O cantor carioca Brenno William, conhecido por seu trabalho na banda de Rock NORA, apresenta ao público um som POP e eletrônico em sua carreira como solista. Em entrevista ao nosso portal, o artista nos conta detalhes sobre seus próximos projetos.
Em conversa, Brenno falou um pouco mais sobre esta nova fase e como está se preparando para este recomeço. Por ser um artista que trabalhou por mais de três anos com uma banda de ROCK e ainda ter uma grande experiência, não tinha como não questioná-lo sobre toda a sua trajetória.
Como você define o atual momento de sua carreira?
É definitivamente um momento de transição. Estou em ensaio com o balé e me adaptando ao novo estilo que é um mundo completamente novo pra mim. O processo de criação do EP já foi concluído e as músicas já estão finalizadas. Agora estamos em processo de pré-gravação do próximo clipe.
E o que o público pode esperar dessa nova roupagem? Pode adiantar algo?
Os próximos clipes terão bastante coreografia, algo que eu nunca havia feito. O nosso show será bem POP e com bastante influência latina, mas sem perder a essência brasileira. Eu espero surpreender o meu público, e por isso estou fazendo aula de dança todos os dias para melhorar a minha movimentação. Além disso, já temos dois clipes pré-programados e um deles será lançado no fim desse mês.
Qual o perfil do Brenno William? Como você se definiria?
Considero-me um artista livre de rótulos e padrões estéticos. Gosto de ter liberdade para ser quem eu quiser ser artisticamente.
Você completou 26 anos em 2018. Quais foram os aprendizados principais nessa caminhada?
Eu aprendi que a gente precisa ter responsabilidade, foco e determinação para conseguir sair do lugar. Antes eu não tinha maturidade o suficiente para encarar os desafios e as responsabilidades, mas hoje eu já tenho isso muito bem resolvido dentro de mim. Eu tenho uma frase que levo para a minha vida: “O tempo corre contra mim, sempre foi assim e sempre vai ser.” Quanto mais velho a gente fica, mais experiência e cobrança a gente ganha. Não podemos ficar parados!
Quais são os artistas de referência musical na sua carreira?
Os artistas que estão inspirando esse novo projeto e que estamos usando como influência são Gloria Groove, Justin Bieber, Anitta, Ludmilla, Claudia Leite, Grupo Rouge, Taylor Swift, Rihanna, Beyoncé, Lady Gaga e alguns artistas do funk, como o Mc Kevinho.
O que acha da representatividade crescente do público LGBT no cenário musical? Acredita ser uma forma de ampliar o debate e diminuir o preconceito?
Eu acho incrível! Cada vez mais tem que haver mais espaço, pois dessa forma a cena se tornará maior. Hoje a gente tem poucos nomes realmente conhecidos, quatro no máximo. Não só na musica, como em todas as outras áreas deve haver mais representação LGBT. E eu acredito que quanto mais a gente expor, mostrar o que somos, e quanto mais natural isso for pra sociedade, será melhor.
De modo geral, como você definiria a música POP brasileira atual?
Eu acho que a gente está começando a ir para um lado muito legal no cenário POP, mas acho que precisa haver inovações, como por exemplo, o que a cantora ISA faz, quando coloca referências da umbanda em seu trabalho. Eu acredito que alguns artistas ainda estão fazendo algo muito genérico e com prazo de validade, porém é algo que está sendo trabalhado com o passar do tempo. O mercado do POP no Brasil é um mercado que começou a ser desbravado agora, ele começou com a Anitta em 2010, e depois vieram outros artistas. Agora a gente tem um espaço, uma cena POP no Brasil, que com certeza vai crescer cada vez mais.
O que te motiva a continuar cantando?
