1 de maio de 2024
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Lupa na Canção #edição22

Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Esta é uma lista de novidades mensais, com músicas novas, quentes, diferentes. A seleção é eclética, serve para todos os gostos. É importante ressaltar: que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra; essa lista é atualizada diariamente, até o encerramento do mês.

Paraíso mineiro é cenário do novo clipe do cantautor folk Guito

Este novo single ao vivo do cantor e compositor folk Guito tem como apoio o cenário de Carrancas, cidade montanhosa de Minas Gerais. E a beleza natural faz parte do clipe da canção. Tal beleza reflete muito da doçura da música. Autoral, a canção “remete a uma paixão platônica e como podemos transmitir nossa energia para essa pessoa. Será que ela sente?”, disse Guito.

“Empatia” é o 11º amostra do novo DVD de Guito que vem sendo divulgado como singles desde 2023. Entre o repertório, estão autorais e releituras de canções como “Maluco Beleza” (Raul Seixas), “Tocando Em Frente” (Almir Sater e Renato Teixeira) e “Cidadão” (Zé Ramalho), bem como releituras de colegas, como “Morada do Sossego” (Maringá Bogert).

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”

MINI ENTREVISTAS

Paulo Pereira homenageia Tom Jobim e suas raízes nordestinas na canção “Boleia”

Em resumo, o que é esta música e esta gravação? “Boleia” é uma das sete canções do meu álbum “Quixote”, produzido pelo grande Swami Jr.  Ela tem relação direta com minhas raízes nordestinas. Dediquei esta canção ao grande maestro soberano Tom Jobim porque é o meu compositor brasileiro preferido. Curioso é que Tom Jobim possui antepassados nordestinos com o mesmo sobrenome da minha família “Pereira da Silva”. Talvez só uma coincidência, talvez tenhamos um longínquo antepassado em comum.

Qual sua mensagem? O que a letra conta? A letra trata da história de um nordestino que veio para o sudeste na boleia de um caminhão. Essa pessoa imaginária também conheceu seu grande amor nesta ocasião.  É um tema que alguns dirão que é um pouco anacrônico, já que este movimento migratório já ficou para trás, no passado. Mas seus reflexos estão muito vivos até hoje, como podemos perceber. Fala também da complexidade e das contradições dos sentimentos humanos, por exemplo quando diz que “alegria é um tipo de insensatez que alguém tem”.  Não é uma canção triste, mas possui esses coloridos diversos.

Musicalmente, o que e é “Boleia”? “Boleia” é um samba com uma harmonia sofisticada. A música foi arranjada pelo grande Swami Jr. Tem uma melodia que fica na cabeça, segundo meus ouvintes. Como sou flautista, a parte instrumental acaba sendo importante, com solos de flauta e piano. Mesmo nas canções eu sempre gosto de valorizar os instrumentos, mas é claro que a voz ocupa o primeiro plano.

Fale sobre a ficha técnica. A interpretação de “Boleia” fica a cargo da dupla Os Gêmeos (Renato e Fabiano), que são meus amigos da época em que eu toquei “na noite”. Eles timbram maravilhosamente bem e possuem uma voz e uma musicalidade deliciosa. Muitos instrumentistas “top” contribuíram para que esta canção tomasse a sua forma final. O maestro Tiago Costa no seu mágico piano,

a bateria do grande Celso de Almeida, a percussão de grande Kabé Pinheiro, o violão e o baixo do maravilhoso Swami Jr. Posso dizer que eu não atrapalhei muito com minha flauta. Não podemos esquecer a gravação por conta de Alexandre Fontanetti e Pedro Luz (estúdio Space Blues). A mixagem e masterização é também do Alexandre Fontanetti.

O que esta música diz sobre sua carreira? Minha carreira de compositor está apenas começando, mas acho que “Boleia” é um ponto alto deste início. As músicas do meu álbum foram compostas em sua maioria durante a pandemia. Acho que eu amadureci como compositor nesses três anos de trabalho que levei para fazer as músicas e letras. “Boleia” reflete esse amadurecimento, se é que um artista que só lançou um álbum pode se considerar amadurecido artisticamente.

