14 de novembro de 2024
Música

Em entrevista, MC Pedrada defende o rap real

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Morar no interior de MS e ser rapper não é fácil, ainda mais quando esse rap é feito originalmente como era feito no século passado, com letras fortes e impactantes, que criticavam a todo momento a sociedade, as barreiras impostas e os preconceitos, que sempre atrapalharam os sonhos dos jovens. Hoje, o rap se tornou mais dançante do que mensageiro, como diz o nosso entrevistado. Nessa entrevista, com Victor Pedrada, nós falamos um pouco a respeito disso, e outros assuntos relacionados a sua música. Veja:

 

Qual a mensagem que você trás nas suas letras?

Nas minhas músicas, tento trazer a mensagem positiva, com visão baseada na realidade do povo, opressão policial, uso de drogas, Mc’s que estão no Rap apenas por Fama, grana e mulher na cama. Não xingo o governo, porque xingar o governo não resolverá nada… O que resolve os problemas do povo, é o próprio povo. Falo também da minha caminhada que se inicia, sobre o skate na música “de role”, juntamente com o Knox MC (La Plata ), grupo na qual faço parte, mais os sons que estão por vir, foram escritos visando mesmo o cotidiano do povo humilde, que sofre todos os dias com diversas situações de opressão e falta de apoio no geral.

 

As introduções das suas músicas são bem típicas do rap. Quem produz o seu trabalho e como esse processo funciona?

Bom, os 2 primeiros sons que lancei, foram com Beats da Internet. Hoje tenho apoio da Black Mídia do Marcus Cabanha, que produziu a Cypher Visão Complexada, na qual participam Eu, Paulo Rosa (Dos ventos), Knox MC e Billy Joe… Contamos também com o Mano Aelson, na produção dos Beats do La Plata.

 

A olho nu, eu diria que você foi influenciado pelo Planet Hemp e cia, se for observar o conteúdo das letras. Estou certo? Quais são suas influências?

Sim, está certo. Planet Hemp me influência até hoje, lutando a favor da liberação da erva Cannabis, Uma erva Que ao meu ver não é Prejudicial como a cerveja, Coca Cola e dipirona… Me inspiro muito No Síntese, Black Alien, Sabotage, Racionais, Thiagão( ex kamikaze do gueto, A família, Guind’art 121, Rzo, facção central dentre outros… Ouço muito e tento absorver o Máximo de suas idéias e mensagens.

 

Como funciona seu processo criativo? O que te inspira?

Meu processo criativo começa em base de vivências, fatos ocorridos, ideias que surgem na mente… Um sol da manhã me inspira, um role de skate, Um lugar bonito, Minha família…

 

Você acha que morar no interior interfere no seu rap? Se sim, por que?

Em certo ponto morar no interior do MS, interfere sim… Aqui é a terra do sertanejo, São poucas as pessoas que olham o RAP com uma visão positiva, sem marginalizar ou descriminar o estilo. Mas todos os dias estamos crescendo mais e mais, nossas batalhas De Freestyle as Quartas feiras, na praça Ramez tebet, a cada dia vem tomando mais e mais espaço, atingindo um público cada dia maior e caminhando para o progresso.

 

O que você pensa sobre o preconceito em relação ao rap?

Antigamente o Rap retratava exclusivamente a realidade do povo, a polícia assassina, o pai que não tem um emprego pra sustentar sua família. Em certo ponto, as letras tinham um conteúdo um tanto “forte”, que não atingia o público há não ser o que vive essa realidade. Hoje o Rap cresceu, Mc’s cantam o que querem, Brigam entre si, rebaixam mulheres e se auto rebaixam por conta da deselegância de suas letras, ou seja, o público não se contenta com o RAP REAL, mais se alegra com o RAP DANÇANTE.

 

 

 

 

 

 

 

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.