Eu comecei a cantar por causa das minhas composições, sei que isso me motiva. Compor é algo fundamental pra mim, é uma forma de expressar meus sentimentos. Nessa fase atual, que é algo mais distrativo e não tão reflexivo, em relação as minhas composições, eu acredito que a minha maior motivação é a vontade de querer fazer algo grandioso. Sempre tive o sonho de fazer a minha mensagem chegar a nível nacional. O sonho de chegar a algum lugar e ver todo mundo cantando as minhas músicas e fazer as pessoas refletirem de alguma maneira, ao ouvirem alguma música minha.
Se tivesse a oportunidade, com quem faria um dueto? Por quê?
Eu faria um dueto com a Anitta, por questões de admiração. Faria também com Gloria Groove, por questões de representatividade e talvez com Pabllo Vittar.
Em sua opinião, o que é necessário para se destacar no cenário musical?
Pra ser bem sincero, é necessário ter talento, competência, determinação, investimento, força de vontade e bastante sorte.
Você já passou por algum momento inusitado na carreira? Um show, uma situação, etc.
Já sim! Quando estava no show da minha banda favorita, pedi pra cantar no palco com o vocalista e ele me chamou. Isso realmente foi bem inusitado pra mim. (risos)
Tem alguma recordação saudosa de alguma época da carreira?
Eu não me considero uma pessoa muito saudosista, mas eu sinto falta daquele frescor jovial que eu sentia na minha adolescência, quando eu fazia as coisas com muita impulsividade.
Como você lida com críticas e feedbacks negativos?
Às vezes fico um pouco chateado, mas entendo que ninguém é obrigado a gostar do nosso trabalho. Não rebato critica, aceito e tento refletir sobre o assunto, tento sempre melhorar. Eu ouço as criticas e as levo para o próximo trabalho, para não errar novamente.
Qual crítica não desceu de jeito nenhum? Por quê?
As criticas que não descem, geralmente são aquelas de haters, pessoas que falam mal e fazem comentários desnecessários. Graças a Deus, isso aconteceu pouquíssimas vezes e eu não me deixo abater. Sempre excluo o comentário quando é algo muito pesado. Não alimento essas atitudes.
Você já conseguiu realizar todos os seus sonhos como artista? O que ainda falta?
O meu maior sonho é fazer com que minha música toque nas rádios, fazer com que meus clipes passem na televisão, fazer shows pelo Brasil inteiro, empregar profissionais em minha equipe e levar minha mensagem a todas as pessoas.
Como você define a sua experiência com a NORA e o que você leva do grupo para a sua carreira como solista?
A NORA começou como um projeto de música de banda, porém no dia da gravação do CD a banda se desfez e eu assumi toda a produção do primeiro e único disco do grupo. Entrei no mercado como artista solo de Rock, assim como a Pitty, que tem uma banda por trás, mas que o grupo leva o nome da cantora principal. Logo depois, houve uma proposta de fazer o retorno da banda NORA, então eu abdiquei do meu nome artístico Brenno William para a banda, e voltei com a marca NORA. O grupo fez vários shows por três anos, a gente fez uma tour pelo Rio de Janeiro, todo mês fazíamos shows, após um tempo em hiatus, finalizamos de vez as atividades como banda. Depois disso, eu fiz um vídeo imitando a cantora Pabllo Vittar, que viralizou em um grupo da Internet e com isso a minha produtora me chamou pra gravar um EP em formato POP, pensando nesse público que gostou do vídeo.
O que eu levo da NORA é a experiência que eles me deram de palco, a vivencia de palco com eles foi fundamental, porque a gente tocou bastante. A gente fez shows para públicos de cinco mil pessoas e tudo o que eu vivi com eles foi fundamental para chegar onde estou hoje. O que eu levo também é a experiência de backstage, e a oportunidade de viver como musico profissional. O que eu vivi com a NORA é algo que vou levar por toda a minha vida. Espero somar o que aprendi com eles, com o que eu ainda preciso aprender!
Reportagem escrita por Vinny Vicente
Estudante de Comunicação Social, 23 anos. Rapaz que bebe música brasileira no café da manhã, almoça cultura oriental e aprecia cultura POP em geral. Critico musical com bastante sede em divulgar novos artistas e conteúdos.
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