Respostas de Paulo Pereira

Disponível na playlist “MPB – O que há de novo?”

Caio Rivera faz do Pé de Limão uma metáfora para “te levantar e trazer um sorriso”, como ele mesmo diz

Você tem alguns segundos para indicar esta música a um amigo. O que você diria nesta situação? Essa música é um consolo e um divertimento para mudar a energia e levantar o astral com leveza. Quem já imaginou que um limoeiro podia ser tão boa companhia para uma fossa? A fruta é medicinal, é tempero, nutritiva e ainda faz uma bela caipirinha! A fossa até fica doce assim, ainda mais nesse ritmo alegre e contagiante do xote, aquele alto astral que lembra um Falamansa e tantos momentos felizes. “Pé de Limão” é feita para te levantar e trazer um sorriso!

Qual a história e ideia por trás de “Pé de Limão”? A música surgiu com o pensamento despropositado de fazer um poema para uma árvore, o que parecia tão poético afinal! Eu estava observando o limoeiro que fica no meu jardim e comecei a refletir como a árvore é muito útil, tão aproveitada mesmo não sendo a primeira fruta que vem à cabeça quando pensamos. Comecei a brincar em cima dessa ideia e a música se desenrolou divertidamente, surgindo essa conversa do sujeito com o limoeiro que é sua única companhia em um momento triste. Eu sempre fui apaixonado pela natureza e as plantas sempre foram agradáveis companhias, acho que foi uma maneira de fazer um tributo à elas e trazer um pouco do lado brincalhão, eu acho que o humor leve consegue transmitir coisas muito boas e por a gente em um lugar alegre.

E musicalmente, qual sua proposta? Foi muito natural, eu estava em um momento bastante voltado para elementos mais brasileiros e a música já me veio com o ritmo da melodia na cabeça, achei até engraçado na hora essa sensação de ser um forró, mas na hora não coloquei muita atenção. Quando levei a música pro estúdio, o Amauri, produtor da música, comentou que realmente ela tinha uma levada de xote. Eu passei a curtir forró com mais consciência quando tinha uns 9 anos e estive em Maceió em uma viagem, rolava muito e aquilo me cativou, eu já gostava de Falamansa e aquilo me marcou na época. Quando essa música veio à tona eu percebi essa influência que pra mim sempre foi algo muito alegre e com mensagens bacanas, acabou sendo muito natural. Eu acredito que o Brasil tem muito disso, de ser diverso em suas influências, nós escutamos muita coisa diferente crescendo nesse país e cada lugar e pessoa tem uma carga diferente. Eu acho importante a gente abraçar essa brasilidade e expressar isso, é o que torna tantas bandas e artistas nacionais únicos e originais.

Comente a proposta do clipe. O clipe foi uma aventura engraçada. Partiu do elemento de ter um personagem “do campo”, alí junto ao limoeiro, meio que entregue à sua loucura ao afogar as mágoas e conversando com si mesmo. A ideia era ir trazendo mais humanidade para esse homem, de modo que ele fosse passando do estranho para um sentimento de carinho e pena pela sua situação e foi assim que pensei no flashback de um momento de um relacionamento. Eu gosto muito da quebra de expectativa e acho que isso ajuda muito no humor, então pensei nesse enredo onde ela adoece fazendo com que a gente pense que o homem ficou viúvo e no final, não é nada disso! Juntei esses elementos e conversei com o Elton e a Amanda que já tinham filmado e dirigido nosso outro clipe, “Num Olhar”, nós temos uma sintonia bem legal pra trabalhar e logo eles gostaram do roteiro e começaram a imaginar. A partir daí a coisa ganha forma e a troca com cada um que participa vai tornando a coisa mais especial. Eu acho que o clipe contou bem essa história, conseguimos trazer esses elementos todos e narrar esse conto de uma maneira dinâmica e divertida!

