(Capa do single)
Com apenas 16 anos, a atriz, cantora e compositora Júlia Svacinna tem um currículo e talento daqueles de merecidas e volumosas palmas. Seu rosto já é conhecido nas telas, tendo participado em importantes papeis em mais de 20 trabalhos em séries, novelas da TV Globo e filmes nos streaming como a Netflix. Agora, Júlia embarca seu segundo single, cuja a composição é assinada por ela mesma.
Em “Mundo Paralelo”, a jovem traz sua personalidade questionadora, o que vem amadurecendo desde os 12 anos, quando os primeiros versos ganharam vida. A nova canção tem em sua letra uma jovem que luta para se libertar dos padrões impostos por uma sociedade que não tira os olhos das telas dos celulares, e assim, atingir sua própria identidade.
A música também foi lançada acompanhada de um clipe, gravado em plena pandemia. “O clipe seria algo bem maior, com heliporto e escadarias de um ponto turístico do Rio de Janeiro, mas tivemos que nos adaptar aos espaços que estavam funcionando, abertos ao público, e seguir todas as normas de segurança, sem uma grande estrutura, para não ter aglomeração de pessoas”, destaca Tessy Svacinna, diretora responsável pelo clipe.
Matheus Luzi – Júlia, primeiramente, obrigado por topar essa entrevista. A primeira pergunta que faço: como você chegou à composição de “Mundo Paralelo”? Seria um grito de liberdade?
Júlia Svacinna – Imagina o prazer foi meu. Bom, Mundo paralelo foi uma música que surgiu de uma maneira um pouco diferente das outras que eu escrevi na realidade. Eu estava fazendo uma aula de composição com a Bárbara Dias e eu queria escrever uma música mais “agitada” do que as que eu já tinha feito, então começamos a debater sobre os possíveis temas para a música e como eu gosto de escrever sobre histórias que não necessariamente são as minhas já tinha uma ideia de chamar um álbum de Mundo paralelo, então resolvemos usar o título para algo diferente, e o conceito de não se sentir pertencente a algum lugar sempre foi algo que me incomodou e por acaso se encaixava muito bem com o título que a gente queria usar. “Mundo Paralelo” acabou sim virando um grito de liberdade para mim, acho que é uma forma de mostrar que eu sou muito mais do que uma menininha fofa e bonitinha, porque eu tenho uma personalidade forte sim e eu não preciso ter medo nenhum de mostrar isso para o mundo e nem ninguém. Porque a pessoa que nós somos no nosso mundo paralelo (no nosso intimo, quem realmente somos), é uma pessoa incrível, que não precisa se esconder para agradar os outros.
Matheus Luzi – Você tem apenas 16 anos, e com isso, fiquei curioso para saber quais são suas referências musicais.Júlia Svacinna – Eu sou muito eclética quanto ao tipo de música que eu escuto, já passei por diversas fases, tive minha época Green Day, minha época Ariana Grande, Beyonce, Taylor Swift, Vitor Kley, Anavitoria, Beatles, Nina Simone, One Direction, Ed Sheeran e etc. Acho que por isso não tenho muito uma única referência, mas eu gosto muito de usar algumas músicas da Billie Eilish, Ariana Grande, Beyonce, Demi Lovato e Alicia Keys como referencia (as mais lentas delas acabam fazendo bastante o meu estilo). Acho muito legal o fato de eu me inspirar na Billie, porque ela tem 18 anos apenas, sendo pouquíssimo tempo mais velha que eu, acho muito bom porque sinto que posso inspirar muitas pessoas mesmo sendo bem nova, assim como ela faz (mas em escalas diferentes)
Matheus Luzi – O público já conhece sua carreira como atriz. E sua carreira na música, como começou?
Júlia Svacinna – Minha carreira na música começou mesmo em fevereiro desse ano com o lançamento da minha primeira música a “Minha Carta”, mas já fazia aula de canto desde 2011 e fiz aula de piano e violão também por um tempo. Quando eu tinha 12 anos escrevi a minha primeira música, e achei o resultado muito legal, então continuei escrevendo e em 2019 falei pra minha mãe que eu queria investir nessa carreira musical também. Eu acho que música é um dos alimentos da alma (arte em geral é, né?), então eu fico muito feliz de poder ajudar as almas que quiserem me ouvir.
