6 de fevereiro de 2025

“Isso Não É Brasil”, novo single de Paulo Beto, ataca a colonização e valoriza o que é nosso

Foto de Rodrigo de Freitas / divulgação.

O cantor e compositor carioca Paulo Beto faz do seu segundo disco, “Uniram-se”, previsto para chegar ao mundo em breve, um pedaço de críticas intensas. O primeiro gostinho desse trabalho é “Isso Não É Brasil”, canção que questiona a ainda atual exploração internacional, mesmo que bastante camuflada.

É nesse cenário temático pouco explorado por artistas brasileiros que o músico fluminense ataca a nossa própria falta de consciência em relação a esses processos de colonização. “Isso Não É Brasil” segue a retórica linguística, mas também dá todo seu apoio a resistência dos povos originários do nosso continente e as expressões culturais como o carnaval, as religiões indígenas e afro-brasileiras, e também as línguas como a Tupi.

“Exaltamos – por influência espirito-semântico-linguística – a latinidade como uma definidora e potente característica que nos diferenciaria positivamente, como algo que nos orgulhamos de ser, sem perceber que assim, estamos, enquanto colonizados exaltando os colonizadores, e pior, querendo nos vestir com seus atributos. ‘Isso não é Brasil’ suscita o problema da linguagem, tanto no que tange a sua incapacidade de dimensionar a natureza dos fenômenos como em sua instrumentalização a forjar e fazer prevalecer a narrativa dos vencedores”, explicou Paulo a respeito do termo “latino-americano”.

“A língua que criamos nos cria, e desta maneira, vamos sendo lapidados a nos adequar a ela, a caber naquilo que cabe nela. Meditar acerca deste paradigma, apontando pra uma prevalência da expressão íntima de nossa natureza, como o canto, a dança, a música, sobre as tentativas da linguagem de algemar o espírito, de ludibriar o ser, impedindo-o de realizar-se. Por mais que a Civilização Ocidental logre exterminar a essência do ser, ela permanece, nos povos originários, no DNA, no toque do atabaque, nos ícaros sagrados”, completa ele.

FICHA TÉCNICA

Voz: Paulo Beto

Guitarras: Augusto Feres

Trombone: Flavin Raggaman

Samples, Synths, Beats e Guitarra: Gilber T

Saxofones Barítono e Tenor: Lincoln Marques 

Baixo (Up right): PH Rocha

Congas, Chocalho, Caxixi, Talking Drum, Repique, Surdo, Caixa, ruídos e efeitos: Reppolho

 Direção Musical: Paulo Beto

Produção Musical e Mixagem : Augusto Feres

Co-Produção Musical: Gilber T

Masterização: Pedra Garcia

Coordenação de Produção: Catarina Dall’orto

Fotografia e Direção Criativa: Rodrigo de Freitas

Mídias Digitais: Milla Ramos

Assessoria de Imprensa: Build Media

Distribuição: MusicPro

Realização: Transbordo Produções

Este projeto foi viabilizado pelo Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Aldir Blanc.

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