30 de abril de 2024
Música

Mantendo a essência e adicionando novos elementos, Hamilton de Holanda traz canções de Jacob do Bandolim em novo álbum [ENTREVISTA]

 

JACOB 10ZZ é um daqueles discos feitos especialmente para os fãs do choro, do jazz, do samba, entre outros, e principalmente aos fãs do bandolim. Pois é isso que Hamilton de Holanda traz em JACOB 10ZZ. Mas não é só isso. O contrabaixo e a percussão dão um novo toque e mais especial ainda ao álbum, composto por 12 faixas, escolhidas entre os quatro discos de Jacob.

O nome do álbum faz referência ao bandolim de 10 cordas do Hamilton, e ao parentesco entre o Choro e o Jazz. “Procurei um título com poucas letras e um som direto, que pudesse dar significado à concepção desse trabalho. É o choro do Jacob com uma pitada de jazz. Não necessariamente todas as faixas são desse gênero, mas têm essa maneira de tocar, que utiliza muito a improvisação e solos criados no momento da gravação. O nome resumiu bem o espírito do disco” – conta Hamilton.

 

Abaixo, você confere na íntegra uma entrevista que fizemos com Hamilton.

 

Para ouvir as músicas completas, clique no botão verde no quadro abaixo.

 

 

Primeira pergunta: como começou sua história com Jacob do Bandolim? O que ele representa para você e para o álbum?

A música do Jacob toca na minha casa antes de eu nascer, na verdade. Meu pai gostava muito de choro, de bossa nova, e sempre rolava os LP’s do Jacob, e foi junto com a música do Pixiguinha, foi a primeira, então acho que é o compositor que eu sei a maior quantidade de música. Então, esse é uma super referência na minha vida musical e o Jacob representa um nome de quem criou uma escola brasileira de bandolim, é um nome que inventou o jeito de tocar bandolim no Brasil. Então, Jacob tem que ser sempre reverenciado, e esse disco é uma celebração do gênio Jacob Bandolim.

 

Neste novo trabalho, você fez versões de clássicos de Jacob. Como foi esse processo? E para você, o que mudou nas suas versões?

O processo foi bem espontâneo, a partir de partituras originas das música do Jacob, juntamente com o Guto Wirtti que é o contrabaixista e o Thiago da Serrinha que é o percussionista, criei arranjos baseado no original. Então, é música original do Jacob, com o olhar desse trio que tem um baixo acústico, percussão e um bandolim de 10 cordas, como se cada elemento complementasse o outro. O Bandolim fica com a função harmônica e melódica, o baixo também tem a função dentro da harmonia, mas um pouco mais voltado pra parte rítmica, a percussão também com o ritmo, e são instrumentos que “não brigam”, ou seja, estão sempre em harmonia um com o outro.

O repertório foi feito em cima disso. Mas sempre tentando manter mais a essência da música do que muda-la porque a gente sempre quer ter uma opinião, uma visão sobre a música, mas eu diria que existe mais uma vontade de manter a essência e colocar temperos dentro dessa essência.

 

Quais foram os conceitos usados para a escolha do repertório?

Basicamente, o repertório foi escolhido a partir das músicas que eu já tocava do Jacob. Mas basicamente eu já tinha um repertório entre 40 e 50 músicas do Jacob. E como veio o convite da gravadora, no sentido de eu fazer uma caixa, então eu fui dentro desses discos que são quatro, eu fui tentando equilibrar entre músicas mais líricas, músicas com ritmos mais balançados, outros com ritmos mais parecidos com sambas. Então, entre esses quatro discos, tem um pouco de cada faceta do Jacob do Bandolim.

 

 

Jacob era um mestre na improvisação. Em JACOB 10ZZ você faz algo parecido?

O JACOB 10ZZ é um disco onde a improvisação é fundamental. Ou seja, todas as músicas de alguma maneira eu uso do recurso da improvisação pra dar um toque especial na música. Então, a improvisação é uma característica do choro, também conhecido mundialmente através do jazz. E esse trabalho é inclusive aproximar mais esses dois gêneros que são tão familiares. Esse disco saiu com essa essência de ser improvisado, principalmente nos momentos da gravação.

 

O nome JACOB 10ZZ parece ter um conceito interessante… Comente.

O nome foi uma busca por algo que fosse curto, poucas letras e que já tivesse um som que remetesse a ideia musical do disco. Eu pensei inicialmente em Jazz, Jacob Jazz, mas queria também que o bandolim de dez fosse contemplado o nome. Então, o 10 com os dois “zz” foi a junção do bandolim de dez com o jazz.

 

 

 

 

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.