Revista Arte Brasileira Álbum [ENTREVISTA] Barbara Mendes grava álbum de inéditas com músicas de seu parceiro, Tito Marcelo
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[ENTREVISTA] Barbara Mendes grava álbum de inéditas com músicas de seu parceiro, Tito Marcelo

(Capa do álbum)

 

Barbara Mendes viajou muito pelo mundo, mas foi na música brasileira que encontrou seu aconchego especial. Ainda mais, agora, na obra de Tito Marcelo, parceiro da cantora, Barbara encontrou o ideal para lançar um novo álbum, depois de dez anos distante do mercado fonográfico.

Produzido pelo guitarrista Victor Biglione, o álbum tem 11 faixas, todas de autoria de Tito e inéditas, escritas pelo compositor nos últimos anos.

Em entrevista especial a Arte Brasileira, Barbara revelou alguns detalhes de “Orgânico”. Confira:

 

 

Em seu release, você está como “Cidadã do mundo”, o mais puro fato. Ai eu pergunto: com toda sua experiência com a música internacional e a música brasileira, o que você acredita ter trazido para este álbum?

Acho que ser cidadã do mundo me deu bagagem, me deu possibilidades de ver, ouvir e ser ouvida de uma forma mais ampla. De perceber outras culturas, de cantar para outros públicos, de receber outras influências e acho que o “Orgânico” traz essa bagagem em sua veia mais contemporânea, sendo um disco de música brasileira pela língua, mas tendo uma linguagem musical brasileira com sotaque mais universal.

 

Pelo o que entendi, “Orgânico” é um álbum que dá mais vida ainda as obras do compositor Tito Marcelo, seu parceiro. Como foi dar seus ares as canções desse artista?

Admirar um compositor e sua obra já é um princípio maravilhoso. Quando esse compositor é seu parceiro, tudo fica mais fluido. O trabalho de fazer as canções dele “minhas” foi um estudo. Porque eu ouvia as músicas em sua voz, sempre cantando e compondo em casa. Tive que me “separar” dele para poder dar a minha identidade à cada canção. Ele ficou até proibido até de cantarolar as músicas em casa! rs

 

Como surgiu essa ideia de gravar esse disco?

Tudo começou ouvindo o disco de Dominguinhos com Elba Ramalho. A gente queria fazer algum registro juntos. Eu não gravava um disco de inéditas há tempos e Tito nunca tinha tido suas músicas gravadas por uma cantora. Ele mesmo gravava suas músicas. A ideia era gravar um EP, umas 3 ou 4 músicas, sem pretensões, apenas mesmo para registro. Mas a brincadeira foi ficando bacana e nasceu o “Orgânico”.

 

“Recalques”, a segunda canção do álbum, tem uma poesia maravilhosa, assim como todas as outras onze. O que você tem a dizer sobre a parte poética da obra de Tito?

Tito tem uma capacidade bem pessoal de traduzir sensações, visões e sentimentos em música e poesia. Eu o acho profundo, mas ainda assim acessível. Ele tem originalidade, tem fundamento, base e raiz. Admiro muito.

 

E a parte musical?
Quando eu conheci o Tito em 2012, gravando uma música no seu primeiro disco, soube que ele começou a compor assim, de um dia pro outro e a música, simplesmente, jorrou dele. Fiquei bem impressionada. Eu já tinha alguns anos de carreira e de estrada e amo o natural e espontâneo e percebi logo sua música. Acho sua música e letra de uma beleza singela e precisa.

 

E por falar nisso, com os ares que sua voz deu as obras de Tito, como você definiria este álbum musicalmente falando?

Eu tenho muito problema com rótulos, porque pra mim o que me toca é o que define se a música me vale ou não, mas como não podemos fugir disso, porque artistas são também produtos, chamaria esse disco de música popular contemporânea, pela sonoridade, pela ousadia de ser um disco de inéditas de um compositor só, pela instrumentação mais simples, mais orgânica.

 

Você tem alguma história ou curiosidade interessante para nos contar?

Bem, quando a gente é muito irrequieta e agitada como eu, há sempre muitas histórias. Mas escolhi uma aqui:

Ser artista pra mim é uma facilidade para viver várias emoções e conhecer gente de tudo que é tribo. Mas passar uma noite, na Grécia, onde já fiz turnê por 11 anos seguidos e onde gravei meu primeiro disco, e fazer amigos músicos, apaixonados pela música brasileira, mas onde ninguém falava nada além de grego e eu português e passar horas a fio nos comunicando por música, foi inusitado e maravilhoso.

Eles com violão e eu cantando, porque seria nossa única forma de comunicação. Ficamos nessa por horas e até hoje somos grandes amigos (graças ao Google Tradutor).

 

 

 

 

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