Rap nunca será somente um gênero musical, mas sim, uma arte apreciada e abraçada por muitas pessoas que se identificam e sonham em alcançar o topo das paradas um dia. E nesse caso, Victor Hugo Soares Lins de 16 anos, mora em São Paulo, capital, nasceu em 2003. Decidiu colocar a cara no RAP, começando a rimar nas batalhas e depois resolveu largar somente para se dedicar a fazer músicas.
História contada por ele
Então, desde que eu nasci, eu sempre tive muito contato com a música, pois meu pai sempre frequentou rodas de samba e essas coisas, e minha família sempre tiveram pessoas que tocam instrumentos, então meu contato com a música sempre foi de perto.
Conforme eu fui crescendo, fui encontrando os caminhos que eu gostaria de seguir, e em 2018, comecei a participar de batalhas de rima, foi aí meu primeiro contato com o RAP sendo um artista. Então de lá pra cá, fui me desenvolvendo e em setembro de 2019, eu escrevi minha primeira letra, já sendo no gênero do trap, que é o que eu faço até hoje em dia.
Eu sempre tive bastante contato com o RAP também, desde criança andava de skate, e sempre ouvia bastante RAP nos lugares que fui, mas acho que o que mais me incentivou a fazer música na real foi o ROCK, pois quando mais novo, ouvia muito ROCK, e assistia shows de bandas, Slipknot e me imaginava sendo o guitarrista sempre. Porém, na época, eu não cheguei a tocar guitarra, só ficava encantado mesmo com a ideia de estar em um palco e as pessoas estarem gostando de mim por fazer algo que eu gosto de fazer, então eu sempre tive essa vontade de fazer música, estar em cima dos palcos e etc. Primeiro com rock e agora com o trap.
Então, logo que eu nasci tive muitos problemas respiratórios, com cerca de 3 meses de idade, tive uma bronquite tão forte que ficou sequelas para sempre, meu pulmão é todo zuado até hoje (não funciona muito bem), e isso inclusive atrapalha na hora de gravar as músicas porque perco o ar direto. No geral, minha vida sempre foi tranquila, sempre fui aluno bom na escola, tanto com notas quanto comportamento. Meu problema sempre foi a preguiça mesmo — Nunca gostei do método de ensino de escolas de impor o que você deve aprender e etc — Mas sigo estudando até hoje, inclusive estou no 2º do médio e se tudo der certo ano que vem, eu termino.
Meus pais sempre foram bastante presentes na minha vida, sempre me deram muito apoio em tudo que quis fazer, sempre estiveram muito ao meu lado e sempre me trouxeram confiança e mostraram que no que eu fosse fazer, podia ser bom, porém na música, demorou um pouco pra mostrar pra eles o que eu estava fazendo, como eu disse minha primeira letra escrevi em julho de 2019, e eles só foram conhecer e descobrir que eu faço trap no mês passado, que foi quando eles ouviram o último som que lancei, que inclusive gostaram bastante e deram máximo apoio para fazer música também…
Falk nas batalhas de MC’s
Então, desde 2015 eu assistia batalhas na internet, e rimava em casa com meu pai, mas nunca soube onde rolava. Até que em 2018, tive uma conversa com meu primo e ele me contou que tinha uma aqui na nossa cidade (Franco da Rocha) e que ele já havia participado — Eu tinha bastante vergonha, então combinamos que quando rolasse alguma de dupla, ele ia participar comigo, para me ajudar a perder a vergonha — No dia 21 de dezembro de 2018, eu batalhei pela primeira vez na batalha do parque em Franco da Rocha, perdi na primeira fase, mas desde o começo, eu percebi que conseguia ir bem, minha segunda batalha, ganhei e foi uma sensação incrível. Em fevereiro de 2019, eu comecei a ir para batalhas fora da minha cidade, comecei indo poucas vezes, até que chegou um momento que eu ia todo dia da semana, rodando São Paulo inteiro, viajando horas para chegar e batalhar em lugares; Mogi das Cruzes, Itapevi, Santa Cruz e muitos outros. Eu parei de frequentar bastante as batalhas em março de 2019, pois comecei a estudar de noite, e como todas as batalhas semanais ocorrem de noite, não tinha mais como ir, e sem batalhar a semana inteira, chegava o final de semana ficava sem vontade. Então não ia mais, hoje eu em dia, vou apenas se for para encontrar meus amigos que também são MC’s e tal. Porém, por conta da pandemia, elas não estão acontecendo. Então vou ter que esperar um pouco. Inclusive foi nas batalhas que eu conheci o trap, e toda vez que eu batalhava torcia pra colocarem Beat-Trap quando eu ia rimar, sempre gostei, e quando parei de batalhar, comecei a escrever.
Lua FH – Qual foi a parte mais difícil na produção da primeira música?
Falk – Acontece que sempre tive vontade e idealização de fazer tudo sozinho, então a parte mais difícil foi aprender a mixar, produzir e fazer eu mesmo do jeito que queria, e no fim acabei contando com a ajuda do meu melhor amigo Gabriel (@gabrie.o), que fez o vídeo pra mim e me ajudou bastante a me descobrir no mundo musical também, mas no geral mesmo foi aprender a fazer sem depender de ninguém.
Luan FH – Qual foi a sensação ao ouvir a sua música depois de ter lançada no Youtube?
Falk – Foi muito bom ver o apoio do pessoal que gosta de mim me ajudando e compartilhando, e quando começou a chegar pessoas que eu não conhecia compartilhando também foi muito surreal, mas acho que no geral, a melhor parte, foi minha família ter gostado, quando eles ouviram e me disseram que curtiram, baixaram a música, eu percebi que eu estou no caminho certo.
Luan FH – Tem recebido bastante apoio em sua carreira?
Falk – Bastante não, eu tenho recebido apenas do pessoal que me conhece e gosta de mim, até hoje não tive uma música solo que tenha passado de mil visualizações por exemplo, então o apoio é bem pouco, é mais do meu ciclo social mesmo por enquanto.
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RESENHA DO COLUNISTA
O artista em si, independente da área que trabalhe, passará por tempestades fortes, ondas fortes, marés fortes, e tudo levará ao cansaço, desânimo. São raros os momentos em que um artista se sente muito bem durante um mês inteiro — Só que, se pararmos e analisarmos, podemos vencer a canseira — O objetivo do Folk é um dia ser reconhecido, assim como qualquer outro MC. O lance é ganhar dinheiro para ajudar a família, mudar de vida e realizar os maiores sonhos; pisar em um palco onde a plateia é gigante.
Deixamos de apoiar um apoio artista para apoiarmos celebridades, pessoas que mal nos conhecem, que não se importam se acontecer alguma coisa com a gente. Damos carinho para quem é de fora, mas quem está aqui dentro, ralando o joelho no chão, recebendo tapa na cara e sofrendo humilhação, isso a gente finge que não vê e deixamos de incentivar.
Só que, caso, o trabalho der certo e o topo ser alcançado, na hora todo mundo aplaude, na hora todo mundo quer se aconchegar, chegar junto e apoiar. Somente na hora que dá tudo certo; somente na hora que a luta já passou e os dias de glórias chegou. Falk é tem talento e tem uma história forte e mesmo diante as dificuldades, ele encara e diz: ”É minha vez de correr atrás. É minha vida de sonhar”.
Todo sucesso do mundo, Falk.