25 de maio de 2025

Amores e paixões, definem um pouco do novo livro de Mary Paes [ENTREVISTA]

(Foto de Maksuel Martins)

 

“O livro cabe na palma da mão, vai confortavelmente dentro de um bolso, não ocupa muito espaço em bolsa, sacola ou mochila – ele permite esta praticidade – é leve, é simples, mas carrega em seu bojo as impressões da autora sobre o sentimento mais inexplicável que existe: o amor. Ela nos vai fazendo breves revelações e aos poucos vai tornando visível as palavras guardadas como quem abre pequenas gavetas, as gavetas do não-dito que, na poesia, encontra o seu lugar, Mary escolheu o agora e decide que está na hora de fazer todas as declarações de amor que não disse.” (Adriana Abreu)

 

Depois desse depoimento sobre o livro, nada melhor do que apresentar a vocês algumas das pequenas poesias de Mary Paes:

 

“eu fantasio teu sexo

e imagino o amor

que a gente ainda não fez”

 

“ah… eu quero…

possuir cada detalhe teu…

mapear teu corpo com a minha língua.”

 

“vou provar um pouco de você

se eu gostar, repito!”

 

Abaixo, você verá na íntegra uma entrevista que fizemos com a escritora.

 

(Foto de Maksuel Martins)

 

A temática dos poemas surgiram das suas próprias experiências, não é? Como o processo criativo do livro aconteceu?

Eu escrevi os poemas do livro num momento em que eu ansiava por encontrar um amor, ansiava pela sensação do sexo com amor… eu acreditava que esse amor já existia, mas não estava no presente. Também me inspiro muito conversando com as pessoas. As conversas do cotidiano me inspiram.

 

Além do tema amor, vi que você fala de erotismo junto com o humor. Comente.

Então, escrevo muita coisa misturando sexo e humor, não o humor explícito e descarado, mas uma coisa sutil e sugestiva, por exemplo, tenho um poeminha que diz assim:

“de política, atualmente

não me venham falar nada

o único partido que eu defendo

trago-o entre as minhas pernas”

 

Neste livro, especialmente, não tem poemas com humor (talvez alguns),  a maioria fala de um amor que ainda não veio, embora as declarações a este amor, existam, fica claro que não houve concretização.  Sobre isso, digo que, se houver amor, é bom que haja declarações de amor.

 

Você diz que percebe um machismo acentuado por parte de algumas mulheres em relação ao seu livro. Por que pensa isso?

Esse machismo que falo não tem a ver com o livro (ele nem é tão erótico), mas em relação à minha escrita erótica no geral, em meu perfil pessoal no facebook e na fanpage da mesma plataforma. Acontece às vezes, de logo depois de uma publicação de poema erótico nas minhas redes sociais, amigas minhas entrarem no meu chat para dizer que sentem vergonha alheia dos meus posts. E já aconteceu de me falarem isso cara a cara. É uma situação que me chateia bastante, mas não me impede de continuar escrevendo e postando erotismos.

 

O fato de você ter se mudado pra Amapá, influenciou de alguma maneira no livro?

Sim. Completamente. Estar no Amapá me faz sentir inspirada. Talvez seja o rio, o boto, rsrsrs… as energias desse lugar, literalmente o meio do mundo, é a única capital cortada pela linha do Equador. Tem muito sol e parece que o céu está bem pertinho da gente.

 

Você escreve desde os 6 anos de idade. No livro DAS DECLARAÇÕES DE AMOR QUE EU NÃO FIZ, os poemas foram feitos em quais anos?

Os poemas do livro são um apanhado de escritos entre os anos 2014 e 2016.

Ainda nessa pergunta, no livro, é possível identificar o seu crescimento como poeta e como ser humano?

É possível perceber uma outra linha, pouco explorada por mim, em outras épocas. Se eu própria analisar, vou dizer que criei uma identidade nova para escrever os poemas, não apenas os do livro, mas os que atualmente, escrevo. E sim, me sinto mais humana com o passar do tempo…

 

Esse é seu primeiro livro. Quando vai sair o próximo?

Estou com um projeto para o próximo livro. Acredito que em outubro deste ano, poderei publicar.

 

Tem alguma(s) história(s) interessante(s) sobre o livro?

Talvez, rrsrs… não sei se é uma história interessante, mas publiquei este livro por incentivo de um amigo, também poeta, ele é de um outro estado. Uma pessoa incrível! Estávamos há dois anos planejando um outro livro em parceria, justamente com a temática da Penélope que aguarda fielmente o retorno de Ulisses, no meu caso seria a espera do Amor mesmo, desse amor que transforma a vida da gente. Acontece que o meu amigo se casou no meio tempo em que planejávamos a parceria literária, e a esposa, sugeriu que ele rompesse a amizade comigo e por consequência, o projeto do livro. Depois de um tempo o meu amigo reapareceu e me incentivou a publicar DAS DECLARAÇÕES DE AMOR QUE EU NÃO FIZ. Foi o momento certo.

 

Fique a vontade para falar do livro, principalmente coisas que não perguntei e que você gostaria de ter dito.

Posso falar do momento em que os poemas do livro foram escritos… foi uma época de transição na minha vida. Um ano antes, eu havia saido de um relacionamento que tinha sido bom, mas que chegara ao fim, e numa bela madrugada comecei a me descobrir numa linha poética diferente… a solidão tem dessas coisas, ela nos surpreende sendo uma ótima companhia no final das contas. rsrrss..

 

 

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