O poeta mineiro, Carlos Drummond de Andrade recebeu de presente uma canção de Alceu em 1982, no disco CAVALO DE PAU, mas essa palavra “recebeu” é um tanto irônica, porque o poeta na verdade, não tinha o menor interesse pela homenagem. Foi o que Alceu Valença contou ao site do Noticias ao Minuto
Em entrevista, Alceu lembrou uma história, de dois dias em que se encontrou com Drummond.
“Sai com um amigo meu, em Ipanema, e fomos ao Natural (bar) na rua Barão da Torre. E eu estava sentado quando Drummond passou. Ai meu amigo falou: ‘Alceu, fala para ele que você dedicasse a música…’. Eu respondi: ‘não, deixa o cara em paz’. Mas ele insistiu: ‘Vai, Alceu’.
A tentativa de conversar com o poeta foi em vão.
“Quando eu o alcancei, vi ele parado olhando um cara empalhando uma cadeira. Ai eu falei: ‘poeta Drummond, dediquei uma…’. Ele já me interrompeu e falou que eu não precisava dedicar nada a ele. Eu insisti dizendo que era uma música e ele falou: ‘não, não quero música não”.
Alceu ficou muito decepcionado com o seu ídolo. “Rapaz, ele me tratou com um desprezo inacreditável”.
Mas o encontro viria acontecer novamente em outro momento, mas no mesmo lugar.
“Passou um tempo. Eu estava num outro bar agora naquela mesma rua, com Walter Queiroz, compositor da Bahia. Aí lá vem ele (Carlos Drummond) andando com a mesma roupa e com o mesmo paletó amarelo. Eu já estava meio ‘biritado’, tinha tomado uns chopes. Fui até ele e falei: ‘o poeta Carlos Drummond, passeando na Vinícius de Moraes (rua)”. Ele só olhou para mim e fez um “tsc” (som). Rapaz, quanta humilhação”.
(Informações e citações do site Notícias ao Minuto)