as musicas da Dois ou Um não ficam na mesmice. Composto por Jow Maran (baixo e voz) e Thales Lucca (Violão e voz), acompanhados pelos músicos Danilo Silva (bateria) e Fernando Ribeiro (guitarra), o Duo cria suas próprias canções, embalados por vários misturas entre os vários estilos musicais dentro da cultura brasileira, como Os Mutantes, Caetano, Chico, e Elis.
Dois ou Um já lançou dois trabalhos autorais, que são GÊNERO LIVRE e CONSEQUÊNCIA, além do clipe do single PAREDÃO AZUL. A seguir, você confere uma entrevista especial que fizemos com os músicos sobre vários assuntos da carreira.
O que fez vocês trocarem os covers pela música autoral?
Jow: Primeiramente, a gente não tinha muita noção de como compor, ainda estava em processo de desenvolvimento. Quando o Nelson saiu de uma banda que a gente tinha, o Thales e eu fizemos a Dois ou Um para nos dedicar a covers e tocar em qualquer lugar que a gente pudesse, para aprender mais sobre o ramo, mas nunca deixando de compor. Depois de um ano tocando em bares por Curitiba e região metropolitana, apareceu o Lucas Brito, que deu um “up” no projeto, fazendo a gente criar um gosto maior em fazer nosso próprio som. Acho que foi esse o momento que nós abrimos os olhos e realmente nos encontramos. Depois dessa época, continuamos a compor cada vez mais e encontramos nossa própria identidade musical.
Ainda nessa pergunta, como e quando começaram a escrever suas próprias músicas?
Jow: Desde que eu aprendi a tocar violão, lá pelos 10 anos, sempre tinha curiosidade em compor. Eu nem lembro mais quantos caderninhos de composição eu já perdi, e mesmo assim, eu arranjava outro. Mas compor sempre foi uma coisa que esteve comigo, não lembro como ou porque comecei a escrever, simplesmente surgia uma vontade.
Thales: Componho há 10 anos, comecei em 2008 quando surgiu o sonho de ter uma banda depois que eu conheci os Beatles. Tanto que eu tenho o Yellow Submarine tatuado no braço pra sempre me lembrar disso.
O Duo nasceu oficialmente no dia 5 de abril de 2014 em um show. Quais são suas recordações desse momento tão importante na carreira de vocês?
Thales: Eu lembro da gente fumando um cigarro sentado no meio fio de uma rua próxima a minha casa e um cara de bicicleta passou por nós e disse: não são vocês que vão tocar no Bon D’Papiá hoje? A gente de bate pronto respondeu que sim, e logo pensamos “começamos bem né? (risos)”. Como toda estreia foi regada a muita ansiedade e esperança, lembro da gente bem duro no palco (risos). Mas apesar disso foi um bom show, foi a primeira vez na vida que saímos com dinheiro no bolso depois de uma apresentação.
Como André Meurer influenciou na criação do Duo?
Thales: No verão de 2012 pra 2013, em um momento etéreo na praia de Itápoa/SC, o Andrézao começou a mostrar tudo que é tipo de música pra gente, desde as brasilidades até o jazz, rap, reggae, soul e por aí vai. Fez um “boom” na cabeça tão ignorante que nós tínhamos (não que ainda não temos). Ao mesmo tempo ele ensinava técnicas instrumentais, de harmonia e tudo que envolve a música em si. Isso mudou completamente a maneira da gente ver a música, bem como a arte como um todo. Até hoje, ele sempre tá nos mostrando coisa nova, é um poço de conhecimento musical.
Faça uma breve descrição do EP CONSEQUÊNCIA de 2015.
Jow: O EP CONSEQUÊNCIA, na realidade foi uma consequência de todo o aprendizado daquele primeiro ano trabalhando com música. As composições na verdade já existiam há tempos, mas não tínhamos pressa de terminar, nós sempre tivemos muita calma para compor. Quando o Lucas Brito chegou na banda, era uma vibe tão boa, que começamos a dar mais atenção para nossas composições e atingíamos uma energia inexplicável. Foi uma explosão de sensações que nós juntos, pusemos pra fora, gravando ao vivo o instrumental do EP. Gravamos no Vox Dei, com produção de Tiago Brandão, tudo em 2hrs, mais 2hrs pra mix e master e pronto! O EP nasceu.
O mesmo para o álbum GÊNERO LIVRE (2017)
Thales: A gente é brasileiro. E brasileiro gosta de misturar as coisas, tá no nosso sangue. Desde o CONSEQUÊNCIA a gente já vem explorando diversos gêneros, mas com o GÊNERO LIVRE isso se concretizou. É quebrar as barreiras que dividem as músicas, as ideias, as pessoas. Algumas composições já existiam há tempo, outras vieram agora, juntamos as que melhor ornam entre si e fizemos o disco. A gente demorou pra encontrar um produtor que abraçasse a ideia. Eu lembro que a primeira vez que toquei TRÁGICA HIPOCRISIA COTIDIANA para o André Prodóssimo ele gostou e disse que a gente tinha uma personalidade forte, foi a peça que faltava pro nosso quebra-cabeça. Ele não queria mudar toda a estrutura da música (como outros queriam) e sim pensar melhor as transições de uma parte para outra, por exemplo. Gravamos separadamente, ficamos um ano arquitetando cada ruído do disco.
Tem alguma história ou curiosidade que envolva a história do Duo?
Thales: As melhores histórias vêm dos verões em Itapoá/SC (risos). Essa foi de 2014 pra 2015. A gente fechou uma série de shows naquela temporada, e dia 4 de Janeiro é o clássico aniversário do Minepão, um grande irmão nosso que estava com a gente. Eu lembro que a gente bebeu o dia todo, estava tudo mundo “muy loco” e a gente resolveu dar uma volta na praia. De repente, todo mundo decidiu tirar a roupa e andar peladão. Vale dizer que Itápoa não é uma praia de nudismo. Lembro da cena da família brasileira na varanda e nós passando totalmente nus (e “muy locos”) por eles. Agradeço todos os dias por não ter encontrado a polícia naquele momento. O resto da história a gente oculta (risos).
Fiquem à vontade para falarem o que quiserem.
Thales: No meio de 2012, eu tinha 16 anos e o Jow 15, nós tínhamos uma banda de pop punk com mais 3 amigos, era o que a gente curtia na época. A gente tinha acabado de investir uma grana pra produzir uma música, clipe, foto e etc. Certo dia, a gente foi pego fazendo coisa que não podia. Até aí tudo bem, o pior vem agora: os outros três jogaram nas minhas costas toda responsa, falando que eu que tinha influenciado eles. Mas tudo bem, fui falar com cada um pra reverter a situação. O único integrante que ainda quis continuar o projeto foi o Jow. Posso dizer que desde esse momento a nossa parceria começou.