8 de dezembro de 2024
Entrevista Literatura Livro

LUNA – Escritora e ilustradora ganha espaço nas redes sociais com seu trabalho cheio de sentimentos

A arte veio desde o tempo antigo, só que tem se espalhado rapidamente nos tempos atuais, e tem sido abraçado cada vez mais pelo público. Maria Clara Araújo, de 21 anos, nasceu em Belo Horizonte, no ano de 1999, tem feito sucesso nas redes sociais com seu trabalho (grande parte das publicações são feitas em quadrinhos), trazendo para essa geração, uma grande inspiração como autora e ilustradora.

História contada por ela

Quando eu era criança, na verdade, eu sempre gostei de arte em geral, eu gostava muito de dançar, dançava muito em festas de família. Fui crescendo e minha mãe sempre fala que sempre fui extrovertida (Pessoa que conversa muito, que é mais ativo) — Sempre tive muito contato com música, meu pai, minha mãe sempre gostaram muito. Então os primeiros contatos com arte foram através da dança e da música. Depois, quando fui crescendo, eu assistia muito desenho e gostava muito, então às vezes tentava desenhar as coisas que via na televisão. Eu tive muita fase durante a infância para a adolescência, então eu gostava muito de desenhar, às vezes na escola, deixava de prestar atenção na aula para estar desenhando. Aos 14 anos, minha mãe me deu um violão de presente de aniversário e eu fui aprendendo a tocar algumas músicas que gostava e ouvia. Quando fiz 15, eu entrei em um curso de teatro, que para mim, em minha opinião, me despertou para esse lado artístico de vez. E eu comecei a escrever poesia, só que somente em particular, não mostrava a ninguém mais. Frequentava os saraus do curso e passei a achar legal, porém, quando fiz 16 anos, ainda fazia este curso e fazia outras áreas; artes visuais, dança, circo, música e gestão cultural.

REFERÊNCIAS

Quando eu comecei escrever, as minhas referências eram teatrais, e eu me inspirava muito em artes visuais porquê ia muito em exposições, galerias, etc. No primeiro momento foram as outras linguagens artísticas, antes da literatura. Depois dessa fase teatral, eu me inspirava muito nas músicas que eu ouvia, sempre ficava lendo as composições (letras). Depois que eu comecei a publicar meus textos de fato em 2016, comecei a ler mais, então as minhas referências eram artistas parecidos comigo; tinham o mesmo estilo. Atualmente as minhas inspirações artísticas são:

— Rupi Kaur.

— Amanda Lovelace

— Clarice Lispector

— Tita Tuif.

Essas são as minhas referências artísticas, porém, me inspiro muito nas pessoas que estão ao meu redor no dia a dia.

UMA FRASE E UMA HISTÓRIA POR TRÁS

“Nossos recomeços, não devem

ser baseados em antigas

partidas. Eu ainda te amo,

mas preciso refazer minha vida.”

Eu gosto muito porque é uma espécie de lembrete, de que a vida sempre tem que recomeçar de alguma forma e que ainda exista amor, todo mundo merece um recomeço diferente, uma vida diferente.

PORQUÊ EU COMECEI A ESCREVER

Eu tinha 17 anos, e eu tinha acabado de terminar um relacionamento, e como já escrevia, eu mostrava essas poesias para minha ex namorada. E aí quando a gente terminou, eu escrevia muito sobre o término, porém, como eu não tinha contato com ela, não tinha como mostrar, então passei a publicar nas redes sociais. (No Facebook, depois fiz uma página no Instagram). Por incrível que pareça, por ter tido uma evolução e meus textos, os temas serem bem diferentes hoje em dia; antes os textos eram fotografias de lugares que eu tirava, ainda tendo muitas referências das artes visuais, com o passar do tempo eu fui me aventurando pelas intervenções urbanas: picho, lambe-lambe. Fiz isso por um tempo, 2 anos, até descobrir uma nova identidade artística em 2018. E então comecei a escrever meu primeiro livro em 2018, e enquanto eu escrevia esse primeiro livro, comecei a me aventurar em algumas ilustrações. Só que esse livro só foi publicado em 2019, então esse processo de criação do livro até o lançamento foi muito importante para eu que pudesse estabelecer uma identidade artística definitiva — Em 2020, lancei meu segundo livro — E nesse processo, eu já estava mais segura em respeito as minhas ilustrações. Foi quando comecei a publicar meus desenhos com mais frequências.

Luan FH — Você acredita que sua escrita acaba influenciando para o lado positivo na vida dos seus leitores?

Luna – Eu acredito que sim! Porque eu recebo muitas mensagens de muitas pessoas dizendo que elas começaram a se expressar melhor porque meus textos conseguem expressar de alguma forma o que sentem, porquê nem sempre elas conseguem dizer, mas conseguem compreender quando elas leem. Eu sinto que meus textos aproximam as pessoas dos sentimentos que elas costumam ignorar.

Luan FH — Você já escreveu algo chorando?

Luna – Demais! Literalmente e internamente também. Eu sou libriana com ascendente em peixes, então sou sentimental demais.

Luan FH — Qual a sensação de ler um livro físico e ver que tudo aquilo foi escrito por você?

Luna – É uma sensação de realização, euforia, um pouco de medo porque as pessoas estão vendo um filho meu — o que tenho de mais íntimo exposto naquele livro — É bem íntimo, mas também eu gosto muito, porque sinto que as pessoas podem me conhecer muito melhor. E aproximar os meus sentimentos com os sentimentos das outras pessoas.

ESPAÇO LIVRE PARA A AUTORA FALAR SOBRE O QUE QUISER

Vou falar um pouco a minha intenção artística.

Quando eu escrevo, eu espero que as pessoas se sintam compreendidas, por isso que alguns dos meus textos são mais tristes, porque a tristeza é um dos sentimentos mais negligenciados que negamos a existência dela. Então quando eu escrevo, desejo com que as pessoas parem de negar o que estão sentindo, obviamente não quero que elas sofram, mas quero que elas entendam porque aquilo é tão incomodo a ponto de fingir que não existe. Também quero dizer que é possível que todo mundo seja um escritor ou uma escritora, porque a arte é inclusiva, é para todo mundo e que também é terapêutico que faz a gente se conhecer melhor.

LIVROS:

“histórias de amor no livro do mundo”, 2019

“Pequenas doses de você; amor e outras dependências”, 2020

“você sabe que vai doer

quando eu falar sobre

nós dois”, 2021.

PEQUENA RESENHA DO COLUNISTA

A Luna, como é conhecida, é uma artista completa, tendo visibilidade através da sua arte; escrita e ilustrada. A ilustradora escreve as coisas da vida, decepções, partidas e o amor, é claro. A tristeza nua e crua e ainda por cima, cruel ao ponto de lembrar das feridas ainda não saradas e a necessidade para curá-las e seguir em frente. As juras de amor que voarão como pó ao vento.

“Honestamente, valeu tudo. Cada lágrima, cada sorriso, cada suor que escorreu do meu corpo quando eu era sua, cada momento em que eu disse que te amava e eu me sentia tão sua.”

Trecho de um texto da Luna.

Aqui percebe-se o quão sentimental ela se tornou, e isso acaba virando um alvo repleto de beleza, não só como pessoa, mas como ser humano.

Luna, ao ler isso, entenda: Você tem futuro, mulher! Segue o barco, e continue a caminhada. Parabéns pelo trabalho maravilhoso!

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