28 de abril de 2025

Murilo Silvestrim abraça o autoconhecimento no álbum “Encontrar” e na canção exclusiva “Mudando Novamente”

(Capa do lançamento – Arte de Catarina Gushiken)

A geração do milênio está pisando na casa da meia-idade. Um dos integrantes da galera nascida nos anos 90 é Murilo Silvestrim. O cantor, compositor e multi-instrumentista chega aos arredores dos seus 30 anos com um álbum que ele propõe o encontro consigo mesmo. Intitulado “Encontrar”, o trabalho traz uma atmosfera intimista e cheia de reflexões sonoras e poéticas e, para Murilo, serve como um rito de passagem para novas ideias e nova vida.

Contra a maré do mercado fonográfico voltado ao comercial, o músico paranaense enxerga as canções de “Encontrar” como uma luz que vai além de clarear os corações alheios, mas como uma onda que registra o seu “caminho musical nesse planeta”, como ele mesmo define. “Agora chegando perto dos meus 30 anos, percebo que muitas coisas mudam, muitas considerações novas acontecem, e consigo ver o elo desse álbum me acompanhando em cada questionamento e reflexão importante”, acrescenta Murilo.

O disco é especial não somente pelas mãos de Silvestrim, mas também pela colaboração de músicos que o acompanharam nessa empreitada cujo o autoconhecimento é a delícia das letras. Os artistas que colaboraram foram: Guilherme Silveira (gravação), Cassiano Wogel (arranjos), Érica Silva (produção), Fred Teixeira (mixagem e masterização). Além disso, vale mencionar o nome de Catarina Gushiken (arte de capa), Surya Amitrano (artes adicionais como encarte e design gráfico) e Bruno Cit na direção dos clipes que ilustraram duas faixas.

É mais do que importante mencionar a faixa exclusiva “Mudando Novamente”, que está sendo lançada apenas no Youtube, separada do álbum, e lançada com exclusividade pela Arte Brasileira. Confira aqui!

Divulgação

SAIBA MAIS

Oficialmente, a carreia musical de Murilo se iniciou em 2016 com o álbum “Prisma”, um bom indicativo da musicalidade e das ideias do artista. Tanto “Prisma” quanto “Encontrar”, a veia natural e acadêmica de Murilo fez toda a diferença. Isso é importante citar porque Silvestrim é graduado em Música Popular pela UESPAR e Produção de Áudio e Vídeo pelo IFPR.

Toda essa carga, seja ela das inspirações internas e das técnicas aprendidas ao longo do tempo, foram expostas, também, quando o músico foi integrante do projeto Dandô, tendo circulado o Brasil em apresentações. Mas, Murilo foi além e, em 2018, pela editora Medusa, lançou o livro de poesias “Viagem Ao Início das Coisas”, um complemente ao que já vem fazendo no universo das canções.

Murilo Silvestrim: anote esse nome e, caso ele não consiga alcançar os holofotes, a ideia de expressar seu coração em forma de música já foi realizada. Portanto, Murilo já é um sucesso e o caminho para isso foi “Encontrar”.

Matheus Luzi – O álbum vem sendo gestado há três anos. O que rolou nesse tempo? Quais aprendizados “Encontrar” trouxe para você?

Murilo Silvestrim – Rolou muita coisa. Internamente: uma nova fase de composição, reflexões e caminho artístico. Meu trabalho musical sempre foi muito autobiográfico. E com a chegada dos 27, 28, 29… Bem, também chegam diversas questões. A famosa crise dos 20 e poucos!

Parei pra organizar isso e mergulhar nessas questões. Descobri elos importantes com temas como a memória, infância, culpa, afetos. Externamente eu busquei os ecos dessas reflexões. Primeiro com arranjos que fossem no caminho que as canções pediam. Contei com parceiros de composição e também para produzir e gravar. Ficar tanto tempo assim pensando e executando um projeto é um aprendizado enorme. Um réquiem para lidar com ansiedades, indecisões, estigmas de perfeição. O maior aprendizado talvez seja aceitar que tudo é caminho. Por isso Encontrar no infinitivo.

Matheus Luzi – E quais lições você pretende passar para o público?

Murilo Silvestrim – A gente faz planos, elabora subjetividades, cria camadas. E o público toma o caminho que bem entende no meio disso! Acho que esse é o grande legado da arte.

No álbum eu decanto muitas das minhas inquietações sobre presente e futuro. Falo sobre minhas escolhas e mergulho fundo em detalhes que me fazem toda a diferença. Espero que as pessoas consigam achar seu caminho pelo disco, e que toda essa subjetividade possa alcança-las de alguma forma e lhes dizer sobre sua própria jornada. Num tempo líquido e ultra veloz, isso já é muito.

Matheus Luzi – Na sua visão, há alguma faixa de “Encontrar” que se destaque sobre as outras?