Há alguma história ou curiosidade interessantes sobre este lançamento? Uma coisa que me deixa muito contente é que o limoeiro que filmamos no clipe é a própria árvore que inspirou a canção! Filmamos esses trechos no jardim de casa e acho que é um elemento que dá um toque especial para o clipe. Outro fator muito legal foi a parte de tradução para Libras. Eu estava tão contente com a narrativa que criamos que queria tornar o clipe disponível para todos e, pensando nisso, me ocorreu que a comunidade surda é muitas vezes desconsiderada quando o assunto é música. Fui atrás de uma intérprete e conheci a Julia, que não só fez um trabalho incrível como me ensinou muito e abriu a minha mente para algo muito maior, vi o quão envolvidos muitos deles são com música, baladas e percebi que a coisa ia muito além do video. Desde então tenho procurado adaptar o que posso, trazer pelo menos um pouco de conteúdo em Libras, como as traduções das músicas e principais acontecimentos. É claro que a gente não aprende uma língua nova de um dia para outro mas eu fico feliz de o clipe ser um exemplo de que podemos ir caminhando passo a passo para um cenário mais inclusivo.

Respostas de Caio Rivera

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…” e “MPB – O que há de novo?”

Daniel Zé lança “Morceguim”, canção good vibes com influencias de samba-rock e funk

Em linhas gerais, o que é esta música? “Morceguim” é pra mim um recomeço, depois de um tempo não lançava material novo, mas estava muito ativo em Toulouse, na França, tocando clássicos brasileiros com minha banda Tupi or not tupi, foi isso o que me deu vontade de fazer uma música mais dançante.

O que a letra diz? A letra usa o velho ditado “passarinho que anda com morcego acorda de cabeça para baixo”, é a história de um amigo que diz ao outro que chegou a hora de maneirar um pouco na festa.

Qual a fonte de inspiração desta música? Usar esse ditado veio do apresentador Neto, musicalmente Jorge Ben veio na cabeça junto com todas as influencias que carrego comigo.

Qual a ideia da capa do single? A capa foi feita pela grande artista Mayara Nardo, ela me contou sobre o pássaro sairá sete cores que é um pássaro que pode ficar de ponta cabeça no galho, a partir disso pedi algo colorido e ela fez essa capa que adoro!

Musicalmente, como você a descreve? “Morceguim” é uma canção good vibes com influencias de samba-rock e funk, uma musica que da vontade de mexer o corpo.

Respostas de Daniel Zé

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”

Chuengue propõe uma viagem psicodélica em “O Nascimento do Universo”

Em poucas palavras, como você recomendaria esta música? Uma música para curtir olhando uma paisagem, andando de bike, num dia ensolarado. Quem até, influenciado por alguma substância lisérgica.

Qual sua mensagem? O que a letra conta? A canção fala sobre o instante zero, um paralelo entre o surgimento de tudo poder ser tão profundo quanto conhecer uma pessoa.

Como a sonoridade ajuda a levar adiante esta mensagem? As texturas sonoras e o clima da música em geral condizem muito com a letra. A ideia é passar uma sensação de expansão, tanto na forma de cantar quanto no instrumental. E também um dos conceitos que trabalhei com o Hugo Noguchi (produtor musical), é de que a música deveria ter uma atmosfera “solta”, quase flutuante e  que causesse também uma sensação cíclica, que não pareça ter início nem fim. Maior viagem!

Como a música surgiu? O que ela diz sobre seu novo EP? A música surgiu a partir da ideia de fazer esse paralelo, entre um encontro e o instante zero (O Nascimento do Universo). O Nascimento será a música que abre o EP. Ela dá um tom do que vem pelo resto do disco, mas também pode enganar. As outras canções tem um queda para a psicodélia, essa coisa espacial, mas  nada tão exagerado quanto O Nascimento. Então, ela pode algumas pistas, mas não está entregando tudo. Quem escutar o EP irá se surpreender com a variedade de sonoridades e climas que tem cada canção.

Respostas de Chuengue

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”

administrator
Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.