A literatura sempre estará em nossas vidas, no dia a dia, e até quando vamos nos aprofundar mais algo, seja em deveres ou em livros. Essa arte faz você encontrar dois tipos de dons: O de quem escreve e o de quem ler.
Qualquer autor(a) que escreve, necessita da sensibilidade do leitor, a comoção, pois, quem escreve com o coração faz estrago no peito alheio. É esse o caso de Fabrício Soares de Oliveira, nascido em 8 de abril de 1988, ele escreve nas redes sociais e vem ganhando adeptos. A seguir, confira sua história e uma entrevista.
A HISTÓRIA contada por ele mesmo
Eu nasci na baixada fluminense. Minha família por parte de pai trabalhava na fábrica de tijolo em frente a minha casa. Minha mãe era empregada doméstica. Com 1 ano, estava no colo da minha prima, ela brincava com uma chupeta das bonecas que ela tinha, ela engoliu e morreu asfixiada, infelizmente eu era praticamente um recém-nascido, não tenho lembrança dela, diziam que ela tinha prazer em dividir as coisas dela.
Fui criado com meus amigos, aproveitava que meus pais iam trabalhar e meu irmão tomava conta de mim. Enquanto ele ia soltar pipa, com 5 anos eu já era dono do meu nariz, vivia no quintal dos vizinhos brincando, subindo nas árvores, ia pro fliperama jogar, minha mãe chegava às 16h e tacava o cinto em mim, era o jeito de me disciplinar.
Minha infância ficou marcada no dia que um amigo me chamou pra pegar as moedas do dono do boteco escondido, um dia ele viu. Minha mãe ficou sabendo e foi o dia que tomei uma surra pra nunca mais fazer novamente. Embora eu era meio levado, eu tive a melhor infância da vida.
Comecei a escrever desde os 7 anos na escola. Todas as sexta tinha educação física e gincana de versos e poesias. Meus amigos sempre levava um versinhos famosos, já a minha mãe não sabia como pesquisar essas coisas, então era a gente que criava. Eu era péssimo, sempre perdia até que um dia eu escrevi algo e deu certo, eu ganhei. Fiquei feliz e isso me incentivou. Mas comecei a escrever nas redes sociais em 2017.
Parece irônico meus conteúdos, mas a minha base foi a bíblia, os livros de Salomão.
Eu escrevia todos tipos de memes e piadas eróticas, mas com o tempo fui adaptando meu jeito de escrever. Embora muitas pessoas me conhece pelo erotismo, o erotismo nunca foi algo que eu senti prazer em escrever. Muitos acham que leio vários livros, minha influência venha de lá, mas a verdade é que eu nunca gostei de ler, meu único prazer é a bíblia. Mesmo distante da igreja, me sinto vazio as vezes, mas tenho fé que um dia eu volto novamente a fazer o que mais me dá prazer na vida.
Luan FH – Cara, você lembra qual foi o momento mais complicado em sua vida?
Fabrício – O momento mais complicado foi o dia que decidi me afastar da igreja. Sai com dois amigos e fui pra balada, curti bastante. Óbvio, sem bebidas ou outros tipos de drogas. Sai da balada e fui pra casa da minha mãe, na época ela já estava separada do meu pai. Chegando lá, eu descansei, quando foi às 21h senti um aperto no peito, uma sensação que perdia o meu pai naquele momento, mas eu não entendia pois ela estava ótimo. Entrei na van chorando, não tinha telefone, quando estava chegando em casa, no meio do caminho. Vi muitos carros no meu portão, quando entrei no quintal, tinha muitas pessoas, meu pai teve um infarto por volta das 21h. Não pude dar o último abraço e nem contar as piadas que ele gostava.
Luan FH – Alguma vez você olhou no espelho e disse: “Finalmente aprendi”?
Fabrício – Eu aprendi a não esperar nada de ninguém. A não criar expectativas nas pessoas e nem culpar a Deus pelas coisas que não acontecem do meu jeito. Talvez essa seja a razão de não ter tantas frustrações por aí.
Luan FH – Você costuma ler outros autores? E já chegou a se inspirar em algum?
Fabrício – Leio muito pouco, acho que não tenho tanta inspiração assim porque não tive incentivo em ler livros, eu sempre criei desde os 7 anos todos os conteúdos. Eu tenho muita influência em teologia e ateísmo. Gosto de Paul Washer mas também sou fã de Leandro karnal.
Luan FH – O que a escrita te possibilitou em termo de mudança?
Fabrício – Aprender um pouco com a crítica, e não ficar fazendo comentários pessoais nas postagens dos outros a qual eu não concordo com as ideias.
Luan FH – Teve algum texto que você fez e disse: “Caramba, nesse me superei”?
Fabrício – Nenhum, até brinco com a minha namorada “não consigo gostar de nada que eu escrevo’‘ mas mesmo assim percebo que muita gente tem gostado, talvez isso seja meu único incentivo saber que tem alguém esperando ansiosamente os meus textos.