(Capa do clipe)
Hoje é prestada homenagem ao Zumbi dos Palmares, líder nordestino negro do movimento antiescravista. Morreu em uma emboscada por traição em 20 de Novembro de 1695, e por isso, a definição do dia da Consciência Negra. A data foi estabelecida em 2003, porém, apenas em 2011, foi sancionada pela então presidente Dilma Rousseff (PT).
Indicamos o longa “Quilombo” lançado em 1984 sob direção de Cacá Diegues. Assista no youtube.
VAMOS A CRÍTICA
Muito se diz que a cultura do rap perdeu sua proposta inicial. Essa afirmação pode ser ignorada em “História”, o novo single de Felipe Flip, com o verso “Eu vim para fazer história, e não stories” como cartão postal de uma poesia sofisticada, e ao mesmo tempo, fácil de ser interpretada. O clipe didático alinhado a essa simplicidade da letra democratiza a mensagem.
Em paralelo à temática front, “História” leva em consideração, entre muitas outras, que “o mundo é muito grande para ser tão bairrista, e a vida é muito curta para ser um racista”. Tais versos instigam reflexões sobre liberdade intelectual e física e são explicados pela conturbação do rapper e skatista frente a superficialidade das novas tecnologias. O resultado é trocadilho, que é fiel em toda construção poética da música.
No single, cria-se uma ponte entre vários elementos da história brasileira, para ser modesto. Mas, a MPB também está presente. E ao alinhar o histórico político, social, econômico e musical, Felipe conclui que ainda vivemos como os nossos pais, parafraseando o clássico de Belchior, nos versos “Ainda somos os negros / Ainda somos iguais / Ainda somos os mesmos / E vivemos como os nossos pais”.
Os primeiros versos da canção indicam a grande inspiração do artista para compor e lançar a obra. “Eu sei que não vou viver para sempre / Por isso que eu criei algo que viva / Eu sei que não vou viver para sempre / Por isso eu criei algo na sua mente”.
SOBRE O ARTISTA
Filho de pai nigeriano e mãe brasileira, o paulistano Felipe Augusto Prado Emenekwum, mais conhecido como FLIP, apelido que ganhou quando começou a andar de skate na zona norte de São Paulo, é um músico versátil que gosta de misturar elementos, ritmos e estilos.
Felipe FLIP vem da escola hardcore, da Vila Maria, do lifestyle do skate e foi no rap que encontrou a melhor forma de expressar suas experiências e o modo de ver a vida.
Reportagem de Matheus Luzi