dois oceanos
Lembro-me de como nos amámos
Muitas vezes
Panamá
Aliás, sonhar
As ondas estão a voltar
Longe do Inverno
Entre dois oceanos
Lembro-me de como nos amámos
Muitas vezes
Emma Jackson – “Upon The Ocean” – (Reino Unido)
Inspirado em quatro pinturas exposta em Paris, “Sobre o Oceano” (tradução para o português) é um som aventureiro: pode te levar a terrenos desconhecidos. Esses, vale dizer, são sombrios, mas ditosos.
Esse caminho que Emma Jackson nos leva tem nas teclas do piano as passagens. Sem exageros comerciais, a música sem um resquício de letra te naufraga, numa tempestade de melancolia.
Venha! Há um novo lugar para se conhecer.
Jada Kingdom – “Dickmatized” – (Jamaica)
Os mais de 20 milhões de streams e views da cantora, compositora, modelo e designer jamaicana Jada Kingdom é o resultado de uma artista invocada, dinâmica, diversificada, e de atitude jovem.
Sua música é um mix do dancehall, R&B, pop e jazz. Nas letras e clipes, ela une várias questões altamente pautadas do século XXI, como sedução e empoderamento, dois pontos marcantes também na música pop brasileira.
Essa vibe made in Jamaica está longe de ser regional. Elogiada até mesmo pela clássica Revista Rolling Stone, seu som é do tipo que reina o mundo.
The Lovelines – “Strange Kind Of Love” – (EUA)
Muitas músicas acabam tendo um ou outro verso que sintetizam a estrutura poética como um todo. Do outro lado, há algo inédito aos meus ouvidos jornalísticos que recebem dezenas de sugestões diariamente.
Me refiro a nova música da banda The Lovelines. É engraçado e, ao mesmo tempo, incrível como esta música é integrada por doze versos. Mas todos são iguais: “Estranho tipo de amor”.
Se fosse qualquer outro, eu não sei se teria tanto poder como este.Pense bem: quando você sente um “estranho tipo de amor”, certamente aquilo preenche a maior parte do tempo que você tem para pensar.
Portanto, se seguirmos essa linha de raciocínio, a canção é como se fosse um coração que se pergunta “o que está acontecendo? É muito estranho que sinto”.Afinal, a música tem apenas essa frase. Quem a compôs, certamente estava em um espiral sem fim.
Por fim, dou uma nota a esta música, mas no formato de letras: ORIGINALIDADE!
Asher Knight – Still Standing EP – (Inglaterra)
Segundo dados do Spotify, somente na plataforma Asher Knight é escutado mensalmente por quase 160 mil fãs. O número é o reflexo deste inglês nascido em Bradford que teve na música o remédio para sua autoestima abalada.
Sua infância foi marcada por maus-tratos na época escolar. Entretanto, esse doloros momento de sua vida parece se contrapor a alegria de suas músicas, principalmente no sentido sonoro.
A prova mais recente deste bom desempenho pop é “Still Standing EP”, trabalho de oito faixas. Claro, elas serão as boas e certeiras apostas desta cara bem-aventurada.
Sandra Irís – “Smooth Jazz” (Espanha)
Espanhola de 26 anos, Sandra Íris é uma artista pop, jazzística, mas também abençoada pela bossa nova, a nossa querida bossa nova! A cantora-compositora une esses três ritmos em “Smooth Jazz”, o seu 8º lançamento nas plataformas digitais.
A letra cantada em sua língua, acompanha uma sonoridade bastante good vibe, e se assemelha a artistas como Laufey, Bruno Major, Eloise. Em relação ao seu jazz, outra particularidade: é inspirado no gênero dentro da América Latina. Por fim, ser eclético parece ser o jeito Sandra Íris de ser.
O single, por sua vez, é o terceiro do EP de estreia desta jovem de Madrid.
Djavan e Mário Lúcio – “Hino à Gratidão” (Brasil e Cabo Verde)
Lançada em outubro de 2021 na língua originária do cabo-verdiano Mario Lucio, desde então, “Hino a Gratidão” já recebeu cinco versões ao redor do mundo. No dia 21 deste mês, Djavan lançou a sua própria releitura, na língua portuguesa brasileira.
Editado pela Maré Música, a gravação aconteceu ao lado das vozes do próprio autor da obra e de Zulu Gospel Choir. A novidade é a sequência interminável deste artista alagoano que sempre se conectou com a cultura africana.