Os temas mais debatidos por grandes poetas, o amor, a solidão, a morte, a efemeridade do tempo entre outros, também foram inspirações para a nova obra do autor Luiz Otávio Oliani.
A obra, publicada pela editora Penalux, com nome de “Pallimpsestos, Outras Vozes e Águas”, traz reflexões de Luiz, com referência e diálogos entre autores tradicionais como Drummond e Machado de Assis, até escritores mais atuais como Astrid Cabral e Antonio Carlos Secchin.
(Machado de Assis foi uma das maiores fontes de inspiração para o livro)
SOBRE O AUTOR
Luiz Otávio Oliani é poeta, contista, cronista e dramaturgo. Graduou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em Direito, pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). Atua como professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Produção Textual em diversos estabelecimentos de ensino.
Como escritor, publicou 12 livros, sendo 9 de poemas e 3 peças de teatro. É membro da APPERJ (Associação Profissional dos Poetas do Estado do Rio de Janeiro) e da Academia Humanística, Artística e Literária “Lítero Cultural”. Participa de mais de 200 livros coletivos nacionais e estrangeiros como poeta, cronista, contista ou autor de prefácios, orelhas ou resenhas críticas. Participou da Revista Literária Sociedade dos Poetas Novos. Ainda representou o país, em 2017, no IV Encontro de Poetas da Língua Portuguesa em Lisboa (PT).
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A ENTREVISTA
A primeira pergunta e talvez a mais óbvia. Você diz que as poesias presentes no livro são inspiradas em outros autores. Quem são?
A primeira parte do livro denominada de “Palimpsestos” traz poemas inspirados em vários autores de minha predileção, entre prosadores e poetas, nacionais e alguns estrangeiros, como Drummond, Quintana, Manuel Bandeira, Cecilia Meireles, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Thiago de Mello, Manuel de Barros, Lêdo Ivo, Ferreira Gullar, Bertold Brecht, Franz Kafka e outros.
(Cecília Meireles, uma das inspirações do livro – Foto/Divulgação)
2) Como foi seu processo criativo? De que forma você se inspirou nesses poetas?
Meu processo criativo parte de muitas leituras e releituras. Às vezes, uma palavra, uma imagem, uma cena, tudo pode levar à escrita. Eis um exemplo: numa releitura do clássico A METAMORFOSE de Franz Kafka, tive um “insight” escrevi o poema que segue abaixo:
“Estranhamento”
ser um inseto
monstruoso
não viver
em sonho
ter asas
comer lixo
o peso dos outros
contra Gregor
a vida que devia
não devia ser
um pesadelo kafkiano
Assim, fui compilando diversos poemas que culminaram em “Palimpsestos, Outras Vozes e Águas”
3) Por que dialogar entre a poesia contemporânea e a tradicional?
Era preciso prestar uma reverência ao cânone, à tradição representada por aquelas vozes que construíram a História de uma literatura. Daí, minha admiração e meu reconhecimento a nomes exponenciais como os já citados Drummond, Bandeira, Cecilia, Gullar, entre tantos outros.
Agora, quanto aos contemporâneos, tratava-se de uma necessidade de única e pessoal de dialogar com vozes amigas, parceiras e essenciais na vida do escritor. Por isso, as homenagens poéticas para Astrid Cabral, Antonio Carlos Secchin, Álvaro Alves de Faria, Noélia Ribeiro, Diego Mendes Sousa, Alexandra Vieira de Almeida, Nuno Rau, Lenita Estrela de Sá, Adriano Nunes, Mia Couto, Carvalho Júnior, Jorge Ventura, Arriete Vilela, Claudia Manzolillo, Celi Luz, Airton Souza, Anna Maria Fernandes, Pedro Du Bois, Ana Cristina Rosito, Leandro Alves, Dora Locatelli e Rogério Salgado.
(Ana Cristina Rosito é uma das escritoras contemporãneas que inspiraram Luiz Otávio)
Em suma, para fechar a questão, um trecho do prefácio do escritor, jornalista, advogado e indigenista Diego Mendes Souza no livro: “Característica de destaque na vida e na obra de Luiz Otávio Oliani é a generosidade. Indivíduo que sabe reconhecer as suas influências sem se deixar apagar. Sua estrela tem um ritmo de afogado, de emergência e de água ressuscitada”
4) Como surgiu a ideia do livro? Desde quando ele vem sendo idealizado e escrito?
A ideia do livro surgiu após a finalização de outro projeto intitulado de “Entre-textos”. Publiquei uma trilogia de livros pela Editora Vidráguas, em 2013, 2015 e 2016. Tratava-se de um diálogo meu com poetas brasileiros contemporâneos de 23 estados do Brasil. Então, depois da coleção, fiquei com vontade de organizar um livro em que também houvesse esse diálogo intertextual. Mas vieram outros trabalhos posteriores até antes da publicação do novo livro.
5) Explique o termo “palimpsestos”, tanto usado por você para definir seus processos no livro.
“Palimpsestos“ é uma palavra grega que remete aos papiros, pergaminhos ou manuscritos reutilizados na Idade Média. Como não havia abundância de material para a escrita, tudo era reaproveitado. Um texto era redigido num pergaminho, depois raspado, dando lugar a um novo uso. Por isso, a primeira parte do livro lembra tal procedimento, uma vez que os textos foram elaborados com base em poemas de autores proeminentes.
6) Qual estilo de poesia você usa no livro?
Deixo aos críticos literários, ensaístas e leitores a teoria acerca da minha obra literária.
7) Quais são os temas tratados por você no livro?
Sendo a literatura a recriação da realidade através da língua, os temas essenciais da arte da palavra encontram-se no livro: o amor, a morte, a efemeridade do tempo, a solidão, entre outros.
8) Fique à vontade para falar o que quiser.
Este é o meu 13º livro, o décimo de poemas (porque já publiquei três peças de teatro), uma publicação da Editora Penalux, 2018.Tem orelhas de Adriano Nunes, prefácio de Diego Mendes Sousa e quartacapa de Antonio Carlos Secchin.
O lançamento oficial da obra ocorrerá no dia 11 de setembro de 2018, no projeto cultural POETA SAIA DA GAVETA, na Casa do Bacalhau, na Rua Dias da Cruz, número 426, Méier, Rio de Janeiro, das 19 às 23 horas. O evento tem direção de Teresa Drummond e coordenação de Neudemar Sant´Anna. Fica o convite para todos.
Contatos com o autor: Luiz Otávio Oliani –oliani528@uol.com.br