Matheus Luzi – O que você almeja para o futuro próximo e distante em sua carreira artística como um todo?
Júlia Svacinna – Eu almejo muitas coisas, sempre tive muitos sonhos e sonhos grandes, mas não acredito que um sonho possa ser grande de mais. De verdade eu sonho em poder fazer trabalhos internacionais, como filmes e séries, e venho estudando muito para isso, eu já fiz mais de 20 cursos nessa área aqui no Brasil e também cursos na Califórnia e em Nova Iorque, então sinto que estou seguindo no caminho certo. Já na carreira de música eu acho que seria bem legal fazer turnês pelo mundo a fora, mas ainda estou dando os primeiros passos então pode acabar levando um pouco mais de tempo, mas em breve, né? [rsrs].
Matheus Luzi – Você poderia fazer um breve resumo das suas atuações como atriz?
Júlia Svacinna – Eu tenho mais e 20 trabalhos profissionais, entre teatro, filmes e séries, mas os papéis de mais peso para a minha carreira até agora foram: Patrícia, dos filmes “Um tio quase perfeito” e “Um tio quase perfeito 2”, ela era a sobrinha mais velha do tio, o primeiro filme estreio em 2017 e o segundo gravamos ano passado, ainda não assisti, mas estou muito ansiosa, acho que ficou bem legal; Vera Lúcia, na minissérie “Se eu fechar os olhos agora” da globo, inspirado no livro do Edney silevstre, nós viajamos para gravar e foi uma série que eu já assisti algumas vezes porque eu adoro série de suspense; Beta, em “O mecanismo”, esse foi um dos maiores estudos de personagem que eu tive que fazer, já que a beta era uma menina autista, foi desafiador, mas eu amei cada segundo; e por fim, mas de longe menos importante, Caroline Boudin, em “Kardec”, ela era uma menina médium que junto com a irmã Julie ajudou Kardec a escrever o “Livro dos espíritos”, foi absolutamente incrível de fazer.
Matheus Luzi – O que você acredita beneficiar o mundo com sua voz, com sua música?
Júlia Svacinna – Eu acredito que a música pode ter várias interpretações, quando eu escrevo uma música, geralmente é sobre algum sentimento em específico de um momento específico, mas a pessoa que está ouvindo não necessariamente vai sentir e pensar a mesma coisa que eu, então eu realmente acho que é muito bom ouvir as histórias que foram e vão ser contadas, porque assim é possível entender melhor a própria cabeça, ou só se identificar mesmo com a letra, ou ter uma música tema para um momento da sua vida, seja viagem ou um friends night. Acho que tudo que tem sentimento, que é verdadeiro, que é feito com carinho e com dedicação pode tocar alguém e quando eu canto eu canto com toda a minha alma e as pessoas se emocionam, eu acho bonito e as vezes até me surpreende.
Matheus Luzi – Você tem alguma(s) história(s) ou curiosidade(s) para nos contar referente a esse trabalho?
Júlia Svacinna – Na realidade o clipe seria uma transformação bem radical da “personagem”, onde eu queria ter cortado o meu cabelo de maneirar bem diferente e “ousada”, meio repicado e curto durante a gravação, na hora da transformação e eu mesma faria isso em cena, mas como estava esperando algumas respostas de alguns trabalhos, eu preferi não arriscar a mudança brusca de visual e fiquei só nas roupas mesmo.
Matheus Luzi – Sinta-se a vontade para falar algo que eu não perguntei e que você gostaria de ter dito.
Júlia Svacinna – Eu queria falar que eu achei muito interessante lançar a música “Mundo paralelo” num momento conturbado como esse, porque todos nós temos o nosso mundo paralelo, que não é uma fuga, e sim a nossa real essência, quem realmente somos, e nesse momento estamos todos em muito contanto com nós mesmos, nos redescobrindo, nos reencontrando, e acho que é sempre importante ressaltarmos que não precisamos esconder essas pessoas para nos encaixar nos padrões e estereótipos da sociedade, nós somos muito mais do que um padrão, somos todos um mundo inteirinho paralelo a realidade. Então não tenham medo de ser você, e se libertem das amarras, acho que essa era a minha maior mensagem com essa música tão especial para mim.