15 de janeiro de 2025
Música

Guilherme Fanti Quarteto lança álbum instrumental, inspirado em ritmos brasileiros e no jazz [ENTREVISTA]

 

É sobre os “holofotes” dos ritmos brasileiros e da liberdade jazzística que surge o primeiro álbum da carreira solo de Guilherme Fanti, intitulado CASA NOVA

O trabalho traz 8 músicas inéditas, instrumentais e autorais, e participações de outros grandes músicos, Salomão Soares (piano e acordeon), Fi Maróstica (baixo acústico) e Rodrigo “Digão” Braz (bateria e percussão).

A ideia de CASA NOVA surgiu da descontração, em encontros pessoais entre o quarteto. “São músicos com quem eu possuo uma grande afinidade e, apesar das composições serem todas de minha autoria, todos os músicos integrantes possuem a liberdade para criar “, comenta Fanti.

O álbum foi produzido de forma independente, e traça uma nova história na carreira musical de Guilherme. 

CASA NOVA é o meu primeiro disco autoral, diferente de outros trabalhos, tive essa experiência nova de produzir, compor, e cuidar de todo o processo. Tive a alegria de ter ao lado grandes músicos e amigos que abraçaram esse som.

 

Abaixo, confira na íntegra uma entrevista que fizemos com Guilherme.

 

Para ouvir as músicas completas, clique no botão verde no quadro abaixo.

 

Como chegaram na concepção do álbum?

A concepção foi surgindo conforme as primeiras músicas foram feitas. Diferente de outros trabalhos, como no Grupo Cincado, onde existem composições minhas, a concepção do disco sempre foi mais voltada para a música brasileira e seus ritmos, nesse meu primeiro disco eu busquei ter mais liberdade, deixando o disco sem uma “definição” quanto ao estilo. A música brasileira sempre está implícita, é inevitável e importante que exista, justamente pela vivência tocando com André Marques Sexteto, no Grupo Cincado, na minha base de estudo e em outros trabalhos que sempre teve essa pesquisa. Mas nesse disco, desde as primeiras composições, procurei um caminho no meio de tudo que eu gosto: ritmos brasileiros (maracatu, baião, samba…), a canção brasileira, a música de Minas, os ritmos argentinos, o jazz, o funk (não o carioca…rs) e a música clássica. Tudo isso eu gosto, e as primeiras composições surgiram dessa forma, então esse primeiro disco foi uma maneira de registrar estilos, linguagens que ainda não tinha gravado. Teve composições que foram feitas para o violão, e depois arranjadas para o quarteto. Enfim, é um caminho no meio que encontrei, de tudo que eu gosto. Mas se existe um ponto em comum no disco, acredito que seja a melodia, que nesse trabalho sempre quis deixar claro, sempre meio “cantável”.    

 

Vocês se inspiraram muito na música brasileira, como também no jazz, não é?

Com certeza a música brasileira é uma forte influência pra todos no quarteto, na época que convidei o Salomão, o Fi e o Digão, tocávamos em um outro projeto que era voltado aos ritmos brasileiros, então já havia uma afinidade, e isso também se estende aos músicos que participaram do disco: Jota P, Vanessa Moreno e Diego Garbin. Acredito que esse seja um dos pontos em comum dessa formação, até porque a vivência de todos é muito parecida, estudamos no mesmo lugar (em épocas diferentes), ouvimos a mesma coisa, conhecemos a maneira de cada um interagir no som. E apesar de não ser um disco de jazz, é claro que tem a influência, está na improvisação, algumas vezes no timbre, na sonoridade. Então, por isso que esse disco, para mim, está nesse caminho do “meio”.  

 

O quanto o fato de você ser guitarrista, violonista, compositor e arranjador contribuiu para o álbum?

O disco é autoral, são 8 composições onde também fiz os arranjos para elas. E cada uma tem a sua história nesse repertório. Tem música que fiz para violão solo e depois arranjei para quarteto, outra a guitarra tem mais presença, seja no timbre ou na improvisação. Mas para se ter um resultado musical, a contribuição não é só minha, mas também de todos que estão tocando. Aliás, sem a participação do Fi, Salomão, Digão, e dos convidados, não existiria o disco, a contribuição é de todos, em cada música é igual, todos foram muito importantes para gravação, porque também muito dessas músicas foram feitas pensando no jeito como cada um toca. E sou grato a eles por terem abraçado esse som.

 

O álbum é composto por músicas instrumentais. Nesse sentido, como aconteceu o processo de criação das faixas?

Algumas delas surgiram como composições para o meu instrumento, no caso, duas eu fiz para o violão e depois arranjei para quarteto. Algumas delas surgiram através de uma melodia, e depois foram se desenvolvendo. Outras já apareceram prontas, para o quarteto. Enfim, é muito difícil definir um processo de composição já que existem muitas maneiras de começar uma música. E depois, escrevi e levei para o Quarteto, tocamos algumas vezes (em casas de música instrumental), deu para “sacar” como estava “soando”, mudei o que não estava gostando e depois fomos gravar.

 

Além de CASA NOVA ser um álbum independente, também marca uma nova fase na sua vida…

O nome do disco é por causa de uma música que está no disco, que se chama CASA NOVA, que foi feita em 2014 ou 2013, logo que me mudei para a casa onde moro. E foi a partir dessa composição que comecei a definir a formação, a sonoridade, a concepção do disco. Então, nesse ponto ela é importante. Depois as outras músicas foram compostas ou “resgatadas” e se encaixando no repertório do disco. E acredito que por se tratar de um projeto novo para mim (formação nova e sonoridade nova) acho que esse nome veio a calhar muito bem para todo o álbum.

 

Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o álbum?

Não, (risos)… nesse disco não teve nenhum acontecimento fora do comum.

 

 

 

 

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.