Murilo Silvestrim – Creio que não! São faixas diferentes pra momentos diferentes. A cada dia eu mudo o apreço e o apego por cada uma delas.

Matheus Luzi – Ao público que se interessou pelo seu álbum, o que você diria para quem irá mergulhar nele?

Murilo Silvestrim – Eu diria para se permitir uma escuta diferente. Se possível, se despir de pré-julgamentos estéticos. Talvez também haja um encontro importante para você ali dentro, em alguma esquina!
Também aconselho à entrar na minha página do instagram e acessar o link para baixar o encarte digital! A arte visual do encarte ajuda a ligar os muitos pontinhos dessa história!

Matheus Luzi – Você tem alguma(s) história(s)`ou curiosidade(s) interessante(s) para nos contar sobre o álbum?

Murilo Silvestrim – Tenho algumas! Vou contar aqui sobre uma história com uma pessoa que me inspira muito. Liane Guariente foi minha primeira professora de canto na faculdade. Lembro que tinha uma relação de amor e ódio com as aulas dela: amor porque ela me guiava em direção ao meu sonho de cantar de maneira intensa, ódio porque eu precisava encarar eu mesmo e meus fantasmas, e isso é sempre um desafio.
Um dia, muitos anos depois da faculdade, ela publicou um poema no blog dela e eu me senti muito tocado. Na hora peguei o violão e uma canção começou a nascer. Escrevi mais um tanto de coisas junto ao poema dela. Depois de pronta fiquei super em dúvida se ela ia aprovar, mas resolvi enviar a canção pra ela. Ela me respondeu dizendo que havia gostado!
Convidei-a para gravar comigo a canção no disco. No dia da gravação, ela chega com uma letra impressa, com várias mudanças! Basicamente, ela trocou diversas palavras melancólicas e doloridas por palavras de paz e esperança. E me disse: “se a gente passou por algumas coisas difíceis, as pessoas talvez não precisem passar por isso junto, nesse momento”.
Foi emocionante a energia, e generosidade e a força que ela trouxe pra gravação naquele dia. Isso me marcou profundamente!
Essa canção é “Agosto”, a quarta faixa do álbum! A voz da Liane sempre teve essa capacidade incrível de me levar pra outros planetas.

Matheus Luzi – Agora deixo você à vontade para falar o que quiser.

Murilo Silvestrim  – Gostaria de agradecer por esse momento com vocês! Numa época onde os singles e clipes imperam, é legal poder falar com mais calma sobre a experiência de fazer um álbum. É difícil colocar em palavras essa jornada do “Encontrar”. Posso dizer que me doei completamente a esse trabalho. Te convido a navegar comigo. O oceano não nos permite levar muito. Que seja apenas o que somos: juntos.

Os vários Olhos D’agua de Conceição Evaristo

Poderia ser mais uma daquelas resenhas que escrevo sobre um livro que eu acabara de ler, no entanto é algo.

LEIA MAIS

Por que os artistas gospels fazem lançamentos com playbacks?

É comum (e até tradicional) que artistas da música gospel realizem lançamentos acompanhados de playback, uma faixa a mais sem.

LEIA MAIS

A bossa elegante e original do jovem Will Santt

No período escolar do ensino médio, nasceu o princípio do pseudônimo “Wll Santt”. As roupas retrô e o cabelo black.

LEIA MAIS

Produzido por alunos do ensino público, Jornal PUPILA CULT está disponível em plataforma digital

Jornal PUPILA CULT é uma realização da OFIJOR – A Oficina de Experiência Prática de Jornalismo (OFIJOR) é um projeto social,.

LEIA MAIS

Tim Maia em 294 palavras

Ícone do pop nacional, Tim Maia nasceu no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca, em 1942. Antes do sucesso,.

LEIA MAIS

Crítica: Rui de Oliveira pelos Jardins Bodoli – de Mauricio Duarte

 Crítica: Rui de Oliveira pelos Jardins Boboli – de Mauricio Duarte   O que acontece quando um mestre da arte.

LEIA MAIS

Literatura: uma viagem literária (Clarisse da Costa)

Em se tratando de literatura posso dizer que ela é assim como a vida, uma caixinha de surpresas. A literatura.

LEIA MAIS

Se eu gritar, ninguém vai me ouvir – lançando música em 2024

A Revista Arte Brasileira me convidou para compartilhar a experiência de lançar meu primeiro álbum, o independente “Falha Luz”, que.

LEIA MAIS

[RESENHA] A literatura brasileira é seca, é úmida, é árida, é caudalosa.

            Desde a civilização mais antiga, a vida humana é orquestrada pelas estações do ano.  No poético livro “bíblico de.

LEIA MAIS

CONTO: O Grande Herdeiro e o Confuso Caminhoneiro (Gil Silva Freires)

Gregório era o único herdeiro de um tio milionário, seu único parente. Não tinha irmãos, perdera os pais muito cedo.

LEIA MAIS