Foto: Sylvia Sanchez
Ele é campo-grandense, mas foi para São Paulo há alguns anos. Com essa mudança e também com influências do Mato Grosso do Sul, foi que jonavo teve suas inspirações para a criação do álbum CASULO. Partindo da ideia do Folk, Joavo levou 3 longos anos para gravar o álbum.
— Quando um cara tem um sonho e é 100% integro consigo ele consegue fazer as coisas sem se render àquilo que dá ou não certo, pois ele inventa a sua maneira de “dar certo”. Então meu disco é uma xerox do que eu vivo, de quem eu sou, de quem eu quero ser. Sendo assim a felicidade é completa quando você apresenta isso pro mundo. O CASULO é um disco que fiz, mas que se ele não fizer sentido pra outras vidas ele é apenas um umbigo. Acho que ninguém está mais interessado nos umbigos dos outros nesse mundo —, comentou Jonavo.
Para começar, fale um pouco das participações especiais presentes no álbum.
As participações desse disco são importantes demais e trouxeram uma cor linda pra obra. Primeiramente tem a Magê, minha irmã em Slackline in love. Ela viu tudo acontecer ali do lado dela quando mudamos juntos pra São Paulo. O Renato Teixeira dispensa apresentações e traz uma força gigante na MUSICANDO O VENTO. Na CAIPIRA DO MATO, que já havia sido gravada com o FOLK NA KOMBI ganhou uma energia extra com as meninas da Corcel, e acabou pintando uma amizade nos 45 minutos do segundo tempo com o rapper Lauro Pirata, que chegou rimando na CANÇÃO LIVRE, uma faixa que era um sucesso do sertanejo e nós transformamos em Country Hip Hop.
De que maneira o fato de você ser campo-grandense e elevar a cultura da música Folk influenciaram no disco? Apesar disso, você se mudou para a capital paulista. Como isso agregou ao disco?
Na verdade quando cheguei em São Paulo eu precisei me identificar. É difícil chegar numa metrópole dessas com qualquer tipo de dúvida. Então eu recorri ao meu DNA musical e trouxe pra frente uma vertente que eu deixava um pouco escondida no início, e quis identifica-la como folk, embora no Brasil ninguém admitisse que existia o folk braileiro no cardapio. A partir daí eu achei a minha turma.
E o nome do álbum (CASULO) a que se refere? Tem algo relacionado ao ritmo ou poesia das músicas?
CASULO é o nome que dei pro apartamento onde eu morava quando cheguei aqui com a minha irmã. Ali eu transformei e ressignifiquei a minha música. Achei um processo parecido com a metamorfose, então esse período e esse disco é de músicas do Casulo, por isso o nome.
O processo de gravação do álbum parece ter sido bem interessante, não é à toa que levou 3 anos. Comente.
O grande desafio de fazer um disco do jeito que eu sonhei, envolvendo amigos e músicos brilhantes, sem contar com a soma do produtor musical Wlajones Carvalho (O Pacote), não seria fácil de resolver da forma independente que foi feito. Então fui construindo esse projeto enquanto estava em turnê com o FOLK NA KOMBI e realizava outros trabalhos. Foi interessante pois precisei de muita paciência e resiliência. Com certeza sou um cara mais forte hoje.
E a criação das 10 músicas do álbum, como foi? Em que datas foram compostas?
Essas músicas foram criadas basicamente dentro desse apartamento que eu citei. Mas não me apeguei numa ordem cronológica pra apresentá-las no disco. O mais legal é que ele mistura coisas muito conceituais com outras muito mais populares. Acho que sou assim no fim das contas, como disse o Zeca Baleiro numa música dele “Não sou mainstream nem sou cult”. Tá tudo ali.
Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o álbum?
Tudo o que envolve esse disco pra mim é extremamente especial e interessante. Uma coisa que foi acontecendo sem querer foi a decoração do meu apartamento, feita com muitos objetos encontrados em caçambas na tentativa de torna-lo um ambiente especial. Essa decoração feita pelo meu pai Humberto Mendes, acabou ficando pronta junto com o disco, e resolvi fazer todas as fotos de divulgação nesse apê, simbolizando o Casulo de onde tudo isso veio.