Ainda adolescente, aos 16 anos, na época da eferverscência do tropicalismo em 1968, Paulo Girão compôs GLÓRIA AO REI DOS CONFINS DO ALÉM, especialmente para o “II Festival Estudantil da Música Popular Brasileira”, que depois, viria a ser um dos clássicos dos Mutantes.
A música, que na época, causou “drama” nos conversadores, tanto da música quanto de outros setores da sociedade, é regravada, 50 anos depois, pelo próprio compositor, ao lado da banda Bandalém, cujo músicos se reuniram especialmente para esta regravação.
Na época, Paulo era um virtuoso participante de festivais e de grupos de compositores, na qual participavam, por exemplo, Belchior e Gonzaguinha, Geraldo Azevedo, entre outros. Quando Paulo viu sua música sendo gravada pelos Mutantes, a emoção foi gigante, tendo Paulo até dito que “Imagine um compositor adolescente inglês sendo gravado pelos Beatles… foi o que aconteceu comigo em relação aos Mutantes!”.
A música que marcou a vida de Girão, voltou a sua mente quando ouviu uma versão de GLORIA AOS REIS DOS CONFINS DO ALÉM, de Andreia Dias para o álbum PRISIONEIRA DO AMOR, que tem como foco regravar canções de Rita Lee. O músico também chegou a conhecer a versão intimista de Tim Bernardes (O Terno), e notou que havia uma grande possibilidade de regrava-la.
“Descobri que a canção continua atual. A letra fala: ‘se vocês soubessem quanta falsidade que havia ali… Povo de coitados!’. O povo, em geral, já sabe das falsidades políticas todas, mas elas continuam a fazê-lo de coitado! Só falta acabar com as falsidades, democraticamente e com muita Educação! Fora isso, eu redescobri a grande teatralidade desta canção, uma coisa que muito me interessa, atualmente”, explica ele.
Abaixo, confira a versão original gravada pelos Mutantes.