25 de abril de 2025

[ENTREVISTA] Banda Alaska firma própria identidade sonora em seu novo disco NINGUÉM VAI ME OUVIR

Foto de Stefano Loscalzo

 

Lançado em 2015, o disco ONDA causou grande impacto na carreira da banda Alaska, levando-a para um lugar prestigiado na nova música brasileira. Mas o grupo se focou em melhorar seu som e trazer mais identidade própria, e o resultado disso, é o álbum NINGUÉM VAI ME OUVIR, com 13 faixas autorais e inéditas.

“A ruptura surgiu de uma maneira natural, como resposta dos nossos próprios descontentamentos e frustrações enquanto artistas, em relação ao que era – e ainda é – esperado de nós como uma suposta ‘banda de rock’. Um modelo que se sustenta pelo mesmo tipo de conteúdo e retórica, sendo fotos de show-sempre-sucesso nas redes sociais, ou exigindo que as canções sejam sempre dominadas pelas guitarras. Isso freia o desenvolvimento dos artistas, a reflexão do público e a dimensão do estilo, o que de certa forma empobrece todo o circuito e as possibilidades de conexão com a nossa audiência. Parece algo incoerente e bastante arrogante. E se é isso que se associa a uma banda d rock, queremos estar bem distantes daí”, comentou André Ribeiro, vocalista da Alaska.

NINGUÉM VAI ME OUVIR é um lançamento da Sagitta Records.

 

Abaixo, confira na íntegra uma entrevista que fizemos com o vocalista André Ribeiro.

 

 

O quanto de “underground” tem em NINGUÉM VAI ME OUVIR?

André Ribeiro: Não sei direito como responder. Acho que a definição de underground vem se tornando cada vez mais confusa. Mas, considerando que ainda somos um projeto não muito reconhecido, o disco é naturalmente underground…eu acho.

Vocês dizem que navegaram por caminhos opostos aos trabalhos anteriores neste novo álbum. O que isso quer dizer?

André Ribeiro: Estamos quebrando alguns hábitos enraizados que pertencem à rotina da “banda de rock”, como a relação fria com o público, a venda da personalidade “rockstar” no instagram e estamos repensando alguns processos que não funcionam pra nós, e claro que isso reflete na estética sonora e visual desse disco.

Ainda temos muito pra reavaliar e reestruturar. Não é uma mentalidade com objetivos a curto prazo.

 

E qual o resultado disso?

André Ribeiro: O resultado disso são as 13 faixas do disco e todas as coisas que estamos aprendendo nesse processo.

Qualquer consequência positiva ou negativa disso tudo, é impossível de medir, por enquanto. E isso é extremamente libertador.

 

Em algumas letras de NINGUÉM VAI ME OUVIR, vocês optaram por mensagens mais diretas. Por que?

André Ribeiro: Eu considero muito importante falar sobre os temas explorados nas letras do álbum e não acredito que a melhor forma de abordar tudo isso seja mascarando e evitando o assunto o tempo todo.

Como foi isso de vocês terem se inspirados em relatos pessoais de fãs?

André Ribeiro: Foi uma forma bem intensa de me identificar com pessoas que eu não tinha o acesso à identidade. Me ajudou muito a externalizar muitas coisas que existiam dentro de mim e eu não sabia, ou não queria saber.

Como foi o desenvolvimento de NINGUÉM VAI ME OUVIR, de uma maneira geral?

André Ribeiro: Foi um aprendizado enorme e um pouco doloroso pra todos os envolvidos, eu acho.

Foi como segurar o ar durante muito tempo, e agora que o disco está lançado, parece que estamos soltando todo esse ar bem devagar.

 

Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o trabalho?

André Ribeiro: Chamamos o Teago da Maglore pra cantar em CHUVA PASSAGEIRA, mas nossas agendas nunca funcionaram, então usamos o riff de “Valeu, Valeu” no meio da música. 

 

Fiquem à vontade para falarem o que quiserem. 

André Ribeiro: Obrigado pelo interesse e pelo espaço.

 

 

 

 

Newsletter

O Brasil precisa de políticas públicas multiculturais (por Leonardo Bruno da Silva)

Avançamos! Inegavelmente avançamos! Saímos de uma era de destruição da cultura popular por um governo antinacional para um momento em.

LEIA MAIS

[RESENHA] A literatura brasileira é seca, é úmida, é árida, é caudalosa.

            Desde a civilização mais antiga, a vida humana é orquestrada pelas estações do ano.  No poético livro “bíblico de.

LEIA MAIS

Rosana Puccia dá voz a mais dois temas atípicos no mercado musical brasileiro

Em atividade discográfica desde 2016 quando apresentou o álbum “Cadê”, Rosana Puccia é, de verdade, uma colecionadora de canções atípicas,.

LEIA MAIS

CONTO: O Grande Herdeiro e o Confuso Caminhoneiro (Gil Silva Freires)

Gregório era o único herdeiro de um tio milionário, seu único parente. Não tinha irmãos, perdera os pais muito cedo.

LEIA MAIS

Danilo Martire exercita o uso saudável da IA Generativa ao gravar single com Kate, cantora

“Eu canto a beleza de ver minha filha dormindo na mais perfeita harmonia”, é esta a fala de Danilo Martire.

LEIA MAIS

ENTREVISTA – Conversa Ribeira e seu Brasil profundo

Três artistas de cidades interioranas, Andrea dos Guimarães (voz), Daniel Muller (piano e acordeão) e João Paulo Amaral (viola caipira.

LEIA MAIS

CONTO: Fixação Autêntica e Gêmeas Idênticas (Gil Silva Freires)

Antônio Pedro estava casado havia mais de um ano e ainda não tinha aprendido a distinguir sua esposa da irmã.

LEIA MAIS

Quem é Ariano Suassuna? (por Marcelo Romagnoli, diretor e dramaturgo da peça “Mundo Suassuna”)

Ariano Suassuna (1927-2014) nasceu na capital da Parahyba e sempre defendeu o Brasil profundo. Poderia ser em Macondo, mas foi.

LEIA MAIS

Explore o universo literário

Você tem que se aventurar no campo literário e fazer novas descobertas. Você como leitor não pode ficar só focado.

LEIA MAIS

Timothy James: “O Brasil tem sido um grande apoiador das minhas músicas”

Você, amantes do country americano, saiba que há um novo nome na pista: Timothy James. Nascido nos anos 1980, o.

LEIA MAIS