“É como muitos dizem; tem gente que escolhe a música, e tem gente que é escolhido pela música. Acredito ser um escolhido”, é assim que Raphael Vital respondeu a pergunta de como começou sua vida na música. A curiosidade também fez parte desse caminho que aconteceu de forma natural na vida do jovem violeiro quando ele perguntava aos mais experientes como faziam aquele som sair daquele instrumento, e ao mesmo tempo, pedia para tentar fazer o mesmo.
Ainda criança, Raphael teve a oportunidade de conhecer sua maior influência: Almir Sater. Isso aconteceu em uma das viagens que fazia com a família, quando o rapaz ouviu no rádio do carro (enquanto estava a caminho de Campo Grande-MS) o som da viola de Almir.
Um pouco mais tarde, o ainda jovem violeiro conheceu Almir Sater num encontro de uma orquestra de violeiros em Campo Grande. “Quando ele entrou no camarim, fiquei surpreso e emocionado. Por ser um pequeno menino, não sabia ao certo o que dizer mas, rolou aquele papo de fã (risos)”. Tanta admiração levou Raphael a se interessar cada vez mais pelo seu estado, Mato Grosso do Sul.
Com a viola caipira, Raphael descobriu ser autodidata, mas que suas vivências com outros violeiros também contribuíram para seu amadurecimento como instrumentista. “Aprendi a toca-la de uma maneira muito simples; sentando em um banco qualquer para dialogar com ela. Aos poucos fomos nos entendendo”.
https://www.youtube.com/watch?v=qHURATuSp-w&fbclid=IwAR04doJYsoTJixwqXUbvbeZFustZuAnoM6RKlcSFGQCAlTMc8J8UUI8siZE
História (comentário de Raphael Vital sobre uma de suas passagens por uma das bandas que fez parte)
Lembro-me de uma vez em que, eu estava louco para entrar para bandas de rock (época de rebeldia), mas não tinha guitarra. Com isso, ninguém me deixava tocar, com meu violão que era bem simples. Um dia fiz o seguinte, uma amiga minha tinha uma guitarra rosa, tomei coragem e pedi emprestada, ela topou. Daí marquei um ensaio com uma banda. Quando cheguei lá, imagina só a cara dos roqueiros quando me viram com uma guitarra rosa! Eu não estava nem aí, era o que eu tinha em mãos para tocar. No fim rolou, e toda vez que a gente ia tocar em algum lugar, a guitarra rosa era assunto (Risos).
Opinião (comentário de Raphael Vital sobre a viola caipira)
A viola é um instrumento popular, que é bem recebido em todos os lugares, por todos os povos, levando a mensagem que cada artista carrega no peito. Um instrumento de resistência, que fala por si só.
Gosto de aplicar coisas que aprendi no rock, na MPB, no sertanejo raiz. Não misturo muito, pois, a viola é um instrumento bem característico, de forte identidade, por isso tomo o cuidado com a essência. Trago apenas algumas técnicas que aprendi nas “Mutações” que passei.