5 de dezembro de 2024
Música

Disco que marca nova história na carreira da Aiure, presta homenagem ao falecido músico Pedro Souto [ENTREVISTA]

 

AIURE não é um disco qualquer. Ele marca uma nova história na carreira da banda Aiure, que por cinco anos carregou o nome de Vintage Vantage. Depois de lançarem dois EPs, o grupo harmoniza toda sua trajetória no disco que traz 11 faixas inéditas. AIURE surgiu da iniciativa de homenagear um grande amigo dos integrantes, Pedro Souto.

“O disco foi feito em homenagem ao amigo Pedro Souto. A música ‘Pedra souta’ possui um coral de amigos do Pedro. A partir dessa homenagem,  compomos outras músicas novas e adicionamos algumas antigas, como CÉU, BROMANCE e CARVÃO. O disco é especial pra gente pela sua quantidade de participações especiais. Além disso, foi feito com o intuito de interligar a maioria das músicas, criando ondas ao longo do disco por meio das ‘mini-musicas’ de transição. Gostamos do conceito de que tudo é ciclo e impermanente. Então no fim das contas, o álbum é quase uma grande música (risos).”, observa Gabriela Ila, pianista.

 

Abaixo, você confere na íntegra uma entrevista que fizemos com Lucas Pacífico, guitarrista da Aiure.

 

Para ouvir as músicas completas, clique no botão verde no quadro abaixo.

 

O álbum crava mudanças na história da banda, a começar pelo nome…

Pacífico – Sim. Sentimos a necessidade dessa mudança. O nome anterior remetia a uma sonoridade que não necessariamente é a que buscamos. O fato de ser um nome em inglês também nos incomodava… Desde o começo da banda até hoje, somos literalmente outra banda.

 

AIURE também traz novos instrumentos, como o trompete. É isso mesmo?

Pacífico – Oficialmente somos um trio formado por piano, guitarra e bateria. Mas gostamos de participações em nossos shows, sempre convidamos amigos para tocarem em uma ou outra música. No disco fizemos questão de que tivessem várias participações, o trompete é uma das mais marcantes, a Ayla Gresta (trompetista) apareceu de forma providencial em nossas vidas (risos). Rolou uma química muito boa entre a gente.

 

AIURE é um álbum feito em homenagem a um amigo de vocês. Fale mais sobre isso.

Pacífico – Em 2017 perdemos um grande amigo e músico, Pedro Souto. Sua morte deixou um vazio profundo em todos nós, acredito que em toda a cidade, pois ele era um dos músicos mais ativos na nossa cena do DF. Ainda marcados pela perda, meio que nossos pensamentos iam em direção a ele, nas composições e arranjos, todo mundo envolvido no processo do disco era próximo a ele… por tudo que ele fez e significa, é uma homenagem mais que merecida.

 

Capa do álbum

 

 

O álbum contém músicas inéditas e também algumas já lançadas por vocês. Como foi a escolha de repertório e a criação das inéditas?

Pacífico – Como banda independente, gravamos o disco a custo de cachês e algum dinheiro picado, então o processo dele foi relativamente lento… A gente juntava uma grana e gravava umas 3 músicas, dessas 3 lançávamos 1 ou 2 de singles (para movimentar a banda, mostrar que estamos aí na ativa). Nós decidimos compilar os singles para que eles não se perdessem no tempo e juntamos com a leva nova, ainda sem registros. Pensamos a ordem das músicas com muita atenção, para que a experiência de escutar o disco seja agradável, fluida e surpreendente.

 

O trabalho traz várias participações de outros músicos… Como foi trabalhar com essa galera?

Pacífico – Foi muito massa! Chamamos nossos amigos, pessoas com quem convivemos e tocamos em várias ocasiões, então foi bem fácil e prazeroso. Acreditamos que chamar amigos para participar do nosso som traz uma energia a mais.

 

Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o álbum?

Pacífico – Uma curiosidade é que os trompetes da DIVINA COMÉDIA foram gravados no Vietnã. O Gustavo Halfeld (nosso produtor) e a Ayla Gresta (trompetista) estavam gravando um filme naqueles rumos. Como estávamos no meio do processo da gravação do disco, rolou (risos).

 

Fiquem à vontade para falarem o que quiserem.

Pacífico – Aiure vem da palavra “alhures”, que significa “de outro lugar”. É isso que buscamos em nosso som. Um som novo, que seja daqui, nosso, mas ao mesmo tempo remeta a outras paisagens sonoras.

Uma das grandes mudanças da banda é a adição da viola caipira como um instrumento efetivo do nosso som. Ela nos leva para rumos que surpreendem ainda até a nós mesmos.

 

 

 

 

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.