3 de outubro de 2024
Música

[ENTREVISTA] Aos 19 anos, ZéVitor entra na batida pop e do rap no álbum CRONOLÓGICO, totalmente autoral

foto de Hálex Marinho

 

Em incríveis duas semanas, o álbum CRONOLÓGICO do rapper ZéVitor foi produzido, com a vocação artística e experiências dos músicos Mayam, Paulo Lira e Gabrieu.

Inspirado na vida de artista do pai cantador e ator, Jackson Antunes, ZéVitor começou a frequentar esse mundo aos 2 anos, quando ia aos shows do pai, o que fortificou sua identidade na música.

Agora, com apenas 19 anos, ZéVitor lança seu primeiro trabalho, totalmente autoral.

 

Abaixo, confira na íntegra uma entrevista que fizemos com ZéVitor.

 

 

Qual o conceito de CRONOLÓGICO?

CRONOLÓGICO surgiu de uma necessidade de colocar meus sentimentos pra fora… De transmutar qualquer emoção incômoda no ato de escrever. Então, meio que o álbum se resume na mudança de velhos conceitos, padrões e frequências para um novo eu, no tempo posterior. O nome também faz menção ao fato de estarmos presos no relógio… sempre com pressa e presos no tempo.

 

CRONOLÓGICO é totalmente autoral. Pensando nisso, como foram os momentos de criação das faixas?

Eu cresci numa casa onde se respirava arte, cresci num sítio na serra de Teresópolis com muita natureza, onde a liberdade que me foi proporcionada foi muito bem vivida, eram poucas as vezes em que eu via televisão, que vivia ou via o caos que sempre foi toda floresta de concreto… Pude aproveitar a essência da vida que é estar imerso na natureza e no meio das árvores, nós ainda não temos noção do quão essencial elas são… os ensinamentos e a criação que recebi sempre foram baseados no amor… e acredito que isso tenha sido a coisa mais importante pra formulação do meu ser, pelo menos da essência e índole dele. Acho que na música eu ainda tenho que viver muita experiência, mas acho que na essência essa criação no amor me ensinou muito e a maior influência de CRONOLÓGICO é justamente o amor… A fonte é o amor.

 

Você é novo (19 anos), mas parece já ter vivido bastante as experiências da música. O que você acredita que mais tenha te influenciado na criação de CRONOLÓGICO?

Quem fez a produção desse disco comigo foram 3 caras que são muito bons, sensíveis e competentes na arte que fazem… Lembro que nossa proposta, desde o início, foi tentar explorar alguns caminhos novos. Gabrieu, Mayam e Paulo foram três seres que o universo juntou pra realizar esse trabalho comigo… Não fizemos pré-produção e não tinha muita coisa planejada, mas o entendimento entre todos foi algo renovador e o jeito como fluiu a produção foi surpreendente. Trabalhamos em 12 canções e acabamos em incríveis 2 semanas, mesmo com todo o carinho e atenção que tivemos com toda construção harmônica de cada música.

 

 

Fale um pouco sobre a musicalidade do álbum.

O álbum acabou tendo várias influências… tem bastante coisa anos 80, flertando com baterias eletrônicas… usamos bastante guitarra que passeia também por vários caminhos, do rock ao pop. As linhas de baixo que caminham do reggae ao hip-hop… muito timbres do Motif que foram escolhidos a dedo pra soarem diferentes e ao mesmo tempo concisos, deixando as 8 músicas lançadas com uma identidade bem característica.

 

Fale o mesmo para a parte poética.

Meu pai é mineiro, do norte de minas gerais, quase nordeste… e lá, mesmo que a terra seja árida e que a vida seja de uma dificuldade que quem vive na cidade não entende, não falta poesia. Naquela terra brota do chão repente e cordel de uma sensibilidade de outro planeta, de uma sinceridade encantadora, pude beber dessa fonte desde muito cedo… também pude estar no meio do teatro desde pequeno com a minha mãe que desde sempre, sempre lia muitas peças e livros em casa. Acho que nunca tive minha imaginação limitada, sempre pude sonhar e viver pela simplicidade da imaginação.

 

Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o álbum?

Esse nome me veio depois que eu tive um sonho em que algumas escritas e símbolos se encaixavam e formavam engrenagens. Essas engrenagens começavam a funcionar e se abria uma porta cujo saia uma lua que tinha uma cor que eu não sei se temos aqui, quando acordei o nome “Cronológico” estava impregnado na minha mente, tinha que usá-lo.

 

Fique à vontade para falar o que quiser.

O Amor é poesia e Cronológico é amor.

 

 

 

 

administrator
Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.