Um dos primeiros dos muitos detalhes que percebemos no novo álbum de Chico Paz, é a questão da sua maturidade em relação aos seus trabalhos anteriores. A principal mudança aconteceu na forma com que Chico encarou a musicalidade e a poesia neste novo disco. Outras adaptações foram a paciência em fazer um trabalho independente e a liberdade em “soltar” as ideias nos instrumentos, em até mesmo aqueles que o artista não toca. Tudo isso resultou em MEMÓRIAS.
Assim como em tudo que Chico já fez, a preocupação com a parte existencial e a atualidade da política no Brasil é permanente e visível no novo disco. Nesse sentido, MEMÓRIAS também foi um meio que Chico encontrou para desabafar o seu pensamento e a angústias com o momento atual no país, e também de mostrar os seus caminhos na vida, colocando no jogo sua musicalidade, poesia e influências.
— Na música OS TAIS, os compositores Daniel Cavalcanti e Cadu Correa escreveram exatamente o que sinto, parece que roubaram o meu bloquinho de anotações (risos). Na questão existencial foi mais um processo de reflexo dos meus últimos anos, passei por momentos bastante inspiradores — explicou Chico.
A produção do disco ficou por conta de Thiago Heinrich, amigo de Chico há muitos anos. Ambos tocaram em parceria em outros projetos, além de já ter produzido também dois trabalhos de Chico, e é por isso, que a comunicação entre eles se deu muito bem, isso sem contar no resultado final do disco. Falando em produto final, Chico buscou ter um cuidado maior com os timbres, e ter a certeza que os arranjos e situações musicais iriam representa-lo por completo.
— Isso acabou deixando as gravações um pouco mais demoradas. Trabalhei nas músicas em casa durante algum tempo, depois fizemos uma pré-produção relativamente simples, estruturamos as músicas com a banda base, bateria, baixo e guitarra, somente durante as gravações fomos cuidar da escolha dos timbres, arranjos de teclados, construção dos vocais e outros elementos. — comentou o músico.
Para finalizar a entrevista, Chico falou um pouco mais sobre o disco e também sobre o show de lançamento que irá acontecer em agosto.
— Apesar do CAMINHO ser o meu terceiro trabalho tenho tido fortes emoções com todo processo. O fato de conseguir reunir músicos e artistas que eu admiro muito fez esse trabalho ter uma carga emocional muito forte. Também sinto uma felicidade muito grande em relação a a parte sonora do disco. Sou apaixonado por timbres e estou muito feliz com o resultado. Agora estamos trabalhando para reunir tudo isso em uma grande noite de festa e confraternização. A ideia do show de lançamento é expor todo o sentimento de gratidão e honra que sinto em ter tantos amigos ao meu lado.